A educação nunca foi prioridade

2015-04-10_190211

A greve dos professores, que já perdura há mais de 45 dias, ainda não tem um desfecho programado. O Governo do Estado e o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) não conseguiram entrar em acordo depois de mais de um mês do início do impasse. Alunos da rede estadual, em específico que cursam o 3º ano do Ensino Médio, vivem dias de expectativa e medo, já que o final do ano se aproxima e os vestibulares não podem esperar.
Na tentativa de resolver a situação, algumas escolas cogitam oferecer serviço de recuperação de aulas no turno contrário. Mas a partir de quando? Em setembro, a Secretaria de Educação (Seduc) informou que as aulas não poderiam ser recuperadas nos sábados. Na última semana uma nova bomba caiu no colo dos alunos. O ano letivo deve terminar apenas em 14 de janeiro. Mas e o vestibular?
Sem conseguir absorver todo o conteúdo o aluno que não tem poder aquisitivo para fazer o reforço dos cursinhos pré-vestibulares vão ser os maiores prejudicados. O ano será perdido, pois as chances de aprovação serão mínimas.
A matrícula nas instituições superiores de ensino estarão garantidas através de atestados, no entanto o que desespera pais e alunos é a falta de todo o conteúdo para o bom desempenho das provas no vestibular. Os professores, por seu lado, exauriram as chances de negociações e, sem recursos para exigir o minguado salário em dia, estão em greve.
O discurso dos gestores sempre é colocar a educação em primeiro lugar. Só nos discursos. Tanto na esfera federal, quanto estadual, ou municipal a realidade é uma só: a educação nunca é prioridade. Aqui no município, para exemplificar, a verba destinada ao transporte escolar foi “ realocada” para a contrapartida da obra do terminal de passageiros de um aeródromo que não teve um só voo comercial este ano. Mas no discurso, a educação enche a boca dos políticos e os ouvidos dos bobos.