Os donos de pets têm muito carinho e cuidado com os seus bichinhos, e a alimentação é um dos pontos que devem ser observados para garantir saúde e bem estar a eles. Entretanto, as indústrias de rações podem estar dificultando este cuidado, pois estão entregando um produto que não coincide com o que apresentam na embalagem.
Com o objetivo de analisar a composição das rações vendidas, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), realizou uma pesquisa com marcas de rações e constataram que os componentes delas não eram os apontados na embalagem, que muitas vezes apresentam em seus rótulos fotos de peixes e carnes nobres quando na verdade podem estar utilizando em sua composição somente um aromatizante que imite a carne.
Análises nas rações de cães
A pesquisa analisou 82 amostras de 25 marcas e o resultado demonstra que a maioria delas não tem em seus componentes os nutrientes apontados nas embalagens. Os proprietários dos pets compram as rações achando que estão proporcionando a seu bichinho um alimento com valor nutricional elevado, entretanto, as rações têm suas bases de milho e subprodutos da carne de frango.
Análises nas rações de gatos
Em relação aos gatos, foram analisadas 52 amostras de 28 empresas diferentes e foi identificado que mais da metade das rações têm em sua composição percentual de carboidratos superior ao recomendado, o que pode causar problemas no sistema digestivo dos felinos. Apontaram também que as rações úmidas apresentavam a proporção adequada de carboidratos.
O que fazer
De acordo com os pesquisadores, os consumidores deverão ler atentamente aos rótulos, além de olhar somente a foto e caso o pet apresente algum problema entrar em contato com um veterinário. É indicado também que o consumidor ligue para o Serviço de Atendimento ao Consumidor do respectivo fabricante da ração e solicite esclarecimentos caso haja alguma suspeita de que o produto e rótulo estejam em desacordo.
A pesquisa não divulgou a marca das rações, pois de acordo com os pesquisadores o objetivo era obter um cenário geral dos produtos comercializados e posteriormente proceder com pesquisas mais profundas, setorizando e mapeado todos os produtos de cada marca, além de analisar a capacidade digestória dos animais.
Legislação
A Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtores para Animais de Estimação, afirmam que as rações produzidas no Brasil respeitam os parâmetros nutritivos de 30% a 50% de proteína animal e 40% a 65% de proteína vegetal, os fabricantes devem colocar no rótulo os ingredientes utilizados na formulação de cada produto.