Embrapa lança vídeo que ensina sobre o plantio da videira

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Panorama de mudas de videira
Na região de clima temperado, durante o inverno, a poda é o principal manejo do parreiral. No entanto, outra prática muito importante nesse período é o plantio das mudas de videira, que é realizado preferencialmente até o final da primavera. Esse período é ideal para fazer o plantio das chamadas mudas de raiz nua, comercializadas em estágio de dormência (sem a presença de folhas).
Buscando acompanhar as principais práticas recomendadas a cada fase do ciclo da videira, a Embrapa lança o segundo vídeo da série “Na Prática”, abordando o tema Plantio. Apresentado pelo engenheiro agrônomo Daniel Grohs, o vídeo traz as principais orientações antes, durante e após o plantio, que começa com a encomenda e escolha das mudas de qualidade, realizada geralmente no ano anterior.
O vídeo foi elaborado tanto para quem já é produtor ou para aqueles que querem começar na atividade, comercialmente ou no quintal da sua casa. Recomendações sobre os tipos de mudas, preparo da área e os cuidados após a brotação estão presentes e complementam as publicações: Guia Prático de indicações técnicas para o plantio de mudas de videira, Guia Visual para Avaliação de Mudas e Checklist para o plantio, lançadas previamente e disponíveis gratuitamente para download no Portal da Embrapa Uva e Vinho.
O lançamento do vídeo acontece durante o 3º Encontro para Capacitação de Viveiristas de Videira, que reúne cerca de 80 profissionais na Empresa de Pesquisa, em Bento Gonçalves (RS), com o objetivo de servir, em conjunto com as publicações, como um material técnico simplificado para qualificar ainda mais o desenvolvimento da cultura. “Pelos comentários dos participantes e o número de acessos e compartilhamentos, que impulsionaram imediatamente o vídeo, temos certeza que o material irá fazer a diferença no campo”, avaliou Grohs.
A série “Na prática” é uma realização da Embrapa Uva e Vinho e está sendo produzida a partir das principais demandas apresentadas ao Serviço de Atendimento ao Cidadão relacionadas à viticultura e à pomicultura. Não possui uma periodicidade definida, mas a expectativa da equipe é que sejam veiculados pelos menos mais dois vídeos até o final de 2019
O engenheiro agrônomo Daniel Grohs , no segmento do vídeo “O plantio na prática” apresenta informações os principais cuidados sobre a escolha, o preparo e o plantio de mudas de videira do tipo raiz nua, em condições de invernos bem definidos. Inicialmente o engenheiro explica o que é uma muda de raiz nua, que é uma muda que não vem acompanhada de solo, o ponto de enxertia, onde ocorre a união do enxerto com o porta enxerto e a cultivar copa. Esta muda ela é produzida tradicionalmente nesta região, onde há inverno, porque é necessário um ano para produzir esta muda. Isto leva a questão da época de reserva da raiz tipo nua. Esta muda precisa ser reservada com os viveristas, pelo menos um ano antes do plantio. ” Então, em meados do mês de setembro do ano anterior ao que pretende iniciar o plantio, o produtor deve procurar o viverista para fazer a reserva.”
A importância da muda de enxertada é a possibilidade de usar o porta enxerto mais adaptado para a região a que se destina. No rio Grande do Sul se utilizam porta enxertos resistentes a determinadas doenças de solo. ” É por isto que recomendamos a muda enxertada de porta enxerto e não as chamadas mudas em pé franco, que é a muda sem porta enxerto”

Época de plantio
No Rio Grande do Sul, que tem períodos de inverno bem definido, a época de plantio de mudas de raiz nua mais recomendada é a de final de julho a início de outubro. O que define o fim ou início deste período é o risco de ocorrência de geadas tardias. Quanto maior a ocorrência de geadas tardias, mas tarde deverá ser o plantio desta muda, para na eventual ocorrência de geadas, não cause danos nas mudas.

Qualidade das mudas
Depois de encomendar a muda, o ponto crucial é a vistoria da qualidade desta muda. A Embrapa trabalha com uma série de viveristas licenciados, que são indicados por apresentar mudas de qualidade superior, morfologica e sanitaramente avaliando.
Mesmo adquirindo mudas destes viveristas licenciados, o produtor deve fazer a vistoria de qualidade na muda. Em primeiro ligar deve ser avaliado morfologicamente o ponto de enxertia e o ponto de emissão de raízes. O ponto de enxertia deve ser plenamente soldado e resistindo ao teste da torção do caule, que o ponto de soldagem não deve se soltar, comprovando que não há fissuras que comprometam a sanidade da muda. Já no ponto de emissão de raízes, deve se observar se raízes de finas a médias estão circundando todo o caule. Outro ponto a observar é a distância do ponto de enxertia e o ponto de emissão de raiz que deve ter, em média de 20 a 30 cm, podendo ser maior, mas nunca menor. Esta muda pode já vir podada, tendo no máximo duas gemas na região da enxertia e as raízes devem ter de 10 a 15 cm de comprimento.