Drones ajudam a monitorar a produção

2015-04-10_190211

O II Workshop de Agricultura de Precisão na Fruticultura e Vitivinicultura, que aconteceu na primeira semana de julho na sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, apresentou como alternativa ao agricultor o uso da Agricultura de Precisão como forma de auxílio na produção agrícola. A tecnologia é aliada para especificar áreas geograficamente referenciadas e ainda, pode auxiliar a gestão do sistema de produção e a tomada de decisão pelo produtor sobre a área de manejo.
Foi debatido o uso das aeronaves não tripuladas (drones), também conhecidas por VANTs, para os produtores agrícolas. Segundo o pesquisador da Embrapa Instrumentação de São Carlos (SP), Lúcio André de Castro Jorge, os drones são “uma nova ferramenta, uma ferramenta fácil de estar sendo acessada pelo produtor, a um custo razoável, que você consegue monitorar o campo de forma completa”.
De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pela Associação Internacional dos Sistemas de Veículos Não Tripulados, o mercado dos drones vai movimentar 82 bilhões de dólares nos EUA em 2025. Só a agricultura deve representar 80% das vendas anuais de drones.
Por exemplo, a AGX Tecnologia Ltda., São Carlos, criada em 2002, utiliza a tecnologia ARARA para fins comerciais no Brasil, utilizando uma nova versão do VANT, desenvolvida em fibra de vidro e alumínio aeronáutico. Com 2,3 m de comprimento e 3,2m de envergadura e equipado com motor a gasolina de 40 cm³ e 4,8 cv. Conforme Jorge, que publicou um artigo sobre o tema em 2014, o uso de drone em agricultura de precisão tem focado no uso de sensores baseados na espectroscopia de reflectância, ou seja, em medidas da reflexão da radiação eletromagnética (REM) após interação com diferentes superfícies.
“Todo o sensoriamento remoto que se faz com satélites e aviões tripulados estão disponíveis nos VANTs. Os sistemas estão cada vez mais fáceis de operar e tornando-se viáveis para uso no campo”, explica na publicação.
O objeto pode ser utilizado em toda a safra. Na fase de pré-plantio pode realizar a topografia do terreno a fim de mensurar a área, dividir os talhões, planejar o escoamento da água da chuva, entro outros. Depois da plantação, o drone fornece indicadores qualitativos e quantitativos do plantio que vão avaliar a eficiência do plantio. Como a compactação do solo, falta de nitrogênio, ervas daninhas, propriedade do solo, irrigação, falhas no plantio, entre outros.
O VANT é dividido entre duas partes: a plataforma e o sensor embarcado. A plataforma transporta o sensor garantindo um voo estabilizado e seguro, enquanto os sensores (câmeras) capturam as informações do terreno.
Para o agricultor poder tripular um drone, ele deve ter o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). As regras foram sancionadas em maio, ou seja, são relativamente novas. O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial nº 94/2017 (RBAC-E nº 94/2017) da ANAC é complementar às normas de operação de drones estabelecidas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).
O regulamento define que os drones não podem voar além da linha de visada visual (BVLOS) ou acima de 400 pés (120 metros) acima do nível do solo. Cada drone deve ter um cadastro próprio, que pode ser feito através do portal http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/drones/cadastro-de-drones.
A aquisição do instrumento pode custar a partir de R$2 mil em média no país.