Geração nascida depois de 1995 – chamada de “Smartphone”- amadurece mais devagar, segundo pesquisa

2015-04-10_190211
Geração “smartphone” tem mais problemas depressivos e de ansiedade

Os jovens que nasceram depois de 1995, ou seja, na faixa etária que vai até os 22 anos, são chamados de geração smartphone, porque são os que cresceram na imersão da era digital: computadores, tablets, redes sociais. Segundo uma pesquisa americana, da Universidade Estadual de San Diego, a consequência é o amadurecimento tardio destes jovens, mais lento que o observado nas gerações anteriores. Isso também quer dizer que eles estão menos propensos a dirigir, trabalhar, fazer sexo, sair e beber álcool.
A pequisa, intitulada iGen: Why Today’s Super-Connected Kids are Growing up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy – and Completely Unprepared for Adulthood (iGen: Por que as crianças superconectadas estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes – e completamente despreparadas para a vida adulta, em tradução livre), investigou 11 milhões de jovens americanos.
Os voluntários cresceram em sua maioria em ambientes mais seguro e se expõem menos a situações de risco, o que pode ser considerado fator decisivo. No entanto, eles chegam à universidade e ao mundo do trabalho com menos experiências, mais dependentes e com dificuldade de tomar decisões.
A média de conexão é de seis horas por dia conectados à internet, enviando mensagens e jogando jogos online, o que diminui o tempo que eles passam com amigos, o que pode afetar o desenvolvimento de suas habilidades sociais.
Uma constatação negativa do estudo é que quanto mais tempo eles passam na frente do computador, maiores os níveis de infelicidade. A Geração Smartphone sofre com altos níveis de ansiedade, depressão e solidão. A taxa de suicídio, por exemplo, triplicou na última década entre meninas de 12 a 14 anos.
Ao mesmo tempo, trata-se de uma geração mais realista com o mercado de trabalho e mais disposta a trabalhar duro, diferente da millennials (a geração anterior, dos nascidos após 1980), a qual criava mais expectativas.
Outro ponto positivo é a tolerância que a geração smartphone tem para com pessoas diferentes e LGBTs;

As diferenças entre as gerações X, Y e Z e como lidar com isso
Diferentes gerações coabitam os ambientes de trabalho, gerando diferenças e conflitos. No entanto, é possível entender cada especificação da gerações e tentar conviver em harmonia. Antigamente as gerações eram formadas a cada 25 anos, entretanto nos dias de hoje um quarto de século é praticamente um século. As coisas, as relações familiares, de trabalho, etc. mudam cada vez mais rápido. O que não ocorre, no entanto, é a mudança, na mesma velocidade, da mentalidade dos colegas de trabalho.
Consoante a isso, especialistas apontam que a criação de novas classes genealógicas estão surgindo a cada 10 anos. Estas novas classes implicam diretamente na forma de como as novas pessoas agem e consomem produtos e serviços. Estes reflexos impactam diretamente nas empresas, mas não só em vendas, a troca de experiências no ambiente de trabalho entre as gerações, onde os mais velhos apreendem com os mais novos (ou se recusam e geram conflito no escritório), o gerenciamento de conflitos e resolução de problemas hoje é feito em períodos cada vez menores, muito pelo fato dos jovens resolverem mais rapidamente e sempre procurarem a forma mais fácil de ser feita.
O avanço tecnológico destas três gerações certamente não será o mesmo as próximas que estão por vir. Com a tecnologia vivendo momentos de crescimento exponencial, não podemos prever o que virá. Cientistas afirmam que em 2045 será o ano em que as máquinas terão capacidades próprias, o que especialistas chamam de “singularidade das máquinas”, onde as máquinas poderão fazer as coisas sozinhas, muito melhor e mais rapidamente que qualquer outro ser humano.

Geração X
O termo Geração X – criado por Robert Capa, em 1950 – é utilizado para rotular as pessoas nascidas após o chamado “Baby Boom” (década de 20 – década de 40), que foi um aumento importante na taxa de natalidade dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Essa geração inclui aqueles que nasceram no início de 1960 até o final dos anos 70. Por vezes são incluídos também os nascidos até 1982.
Eles viveram um futuro pós-guerra, um tempo de incertezas e de guerra fria, de polarização entre o bem e o mal, entre Estados Unidos da América e União Soviética.
A geração X cresceu, passou pela fase hippie, teve ideais, esqueceu-se dos mesmos e foi fazer carreira no mercado. Viu surgir computador pessoal, a internet, o celular, a impressora, o e-mail, etc. e viu seu mundo mudar muito.
Grande parte da Geração X chegou aos 30, 40 anos e descobriu que para juntar meio milhão e dar entrada, com sorte, num apartamento modesto que irá pagar até seus 60 anos, o caminho é longo e o preço é alto, bem alto, às vezes impagável. À sua volta os filhos crescem, os pais morrem, os sonhos envelhecem e as férias exóticas para a Finlândia, Marrocos ou Jamaica nunca são tiradas.

