A missão da assistência técnica e Extensão Rural (Emater) é contribuir para a elaboração dos perfis das agroindústrias, projetos de crédito, sanitário e ambiental, na formação de beneficiários em gestão agroindustrial, boas práticas de fabricação e tecnologia de processamento dos alimentos, elaboração de rótulos, apoio à comercialização e a orientação nas legislações previdenciária, sanitária, tributária e ambiental.
Inclinação reforçada, atualmente, por a Emater/RS-Ascar ser a principal entidade executora das ações que oportunizam a agroindustrialização no meio rural gaúcho.
O resultado deste trabalho permite a inclusão dos agricultores familiares no processo de agroindustrialização e comercialização da sua produção de modo a agregar valor na matéria-prima produzida, gerando renda e oportunidades de trabalho no meio rural, garantindo a melhoria das condições de vida das populações beneficiadas.
Em Bento Gonçalves são 45 agroindústrias familiares, sendo 21 produzindo produtos à base de farináceos; 10 elaborando vinho, 7 produzindo produtos à base de frutas, como doces e geleias; 3 produzindo suco de uva , 2 de entreposto de ovos coloniais, 01 de destilados de cana de açúcar e 1 de processado de aipim.
O programa municipal de agroindústria familiar em Bento Gonçalves, fez 64 visitas em 2018 para orientação técnica, encaminhamento de documentação e para vistorias, é único no estado, já o programa Selo Sabor de Bento foi criado com base no Programa Estadual de Agroindústria familiar, desenvolvido com parcerias da Secretaria Municipal da Agricultura, Emater/RS-Ascar e Vigilância Sanitária.
Uma das grandes conquistas do programa de agroindústria familiar em 2018, foi a legalização da primeira agroindústria de produtos de origem animal, a Ovos Polônia, da família Herpich, voltada para a produção de ovos coloniais.
A Emater fez o acompanhamento, partindo da orientação técnica sobre a legalização do estabelecimento, visitação técnica a uma agroindústria no município gaúcho de Arroio do Meio, que serviu de base para o início da construção das estruturas físicas de galpão e agroindústria. Após a construção e encaminhamento da documentação necessária, o estabelecimento foi legalizado. Este processo demorou em torno de 11 meses. O estabelecimento está legalizado, e desfruta de ótimas oportunidades de comercialização do produto, como nas feiras livres do município. Segundo o técnico da Emater Neiton Bittencourt Perufo, já estão se alinhando outras oportunidades de comercialização dos produtos em outras frentes, como a aprovação para participar da Associação de Agricultores Familiares de Bento Gonçalves, que dará oportunidade de entregar seu produto à alimentação escolar do município.
Entrega de certificados
Em dezembro foram entregues os certificados de adesão ao projeto às agroindústrias familiares à Doces Gabbardo, de Paulo Luis e Noêmia Gabbardo que produz geleias e doces de frutas cristalizadas, como figadas e uvada e Nossa Horta de Daniela e Márcio Mezadri, se dedica ao cultivo de aipim e irá revendê-lo de forma congelada.
“Começamos informalmente, vendendo apenas para conhecidos. Com o Selo a gente pretende agregar mais valor aos produtos. Vamos ter uma segunda alternativa além das parreiras. O pessoal da Emater e Agricultura nos incentivaram bastante”, conta Márcio.
Para Paulo Gabbardo, a ideia de começar a produzir as geleias foi uma forma de aproveitar as frutas que antes eram desperdiçadas. “Nós começamos a aproveitar todas as nossas frutas, pois elas estavam caindo e perdíamos quase tudo. Aí veio a ideia de fazer, aproveitando as frutas que tínhamos em casa. O Selo para nós é uma marca do nosso produto de Bento. Esse selo vai nos ajudar, vamos vender mais, é algo muito importante. É um sonho realizado para nós, e graças a Deus conseguimos”, comemora.
Durante essa semana foram realizadas vistorias em todas as agroindústrias familiares cadastradas no programa Selo Sabor de Bento e no Programa Estadual de Agroindústria Familiar.
As fiscalizações são realizadas em conjunto, duas vezes ao ano, e têm por objetivo desenvolver atividades orientativas, fiscalizatórias, regulamentares e administrativas nas agroindústrias do município, de acordo com a Lei Ordinária nº 5.553, de 26 de Fevereiro de 2013.
Na ocasião, foram verificadas questões como higiene do local e do manuseio na preparação dos produtos, bem como as condições do espaço de forma a atender aos critérios técnicos exigidos. Em relação as que estão em processo final de regulamentação, também foram dadas orientações sobre as adequações necessárias a serem realizadas.
Durante três dias de trabalho foram vistoriadas as 35 agroindústrias estabelecimentos.
As vistorias foram realizadas pelos representantes da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura, por meio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Cristiano Selbach, Vinicius Ornelas Rosa e da Emater-RS/Ascar, Neiton Bittencourt Perufo.
