Dores Neuropaticas: o que é e qual o melhor tratamento?

2015-04-10_190211
Aline Rodrigues Personal Trainner (CREF 024163) Especialista em Atividade Física, Saúde e Quiropraxia │ Mestre em Ciência do Movimento Humano

No meu dia a dia me deparo muito com pessoas que reclamam de dor em várias partes do corpo. Na maioria das vezes são de origens musculares , mas em alguns casos nao tão raros essas dores são de origem neural, onde as queixas são constantes, levando as pessoas a se afastarem das suas atividades diárias. Essas dores ,quando de origem neural acabam por envolverem não só a pessoa acometida, mas sua relação interpessoal com a família, com amigos , filhos e trabalho.
Quando uma dor se estende por mais de três meses e está dissociada de uma lesão ou patologia , temos um quadro de dor crônica. Esse quadro poderá condicionar o indivíduo a limitar-se física e psicologicamente e o tratamento tradicional praticamente não funciona precisando de uma série de abordagens multidisciplinares onde encontramos o exercício físico como uma tentativa de reduzir a dor bem como proporcionar uma melhor qualidade de vida.
A OMS estima que cerca de 30% da população mundial apresenta dor crônica dividida em nociceptiva, ligada a uma lesão no tecido (ossos, músculos, tendões e ligamentos), visceral, que resulta de trauma, inflamação, infecção ou tumor em tórax ou vísceras abdominais, e dor neuropática, relacionada a uma lesão nos nervos.
Mas afinal o que é dor neuropatica ? A Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP), definiu a dor neuropática como dor causada por lesão ou doença do sistema nervoso somato sensitivo.É um tipo de dor crônica associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou seja, o cérebro, a medula espinhal ou os nervos periféricos (Sistema Nervoso Periférico-SNP). Há também a possibilidade de um trauma, como um acidente ou cirurgia, lesar os nervos levando a dor neuropática.
Sintomas relatados: sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas, choques, “formigamento” ou “adormecimento” (parestesia) de uma determinada parte do corpo .
Diagnosticado o caso , é preciso visar primeiro o tratamento possível da causa da dor neuropática, lembrando que estamos lidando com uma pessoa e não simplesmente com um sintoma, mas levando em conta o quadro de dor do aluno adaptando os exercícios às condições físicas e fisiológicas dele; melhorar sua percepção do corpo, assim como a resistência física, a capacidade cardiovascular e pulmonar, a coordenação e a capacidade para gerir o estresse.
Em resumo a dor neuropática geralmente leva a quadros de ansiedade e depressão. Dados clínicos indicam que pessoas com depressão apresentam diminuição no aprendizado, memória e funções cognitivas apresentando um volume do hipocampo reduzido. E a atividade física aumenta a produção de neurônios nessa área contribuindo para um efeito terapêutico no humor e na cognição.
O fato é que enquanto profissionais da área da saúde, temos que oferecer ao nosso paciente /aluno bem-estar físico, emocional e social, seja através de atividades lúdicas ou de condicionamento para que consiga ter um padrão de vida ativa mais próxima do “normal” possível, ou seja como se não estivesse acometido por doença ou lesão e principalmente sem dor.