Enem realiza primeira prova em Bento, sem divulgar número de alunos que fizeram prova

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Mais de 294 mil alunos realizaram a prova no Rio Grande do Sul

Cerca de 6,7 milhões de estudantes, dos quais 58,6% do sexo feminino, realizaram neste domingo em todo o país a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio 2017 (Enem 2017). Um total de 1.725 municípios sediam o exame considerado como principal porta de entrada para a universidade. No Rio Grande do Sul estavam inscritos pouco mais de 294 mil alunos. Como sempre, a movimentação foi intensa nos locais das provas de linguagens, ciências humanas e redação, cujo tema foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. A segunda etapa, com provas de ciências da natureza e matemática, será feita no próximo domingo, dia 12.
Em Bento Gonçalves, a situação não foi diferente em relação às demais cidades, com grande movimentação de candidatos antes do fechamento do portão, ocorrido pontualmente às 13h.

O tema de redação
A prova teve quatro textos motivadores diferentes. Um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação. Um terceiro mostrou aos candidatos uma lei de 2002, que determinou que a Língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.
Além disso, um anúncio do Ministério Público do Trabalho que, segundo o site do MPT, foi publicado em 2010, abordou um quarto aspecto da questão: o fato de surdos seguirem excluídos por causa do preconceito, mesmo que tenham a formação educacional necessária para entrar no mercado de trabalho.
O assunto surpreendeu professores, que afirmaram que o essencial para tirar nota alta é focar na inclusão. No Twitter, quem acompanhava o debate sobre os possíveis temas ficou frustrado, já que a princial aposta era que a redação fosse tratar de homofobia.

Dicas para não fugir do tema
Abordar diretamente a educação: O tema da redação não fala apenas sobre a população surda no Brasil, ela pede que o estudante fale especificamente sobre a “formação educacional” dos surdos. Por isso, candidatos que apenas abordarem a questão da marginalização dos surdos na sociedade em geral podem perder pontos pela fuga parcial do tema.
Inclusão é a palavra-chave: Para Saray Azenha, os argumentos dos candidatos, na hora de formular propostas de intervenção, devem passar pelo principal desafio em relação à educação dos surdos, que é inclui-los no sistema educacional. “Quando o aluno percebe que a palavra não é só surdo, tem que trabalhar o educacional, percebe que a escola precisa incluir, por esse mote ele vai conseguir fazer uma educação de qualidade.”