Extorsão era comandada de dentro do presídio

2015-04-10_190211

A Polícia Civil do Tocantins, por intermédio da Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC – Palmas), com apoio da 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves/RS, deflagrou na manhã de segunda-feira, 6, a operação denominada “Perfil Oculto”. O objetivo da ação foi desarticular uma associação criminosa responsável pela prática de extorsão praticados via internet e que pode ter feito vítimas em vários estados. Durante a operação foram cumpridos três mandados, sendo um de prisão preventiva contra um homem de 37 anos, o qual é apontado como o chefe do esquema criminoso, bem como dois mandados de prisão temporária de duas mulheres de 30 e 32 anos, que davam suporte à prática dos crimes, cometidos no âmbito virtual. De acordo com o delegado Claudemir Luiz Ferreira, da DRCC, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo apreendidos 12 aparelhos celulares, 01 tablet, 01 balança de precisão, vários cartões de contas bancárias, além de R$ 2.500,00 reais. As investigações tiveram início no mês de abril quando um morador do Tocantins procurou a Divisão Especializada e informou que estava sofrendo extorsão por uma pessoa que ele havia conhecido por meio das redes sociais.

“Iniciamos as investigações e constatamos que os golpistas estavam exigindo a quantia de R$ 19 mil reais da vítima. Durante a investigação, também foi apurado que a associação criminosa era comandada de dentro do presídio estadual de Bento Gonçalves, por um detento de 37 anos, que era auxiliado por mais duas mulheres que estavam em liberdade e também participam dos golpes”, disse o delegado. Foi apurado que os investigados utilizando-se de perfis falsos na rede social Facebook faziam contato com as vítimas, em sua maioria do sexo masculino, e das conversas através das redes sociais extraiam fotos íntimas de chamadas de vídeos. De posse dessas fotos, os suspeitos passavam a ameaçar as vítimas e exigiam um valor em dinheiro para que não fossem divulgadas. Segundo o delegado Claudemir Luiz Ferreira, trata-se de uma investigação bem complexa que está em curso desde o mês de abril na DRCC de Palmas e só foi possível executá-la por meio da parceria firmada com a delegada Maria Isabel Zerman, da 1ª Delegacia de Bento Gonçalves. O número de apreensões ainda pode aumentar, pois há mandados de busca sendo cumpridos em uma unidade prisional do Estado, onde o suposto líder da associação criminosa encontra-se preso. A organização criminosa fez vítimas nos Estados de Tocantins, São Paulo, Paraná, Paraíba, Goiás e Rio Grande do Sul, sendo que em pelo menos um dos casos, a vítima efetivou o pagamento da quantia exigida pelos criminosos. Ainda segundo o delegado, ao final das investigações, os três suspeitos serão indiciados pelos crimes de extorsão e associação criminosa.