Felina diagnosticada com Covid-19 morre em Caxias do Sul

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Os animais se infectam mas acabam não transmitindo

Morreu na madrugada da segunda-feira (22) uma gata infectada com o coronavírus em Caxias do Sul, na serra gaúcha. O animal não resistiu as complicações relacionadas à doença. A gata teve piora do quadro, necessitando apoio respiratório cerca de uma semana depois. Ela foi internada por quatro dias, apresentou melhora e foi liberada para seguir tratamento em casa.

Os outros dois gatos que dividem a mesma residência não apresentaram sintomas, mas também tiveram amostras coletadas para exames. Os resultados ainda não retornaram. Segundo a Vigilância, no dia 18 de fevereiro, em torno de duas semanas após o diagnóstico positivo dos tutores, eles levaram a felina de dois anos de idade para um atendimento veterinário. No exame clínico, o animal apresentou quadro de falta de ar, rouquidão ao vocalizar, tosse, hiporexia [perda de apetite] e leve perda de peso”, consta no relatório.

O caso foi notificado pela Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Rio Grande do Sul à Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e abastecimento na quinta-feira (18). O diagnóstico aconteceu em 5 de março, conforme a pasta, após os proprietários contraírem a Covid-19.

Caso Raro
Recentemente, o Laboratório da Universidade de Caxias do Sul recebeu amostra para teste de uma gata, de dois anos de idade, domiciliada em Caxias do Sul. O animal apresentava dificuldades respiratórias, e os tutores haviam sido infectados com SARS-COV-2 nas semanas anteriores. A amostra foi positiva no teste de PCR em tempo real. Autoridades públicas foram notificadas, e a contraprova foi confirmada pela Universidade Feevale. Atualmente, estudos de caracterização genética da amostra estão sendo elaborados em parceria com a Universidade Feevale.

Conforme os pesquisadores da Área de Ciências da Vida da UCS, um animal infectado é um caso isolado e raro de ocorrer. Eles destacam que não foram comunicados casos de transmissão de SARS-CoV-2 de gatos para seres humanos. Ou seja, animais se infectam, mas acabam não transmitindo.

Os estudiosos indicam que pessoas que tenham COVID-19 cuidem para não transmitir o vírus para outras pessoas e felinos.

A UCS e a Feevale farão, ainda, o sequenciamento genético da amostra do vírus para determinar qual a variante: se a P.1, a predominante no estado neste momento, ou outras modificações de aminoácidos.

Outros casos no Brasil
Em outubro do ano passado, em Cuiabá, no Mato Grosso, uma gata de estimação também contraiu a doença dos tutores. O animal testou positivo pelo exame molecular feito na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Já em fevereiro deste ano, um cão da raça boxer foi diagnosticado com o Sars-CoV-2 em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele convive com uma família que testou positivo para a doença.

Depois, em março, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com outras instituições do Brasil, também confirmou outros dois casos de coronavírus em gatos no estado.

Recomendações
Tutores devem cuidar de seus animais de estimação mantendo medidas básicas de higiene como lavar as mãos antes de estar perto e manusear os animais, a comida ou seus utensílios. Também é recomendável usar máscara ao se aproximar do animal e evitar beijá-los ou compartilhar alimentos, toalhas e cama com os animais.