Embrapa desenvolve projetos que auxiliam a produção no campo, através de tecnologias digitais

2015-04-10_190211

Estão começando a ser implantados no país, um conjunto de tecnologias que permitem o monitoramento em tempo real de diversas áreas do campo, através de dinâmicas de comunicação máquina a máquina com diversas finalidades, a chamada Internet das Coisas- IDC.
Com a tecnologia, muitos mecanismos que aperfeiçoam a produção no campo são possíveis, dentre elas, o uso de um sensor que prevê se vai chover em uma propriedade, sendo possível definir o melhor momento de aplicar um defensivo agrícola.
Dentre os benefícios da IDC, está o monitoramento de equipamentos, sendo possível identificar o momento em que ele parou ou quebrou, garantindo uma manutenção mais rápida e eficiente.
É possível também inserir pequenos aparelhos no solo para ter indicadores para o plantio, como por exemplo, o nível de umidade e até mesmo soluções de irrigação inteligente que podem ser desenvolvidas de forma que avaliem o nível de água no solo, evitando desperdícios e resultando na diminuição de gastos.
Essas novas tecnologias trazem diferentes possibilidades na gestão da produção rural. Os satélites com serviços mais acessíveis viabilizam o monitoramento de lavouras, colheitadeiras modernas permitem saber a produtividade por talhão (unidade por área).
De acordo com Silvia Massruhá, chefe-geral da unidade de informática agropecuária da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa, embora várias dessas tecnologias estejam começando a ser adotadas no Brasil, o país ainda está em um estágio inicial no emprego de IDC.

Desafio
De acordo com uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet, o percentual de brasileiros conectados nos centros urbano chega a 80% e nas áreas rurais fica em 59%.
“O nosso desafio é o fato de que você já tem vários tipos de dispositivos. Mas não tem ainda estes conectados ou porque não tem conectividade no campo ou porque os dados são heterogêneos ou porque não tem forma de integrar em aplicação”, explica a chefe da Embrapa.

Projetos
Alguns projetos pilotos estão em desenvolvimento pela Embrapa em todo o país, dentre eles o monitoramento de pragas e doenças, através do monitoramento e previsão do clima com o uso de estações meteorológicas.
De acordo com Silvia Massruhá: “O sistema vai receber a data mais certa para aplicar o defensivo dependendo do clima, cruzando com dados da doença. Vamos medir se isso realmente ajudou a reduzir custo e aumentou produtividade”.
Outro projeto, envolve a otimização de formas denominadas no setor de “integração lavoura, pecuária e floresta”. Um produtor de soja, por exemplo, que planta durante três meses fica com a área ociosa no restante do ano, poderia encontrar outros usos para o solo, como o plantio de pastagem para a criação de gado.
Está sendo desenvolvido no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, um projeto piloto que busca otimizar a produção de leite, com procedimentos como o monitoramento da alimentação dos bois e a automatizando da ordenha.
Ao final dos testes, o leite será comparado com outros sem a adoção dessas tecnologias para avaliar se essas soluções geraram melhoria da quantidade e da qualidade do produto.

Políticas públicas
O Plano Nacional de Internet das Coisas, lançado em junho, tem o campo como uma das áreas prioritárias de atuação, embora tenha diretrizes genéricas sobre quais medidas serão adotadas por órgãos estatais para estimular essas tecnologias no campo.
Para especialistas sobre o tema, a agropecuária é uma das áreas que as tecnologias de Internet das Coisas vêm obtendo evolução mais rápida. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas – Abinc, Flávio Maeda: “Tem muito potencial no Brasil na parte de agricultura”.