Estado tem crescimento na vendas do comércio varejista de móveis, mas amarga demissões

2015-04-10_190211

Apesar da leve melhora apresentada no mês de maio, o setor moveleiro voltou a sofrer com a instabilidade econômica em junho

Os dados divulgados pelo relatório do IEMI – Inteligência de Mercado apresentam um cenário econômico negativo para o setor moveleiro em junho. Além disso, pelo quinto mês consecutivo, o setor amargou com o aumento no número de demissões.
Na produção de móveis, o Brasil teve uma redução de 4,6% em volumes, alcançando 33,8 milhões de peças contra as 35,7 milhões de unidades em maio. O cenário também foi negativo no Rio Grande do Sul no mesmo período. Passou de 6,2 milhões para 5,7 mi de peças, o que representa queda de 7,3%. A produção na indústria de transformação diminui em 2,3% no mês, com recuo de 0,3% no ano.
O consumo aparente de móveis chegou a 33,6 milhões de peças, uma queda de 4,6% se comparado a maio. No Estado, a redução foi ainda maior, de 7,3%, com 5,5 mi de unidades.
As quedas atingiram, ainda, a participação dos móveis nacional. Os importados passaram de 2,5% para 2,3 % e os exportados de 3,1% para 2,9%. No Rio Grande do Sul, os móveis importados caíram de 1,1% para 0,9% no consumo interno e se manteve em 4,9% nos exportados.
A produtividade do setor de móveis igualmente sofreu redução. A indústria moveleira teve queda de 2% em junho e também de 2% no acumulado do ano. Já a indústria de transformação, apesar do recuo 0,1% no referido mês, teve alta de 3,1% no ano.
A geração de empregos sofreu retração de 0,1% no setor moveleiro nacional. No acumulado do ano, houve alta de 3,8%. Na indústria de transformação, a variação foi de queda de 0,1% no mês e alta de 0,6% a.a.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego – CAGED, pelo quinto mês consecutivo, houve saldo negativo de emprego, porque foram encerradas 123 vagas de trabalho no país, caindo para 230.268 postos. Panorama semelhante ao do Rio Grande do Sul, que teve queda no saldo de empregos com o encerramento de 252 postos de trabalho, consolidando 32.870 em junho.
A média salarial nacional no setor de móveis também sofreu retração de 5%, atingindo R$ 1.025,35. Na indústria de transformação, houve leve valorização de 0,9%, chegando a R$ 1.143,90.

Setor de vendas do comércio varejista de móveis
Já o setor de vendas do comércio varejista de móveis, apresentou crescimento no Estado, de 0,5% em volume e 0,3% em valores. No entanto, no acumulado do ano, os resultados permaneceram negativos para o varejo gaúcho, com queda de 15,4% e de 6,6% em valores de receitas.
A nível nacional, a queda foi de 8,6% em volume de peças e o mesmo percentual de 8,6% nos valores das receitas, se comparado a maio.
Para o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (MOVERGS), Volnei Benini, a instabilidade apresentada nos índices, a cada mês, é um reflexo direto da economia nacional. “Vivemos um período muito delicado, no qual as diversas variáveis econômicas impactam os números. Cada movimento do governo, desde as pequenas decisões políticas, tem consequência no comportamento de compra do brasileiro”, avaliou o executivo. “Nossa meta é seguir trabalhando com seriedade, pois acreditamos que – somente desta forma – poderemos melhorar os cenários”, projetou.