Especialistas alertam: dispositivos de economia podem estragar eletrodomésticos

2015-04-10_190211

Provavelmente você já viu sendo comercializado pelas redes sociais, o Weletric, que é um aparelho que promete uma economia de energia de cerca de 30% em qualquer aparelho.
O dispositivo é colocado na tomada e o aparelho a receber a economia é plugado nele, o site de vendas do aparelho aponta que ele “fornece apenas a energia necessária para que seu equipamento funcione sem haver desperdício”.
O aparelho entrega ao eletro uma potência menor do que ele precisa para funcionar, por isso, traz uma economia. Por exemplo, uma lâmpada de 100W recebe apenas 80W durante seu uso. Mas, em longo prazo, esta economia pode vir com um alto preço, já que os equipamentos podem pifar.
No país, a tensão de energia que chega as residências, varia entre 127 ou 220 volts, e apresenta uma característica, que é a frequência, o sistema elétrico utiliza a chamada corrente alternada.
Esta corrente funciona em ciclos, que pode ser representado graficamente por ondas senoidais. A frequência se refere a essas ondas. O que o aparelhinho faz é usar de pequenas deformações dessas ondas para limitar o consumo de energia.
A questão é que ao fazer isso, ele contribui com a criação de ondas harmônicas de energia elétrica, e essas correntes harmônicas passam a somar-se à corrente original, fazendo com que ocorra um aumento nos valores de tensão e corrente, ocasionando na diminuição da vida útil dos aparelhos mais sensíveis a essas variações.
De acordo com João Carlos Lopes Fernandes, professor de Engenharia da Computação: “Pela característica do equipamento, ele deve trabalhar com ajustes de fator de potência. Este procedimento, quando utilizado sem os devidos cálculos, pode danificar os equipamentos eletroeletrônicos conectados a ele ou até mesmo aumentar o custo da conta”.
Por este motivo, os eletros que precisam de maior potência como geladeiras e ar-condicionados, podem não funcionar corretamente ou queimar devido às modificações feitas pelo Weletric, afirma o professor.

Como economizar
Para reduzir o consumo e economizar na conta de energia o professor afirma que não existem “fórmulas mágicas”, a mudança de hábitos continua sendo a maneira mais eficaz de pagar menos no final do mês. “Diminuir o tempo do banho, não deixar luzes acessas sem necessidade, usar lâmpadas de LED ao invés de incandescentes e otimizar o uso de equipamentos como máquina de lavar e ferro de passar são alguns exemplos de coisas que podem ajudar na redução”, conclui Fernandes.