Geração Y
Compreendendo aqueles que nasceram em fins dos anos 70 e início dos anos 90, a geração Y, representava, em 2012, cerca de 20% da população global, segundo Afonso Borges, em seu livro “Social Target”.
Foi a geração que desenvolveu-se em uma época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. As crianças da geração Y cresceram tendo o que muitos de seus pais não tiveram, como TV a cabo, videogames, computadores, vários tipos de jogos, e muito mais. Se a geração X viu nascer a internet e a tecnologia, a geração Y já nasceu quando as mesmas estavam plenamente desenvolvidas, cresceram e internalizaram as mesmas desde pequenos.
Segundo pesquisadores que estudam as gerações, a geração Y cresceu rodeada de facilidades oferecidas por seus pais, que obviamente queriam dar uma vida melhor do que aquela que tiveram, para seus filhos. Eles cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas. Acostumados a conseguirem o que querem, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e por isso lutam por salários ambiciosos desde cedo. É comum que os jovens dessa geração troquem de emprego com frequência em busca de oportunidades que ofereçam maiores desafios e crescimento profissional.

Geração Z
Essa geração, que compreende os nascidos entre o fim de 1992 a 2017, está ligada intimamente à expansão exponencial da internet e dos aparelhos tecnológicos. As pessoas da Geração Z são conhecidas por serem “nativas digitais”, estando muito familiarizadas com a World Wide Web, com o compartilhamento de arquivos, com os smartphones, tablets, e o melhor de tudo: Sempre conectadas.
Se pensarmos um pouco, vamos perceber que integrantes desta geração nunca viram o mundo sem computador. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui, desapegado das fronteiras geográficas. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela já na infância. Como informação não lhes falta, estão um passo à frente dos mais velhos, concentrados em adaptar-se aos novos tempos.

Conflitos no ambiente de trabalho
No ambiente de trabalho, por exemplo, é mais comum ter como gestor um funcionário da geração X, com vários anos de empresa e que já incorporou totalmente os valores e visão da mesma. Ele está no mesmo emprego desde que saiu da faculdade e se um dia perder aquele trabalho, por qualquer motivo que for, sentir-se-á sem rumo.
Este funcionário precisa gerir ao mesmo tempo seu analista (geração Y) que chegou formado há pouco tempo, cheio de novidades, ideias, multiplataforma e também o estagiário (geração Z), ainda na faculdade, introvertido, que só se manifesta quando formalmente convidado para tal e por tudo isso considerado desinteressado.

A Geração Z e a conexão 24 horas por dia
Estes dois bilhões de jovens nascidos depois de 1995, com a internet, estão decididos a construir uma vida distante dos códigos e das aspirações dos mais velhos.
São “mutantes”, como são denominados por alguns pesquisadores, fascinados por sua fusão com o mundo digital.

Seu dia a dia
Eles navegam em várias telas e estão acostumados ao “tudo, ao mesmo tempo, agora”. Soa normal pagar muito pelo último ‘smartphone’ e, ao mesmo tempo, baixar gratuitamente filmes e música na internet.
Os códigos dos adultos parecem defasados para eles, que gostam das marcas “rebeldes” e se informam, sobretudo, através das redes sociais, segundo estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos por grandes empresas, como BNP e Ford, que querem entender seus futuros clientes.
Estes jovens, com idades entre 13 e 20 anos, se consideram de mente aberta e inovadores, mas reconhecem que são impacientes e cabeça-dura.
Adotam os modismos que se propagam pela internet em todo o planeta, seja por meio de sucessos de bilheteria americanos, como “Jogos Vorazes” ou “Divergente”, ou a K-Pop coreana. Seu vocabulário é repleto de acrônimos e anglicismos.
Seus ídolos são astros da internet, como o sueco PewDiePie, comentarista de games que tem mais de 30 milhões de seguidores no YouTube.

Seus amigos
Seus amigos das redes sociais são tão importantes quanto os da vida real e, às vezes, acabam se encontrando pessoalmente.
Desde os 16 anos, até mesmo antes, frequentam páginas de contatos. Mais da metade dos Z considera que a autêntica vida social acontece nas redes, onde 84% têm conta registrada, segundo consulta da agência americana JWT. Para eles, é mais simples teclar do que falar.

Seus conhecimentos
Seus pais não foram capazes de ajudá-los com as novas tecnologias, então se acostumaram aos tutoriais no YouTube, a ser autodidatas. Integraram “o autoaprendizado permanente” ao seu cotidiano.
Viram caducar várias tecnologias como os vídeo cassetes, relegados ao universo das relíquias, assim com rádios, CDs e DVDs. Agora, tudo se faz na rede, onde veem qualquer coisa, inclusive violência e pornografia.

