Embrapa promove dias de campo sobre manejo de inverno da videira

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A Embrapa Uva e Vinho promoveu nos dias 3 e 4 de maio de 2017, em Bento Gonçalves, dias de campo sobre manejo de final de ciclo para a prevenção de doenças, como a mancha das folhas e podridão descendente da videira. Na ocasião, também foram repassadas orientações sobre manejo de inverno e a poda das parreiras.

O manejo
Os tratamentos de inverno nos parreirais são fundamentais para impedir a instalação de doenças que podem se desenvolver durante a primavera.
Apesar de prática antiga e bastante conhecida ainda é pouco utilizada pelos viticultores do Rio Grande do Sul. Se os cuidados necessários não forem tomados já no inverno, quando a planta está dormente, essas enfermidades se proliferarão, atacando as frutas e provocando queda na produção, além de dificuldades de controle das doenças durante a safra.
Entre os tratamentos de inverno mais comuns, está a aplicação das caldas sulfocálcicas. A calda sulfocálcica é um preparado à base de enxofre em pó, cal e água, e elimina também cochonilhas que se alojam no lenho da videira, além de musgos, liquens, ácaros e as estruturas reprodutivas de organismos como os causadores das podridões da uva, míldio, antracnose e escoriose. Antigamente, o viticultor tinha que fazer a calda sulfocálcica em casa, misturando os ingredientes com água quente, em um processo um tanto demorado e que liberava um odor muito forte. Hoje, a calda sulfocálcica pode ser comprada pronta em casas agropecuárias, a preços bem acessíveis.
A principal justificativa do baixo uso da calda sulfocálcica no inverno é a corrosão dos arames de sustentação da videira, o que é bastante controverso. Quanto à corrosão dos equipamentos utilizados, é recomendável utilizar uma solução com vinagre a 10% para limpeza após o uso, evitando a corrosão.
Além do baixo custo e da eficiência no controle dos patógenos, a calda sulfocálcica é pouco tóxica ao homem e ao ambiente, quando comparada a outros produtos fitossanitários, sendo aceita por certificadoras de produção orgânica.
Na Serra Gaúcha, o principal problema encontrado pelos viticultores é a elevada umidade, que favorece as doenças fúngicas. Assim o tratamento de inverno é uma prática preventiva simples que poderia reduzir os problemas e melhorar a qualidade e a produtividade dos parreirais, além de diminuir os custos para o produtor de uvas e facilitar o manejo fitossanitário no verão.
A época para realização do tratamento de inverno é quando a planta está dormente e, a recomendação é de que seja realizada com clima úmido e pulverizando desde o colo da planta para alcançar os ramos lenhosos, o que pode ser feito com uma caneta, tanto com pulverizador costal, quanto tratorizado. De maneira geral, a diluição da calda sulfocálcica é de 10%, mas é recomendado que se procure orientação técnica devido à sensibilidade de algumas cultivares ao enxofre presente na calda.