Estabelecimentos comerciais se reinventam para driblar a crise

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Reinvenção é a palavra de ordem no comércio durante e após o período de paralização das atividades econômicas em virtude da pandemia do novo coronavírus. Primeiro com as portas fechadas – e depois com restrições de funcionamento, muitos estabelecimentos buscaram alternativas para a manutenção de seus negócios. E o que parecia um cenário de ‘terra arrasada’, transformou-se em oportunidade de aproximação do cliente – para quem soube explorar os recursos disponíveis. Embaladas pela campanha ‘Abrace Bento’, idealizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves, muitas lojas se engajaram na ideia de promover ações que fomentassem o consumo de produtos e serviços locais. Esse é o caso da Center Luz Iluminação. Diante dos impactos provocados pela crise, o estabelecimento localizado no bairro Cidade Alta exercitou a criatividade e implantou o sistema de tele entrega sem custos para os clientes. “Estamos sempre nos reinventando e criando algo para vender. Melhoramos nossos canais digitais, com atendimento via WhatsApp, Instagram e Facebook, e estamos implantando uma loja virtual em nosso site, para vendas no e-commerce”, conta o proprietário, Giovani Carlet. Incentivando a ideia da compra no comércio local, os três pontos da Center Luz na região reabriram com quadro reduzido e seguindo as medidas preventivas, mas confiantes na retomada gradativa. “Trabalhamos com limitação de público, porém estamos com movimento normal de consumo do dia a dia, com ticket médio menor. Acreditamos que com essas medidas de segurança as pessoas podem retomar a vida e fazer girar a economia para que, assim, todos sigam seus projetos”, acrescenta.

Foco no relacionamento
Quem também aproveitou o período para explorar, de forma especial, as redes sociais foi o salão de beleza Jane Beauty, que permaneceu 15 dias sem receber os clientes. “Focamos em nos fixarmos na memória do clientes, com conteúdos digitais que apresentassem um passo a passo de coisas que eles poderiam fazer em casa”, descreve Janete Gregio, proprietária do estabelecimento.
Ela conta que a ideia sempre foi oferecer esse serviço como bonificação para a fidelização de clientes, sem pensar que o ensino de técnicas de auto maquiagem, por exemplo, pudesse afastá-los após a reabertura. “Não tivemos receio de perder com isso, pois já havia uma tendência do ‘faça você mesmo’. Defendo essa transparência nos processos como forma de nos conectarmos ainda mais, ganhando em credibilidade e retornos positivos”, reforça. A tele entrega também foi uma das alternativas encontradas pelo salão. “Lançamos um kit de coloração, para que a pessoa pudesse comprar a aplicar em casa. Então, fazíamos a entrega dos produtos e depois enviávamos vídeos de como utilizar – algo que mantemos após a reabertura”, comenta. “O retorno está lento. Em abril, trabalhamos com 30% da capacidade, já em maio e junho projetamos fechar em 50%. Um aumento está sendo almejado para julho, com 70%. Contudo, ainda estamos trabalhando com cautela, pois é um período de incertezas”, pontua.