Múltiplas telas
Eles passam mais de três horas por dia na frente de telas, segundo o escritório de estudos americano Sparks and Honey. Sofrem de “FOMO” (“Fear of Missing Out”), o medo de perder alguma coisa, e odeiam a ideia de não estar conectados.
Não lhes basta consumir séries e filmes. Eles querem participar, criar seu canal no YouTube ou blogs de vídeo. Alguns adolescentes ficaram famosos desta forma, como o jovem humorista americano “Fred” (Lucas Cruikshan).
Estão em várias redes sociais, como Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter e Tumblr.
A maioria navega pela internet, enquanto assiste à televisão e pensa que a tecnologia torna tudo possível. Sua atenção é breve, mais que ler, escaneiam, o que às vezes provoca respostas superficiais às perguntas de seus professores.

Os Z e o mercado de trabalho
Entre 50% e 72% destes jovens querem criar sua própria ‘start-up’, segundo diferentes pesquisas. A palavra “empresa” evoca ideias muito negativas: “complicada”, “impiedosa”, “uma selva”. Saiba mais: A TOTVS fala sobre o empoderamento do consumidor da geração Z Patrocinado
Para vencer, confiam mais em sua “rede” de contatos do que nos diplomas e preferem uma organização horizontal à hierarquia. Nesta geração que quer se realizar, 76% gostariam de transformar seu hobby em trabalho.

Os Z e o futuro
Filhos da crise, eles têm critérios muito definidos com relação às suas escolhas profissionais. Na França, pelo menos salário, 25% elegeriam a empresa mais divertida, 22%, a mais inovadora, e 21%, a mais ética.
Desejosos de ter um impacto no mundo, gostam do voluntariado, praticada por um quarto dos jovens de 16 a 19 anos nos Estados Unidos.
A maioria dos Z se considera “estressada” com o futuro, que lhes parece sombrio, sobretudo para o meio ambiente e a economia.

Drogas, sexo e trabalho
Em festas, o uso de drogas impressiona: 61% afirmaram que consomem bebidas alcoólicas e 27% disseram que fumam maconha. “O uso do álcool nessa idade, tão precoce, é altamente prejudicial para o desenvolvimento neurológico da criança.
E tem mais um agravante. Famílias que têm uma predisposição para a esquizofrenia, por exemplo, o uso da maconha pode ser o primeiro elemento que vai desencadear o surto”, aponta a psiquiatra Maria Lucrécia Zavaschi.
O professor de matemática Régis Gonzaga, que trabalha com jovens há mais de 40 anos, diz que é urgente mudar os valores da sociedade. “Hoje, o menino que bebe, se já entrou em coma alcóolico, provavelmente é visto como herói da sala de aula. Nós temos que mostrar que ele é um babaca, que é um bobão, que ele vai morrer mais cedo, que na hora do sexo vai fracassar. Eu acho que nós temos que criar um outro tipo de modelo”, afirma o professor.
A pesquisa mostra ainda que os limites morais são confundidos pelos jovens. Do número participante do estudo, 39% disseram que roubar é algo que muita gente faz. E 13% acreditam ser normal. Para quem convive com a geração Z, isso é um reflexo do que eles se acostumaram a ver acontecer. “Toda a semana tem um escândalo e quantas dessas pessoas são punidas? É um país sem nenhum tipo de limite. E o que é pior, isso está se tornando uma regra”, completa o professor.
Mais da metade dos jovens entrevistados já fez sexo. Mas, quando usam proteção, o motivo é medo da gravidez – a preocupação com o vírus HIV não é algo tão presente nessa geração, aponta o estudo. “É que aids não tem muito na nossa idade. Não conheço ninguém que tenha”, justificou um participante do estudo.

Celulares antigos ajudam na produtividade e celebridades adotam objetos

Celebridades norte-americanas como a atriz Scarlett Johansson, Rihanna e a editora da Vogue, Anna Wintour, têm sido flagradas com celulares antigos, o que espanta quem acha que elas deveriam usar smatphones, os quais possuem recursos como WhatsApp, GPS e e-mail, por exemplo. Nos Estados Unidos as vendas desse tipo de aparelho antigo vêm crescendo nos últimos anos.
Com o uso de aparelhos antigos, aumenta a produtividade da pessoa, que não perde tempo averiguando mensagens, e-mails e redes sociais a todo momento. A era da conectividade traz informação a todo o tempo e acaba sufocando. Quando algo parece ser notícia, o celular apita e aquilo já se torna o velho.
Uma dica para aumentar a produtividade é o método pomodoro, que consiste em você programar um cronômetro, por exemplo, com 25 minutos (que equivale a “um pomodori”) e nesse tempo ficar focado em apenas uma tarefa.
Ao fim do tempo, o timer vai tocar e você pode fazer um pausa de 5 minutos. Durante um “pomodori”, você deve evitar qualquer interrupção, checar e-mail, atender celular etc. É um método simples e funciona como treinamento para o cérebro. Isso ajuda a definir que quem está no comando é a pessoa e não o celular.