Ficar em frente a TV pode elevar os riscos de problemas cardiovasculares

2015-04-10_190211

Uma pesquisa feita mais de 3 500 moradores de Mississipi e publicada no Jornal Americano do Coração, demonstrou que passar horas sem se mexer em frente à TV faz mais mal ao corpo do que ficar sentado trabalhando.
Os voluntários da pesquisa passaram por entrevistas, exames clínicos e questionários sobre atividade física e o tempo sentado no trabalho e em casa. As avaliações eram repetidas periodicamente em um tempo médio de acompanhamento de oito anos.
Inicialmente, os cientistas descobriram que o grupo que relatava assistir mais de quatro horas de televisão por dia tinha um risco 50% maior de desenvolver doenças cardiovasculares ou de morrer prematuramente, em comparação com quem gastava menos de duas horas ligado na tela.A boa notícia: se eles suavam a camisa em intensidade moderada ou vigorosa por ao menos 150 minutos por semana, essa relação deixava de existir. Ou seja, a prática esportiva regular neutralizaria os efeitos ruins do sofá.

E no trabalho?
A pesquisa demonstrou que aqueles que declararam trabalhar a maior parte do dia sentado não apresentaram risco maior de sofrer piripaques. Os autores da investigação admitem que as razões para essa diferença não estão claras, mas provavelmente envolvem comportamentos que adotamos em casa ou no serviço.
Para uma das líderes da pesquisa, a fisioterapeuta Jeanette Garcia: “Geralmente assistimos mais TV no final do dia, quando tendemos a comer uma refeição mais pesada, e ficamos sedentários por horas ininterruptas até a hora de dormir”.Ou seja, a associação entre o tempo sentado e uma alimentação farta perto do momento de repousar seria um combo especialmente perigoso.
Mais uma hipótese levantada, é a de que os longos períodos diante da televisão dificilmente são quebrados por alguns minutos de movimentação. “Já no trabalho, as pessoas se levantam para conversar com algum colega, ir a uma reunião, tomar café”, afirmou a fisioterapeuta. É um comportamento distinto daquele de encostar no sofá para maratonar uma série, por exemplo.
Mesmo não sendo identificadas de forma objetiva e certeira as causas dos resultados encontrados, essa pesquisa reforça outras evidências no mesmo sentido.
Em outro trabalho, os longos períodos no sofá foram associados à aterosclerose – aquela formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos que leva a entupimentos. O mesmo não aconteceu com indivíduos que passavam horas na cadeira do trabalho.