Enem 2018 tem 11% a menos de inscritos em Bento Gonçalves

2015-04-10_190211
11% a menos prestaram prova no último domingo. Um dos fatores da queda do númro de inscritos de 2.138 em 2017, para 1922 neste ano, é o fenômeno do hiato do 9º ano

Neste ano foram 1922 concorrentes, já em 2017 o número de candidatos chegou a 2138 e em 2016 foram 2959 alunos inscritos

 

O número de estudantes que realizaram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Bento Gonçalves em 2018 foi inferior a edição de 2017. Segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) neste ano foram 1922 concorrentes. Já em 2017 o número de candidatos chegou a 2138. Em 2016 foram 2959 candidatos. Em Caxias do Sul 8.384 pessoas estavam inscritas para prestar as provas, representando mais do triplo dos candidatos de Bento. Em todo o Rio Grande do Sul 606.002 alunos fizeram a prova.
Neste primeiro final de semana de prova os estudantes começaram a chegar no Campus da Região dos Vinhedos pouco antes do meio dia, quando faltava pouco mais de uma hora para o fechamento dos portões. A ansiedade e preocupação era visível no semblante de cada candidato, alguns deles considerados “veteranos” na prova.
A estudante Gabriela Milani Larentis, de 18 anos, que tem o sonho de ingressar no curso de medicina, fez o Enem pela terceira vez.
“Eu achei o mais difícil de todos que já fiz pelo fato de ter sido mais conteudista (um modelo bem diferente dos últimos ENEM’s) e acabou não dando tempo para conseguir concluir todas questões”, conta.
O tema de redação do Enem foi bastante elogiado pelos alunos, não deixando de surpreender. “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet” foi considerado um tema pertinente por parte dos alunos por ter ficado em evidência neste ano.
“Achei um tema bom, pelo fato de ter sido algo presente na nossa realidade, assim tínhamos vários conceitos para usar, por ser um tema que estava em pauta em vários textos”, conta Gabriela.
O estudante Gustavo Maciel,18 anos, fez o exame pelo segundo ano e disse que a prova foi relativamente difícil. De acordo com o jovem, o tema de redação o pegou de surpresa.
“A cada ano a prova se torna menos conteudista e mais subjetiva. Achei um tema improvável, tendo como base os temas de outros anos, que estavam abordando ultimamente preconceitos e determinados grupos oprimidos dentro da sociedade, mas bom em relação à atualidade, o mundo está realmente cada vez mais conectado”, diz.
O professor e diretor de um curso pré-vestibular de Bento, Vagner Cruz, acredita que a queda no número de alunos no Enem está aliado a dois fatores. O fato de não ser mais permitido a realização do exame por parte de treineiros e a questão envolvendo o 9º ano.
“Eu estive no campus do Carvi e conversando com alguns pais de filhos que fizeram o exame em outros anos, a impressão que se tem é que tinha menos alunos circulando. Aliado a isso quer dizer que até o ano retrasado o Enem aceitava os treineiros para fazer a prova. No ano passado e este ano não tem mais os treineiros, porque o custo era muito alto para fazer a prova para alunos que não iriam utilizar as notas. Isso foi cortado e agora quem faz o Enem são os alunos do terceiro ano, e aqui em Bento aliado a isso tem a questão do 9º ano, que reduziu a quantidade dos alunos”, explica.

A aplicação do Enem
A aplicação foi tranquila em todo o Brasil, sem ocorrências graves. Foram registrados 87 casos de interrupção de energia elétrica, mas em apenas dois locais de prova a aplicação precisou ser interrompida. Os casos são de Porto Nacional (TO) e Franca (SP): os participantes terão direito à reaplicação do primeiro dia, em 11 de dezembro, e deverão comparecer às provas do próximo domingo normalmente. Ao todo, 71 participantes foram eliminados (67 por descumprimento de regras gerais do Edital, dois por problemas após revista no detector de metal e dois por uso de ponto eletrônico).
A aplicação do (Enem) 2018 continua no próximo domingo, 11 de novembro, com as provas de Ciências da natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias. A prova do próximo domingo terá 5 horas de duração para resolução de 90 questões, 30 minutos a mais que no ano passado. Essa é uma das novidades da edição, que também ampliou, em cinco vezes, o número de detectores de ponto eletrônico. Os gabaritos e Cadernos de Questões serão liberados em 14 de novembro, no Site do Enem. Os resultados estão programados para 18 de janeiro de 2019.

Como estudar em Portugal pelo Enem
Considerado o maior exame educacional do país e uma das principais formas de acesso ao ensino superior no Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também é aceito em algumas instituições de ensino em Portugal.
Após alteração na legislação portuguesa, que permitiu que as universidades criassem processos seletivos para estrangeiros, várias instituições firmaram acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a fim de aproveitar os resultados do Enem para ingresso de brasileiros em suas graduações.

Adesão
O movimento começou no ano de 2014 e, desde então, só tem se intensificado. Atualmente, o Enem é adotado como critério de seleção de brasileiros em 27 instituições portuguesas.

Como se inscrever
Para concorrer a uma vaga em universidade portuguesa, os candidatos não devem ser nacionais de um Estado-membro da União Europeia ou residir legalmente há mais de dois anos, de forma ininterrupta, em Portugal.
Eles também precisam comprovar que concluíram o Ensino Médio. Geralmente, as instituições oferecem três prazos para inscrições, denominados de candidaturas. Elas são aceitas pela internet, exclusivamente, nos sites das universidades.

Processo Seletivo
Os inscritos são selecionados conforme o desempenho obtido no Enem. O ano de realização, as notas mínimas exigidas no Exame e os pesos específicos para cada área de conhecimento e curso variam conforme a universidade.
A escala de classificação portuguesa 0-200 é adotada em grande parte dos casos. Isso quer dizer que, neste caso, a pontuação do Enem, cuja escala é de 0-1000, será dividida por cinco.
Vale ressaltar que, em Portugal, o termo licenciatura é utilizado para se referir ao curso superior de forma geral e não ao grau universitário que dá o direito de exercer o magistério, como acontece no Brasil.