Distúrbio do sono atinge quase 50% da população mundial e está associada ao estresse e transtorno de ansiedade

2015-04-10_190211
Os distúrbios do sono são aqueles que interferem na capacidade de dormir ou que causam sonolência durante o dia. Dormir menos pode afetar física e mentalmente, é o que alerta a Sociedade Brasileira do Sono

Segundo especialistas, a boa qualidade do sono é tão importante para a saúde do corpo quanto a alimentação e a prática de esportes

 

Alteração do sono, dificuldade para adormecer ou continuar dormindo. Adormecer em horários impróprios ou ficar longas horas a mais na cama. Esses são apenas alguns dos sintomas padrão relacionados aos distúrbios do sono. A dificuldade que nem sempre está associada a uma doença, segundo a Sociedade Brasileira do Sono, se é exagerada é o principal alerta para um problema crônico. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono se dão através de alterações de humor e de memória e de capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento.
Segundo especialistas, a boa qualidade do sono é tão importante para a saúde do corpo quanto a alimentação e a prática de esportes. Dormir menos pode afetar o indivíduo física e mentalmente, é o que alerta a Sociedade Brasileira do Sono em seu site. Com efeitos cumulativos, pessoas que sofrem com os distúrbios durante à noite acabam se tornando grandes candidatos a desenvolver doenças como hipertensão e diabete.
Atualmente, especialidades como neurologia, pneumologia, otorrinolaringologia e psiquiatria são as que mais atendem a população com problemas ligados ao sono. Identificar as causas das perturbações do sono, conforme alertam os médicos, é o primeiro passo a dar para combater o problema. Centros especializados no tratamento dos transtornos do sono, em Porto Alegre, já oferecem exames como a polissonografia (estudo do sono) que acompanha a evolução do sono do paciente. Este tipo de exame é normalmente indicado em caso de distúrbios respiratórios durante o sono, controle pós-tratamento da apneia obstrutiva do sono, alterações motoras e de comportamento durante o sono, síndrome das pernas inquietas e insônia.
Principais sintomas e tratamentos para os distúrbios do sono

Pernas inquietas
Característica: uma irresistível vontade de movimentar as pernas devido a sensações estranhas e desagradáveis que ocorrem principalmente à noite e quando o paciente se encontra em repouso. Tratamento: Pode ser prescrito o uso de medicamentos de acordo com as particularidades de cada paciente, principalmente no que se refere à idade, severidade dos sintomas e frequência dos mesmos.

Sonambulismo
Característica: sentar na cama e falar durante o sono, caminhar pelo quarto ou pela casa, andar de olhos abertos, ter dificuldade em ser acordado, não lembrar o episódio ao ser acordado, reagir de forma brusca, andar de braços estendidos. Tratamento: varia conforme a gravidade do caso e consiste em orientação, medidas comportamentais e medicamentos, porém, quando começa na vida adulta é preciso fazer um diagnóstico diferencial com outras patologias neurológicas.

Insônia
Característica: é um sintoma e não uma doença. Existem vários fatores que podem causar a insônia. Como exemplo é possível citar: má higiene do sono (incorreta programação consistindo de sono diurno freqüente, selecionando altamente variável hora de dormir ou subindo vezes, gastos excessivos montantes de tempo na cama; uso rotineiro de produtos contendo álcool, nicotina, cafeína ou, especialmente no período que antecede a hora de deitar; contratação de estimulantes mentais, ativantes fisicos, ou emocionalmente perturbadoras atividades muito perto da hora de dormir; uso freqüente da cama para outras atividades para além do sono (como assistir televisão, ler, estudar, merendas, pensamento, planejamento); falta de manter um ambiente confortável na cama), medicamentos, depressão, etc. Tratamento: Pode ser medicamentoso (indutores do sono ou antidepressivos em pequenas doses) em alguns casos, porém, a associação de tratamentos tem apresentado melhores resultados. Os tratamentos alternativos ao medicamentoso incluem higiene adequada do sono, psicoterapia e técnicas de relaxamento.

Bruxismo
Característica: ranger ou apertar os dentes inconscientemente, por longos e contínuos períodos. Tratamento: consiste em proteção dentária com placa de acrílico e uso de ansiolíticos ou antidepressivos.

Sonolência excessiva
Característica: episódios irresistíveis de sono profundo a qualquer hora do dia. Tratamento: medicamentos estimulantes.

Apneia do sono
Característica: sonolência, dificuldade de concentração, irritabilidade, sintomas de depressão, diminuição da libido, ronco, sudorese. Tratamento: depende da gravidade da doença, ou seja, se a doença for leve, o tratamento é a orientação de medidas de higiene do sono, a perda de peso (em caso de peso excessivo) e a avaliação das vias aéreas superiores (garganta, nariz) pelo especialista. Nas formas da doença, de moderada à grave, é usado um aparelho chamado CPAP (Pressão Positiva Contínua de Ar) durante o sono. Este aparelho é utilizado por meio de uma máscara nasal, onde a pressão de ar positiva mantém as vias aéreas desobstruídas.

Terror noturno
Característica: súbito alerta acompanhado por manifestações autônomas e comportamentais de medo intenso durante o sono. O paciente geralmente se senta na cama, fica não-responsivo a estímulos exteriores e, se acordado, está confuso e desorientado. Ocorre amnésia para o episódio, embora algumas vezes haja relatos de fragmentos de imagens oníricas vívidas muito breves ou alucinações. O episódio pode ser acompanhado por vocalizações incoerentes ou micção. Tratamento: é feito em geral com tricíclicos e/ou benzodiazepínicos, resolvendo a maioria dos casos.

A paralisia do sono
A paralisia do sono é um transtorno que ocorre logo após acordar ou no momento em que se está tentando adormecer e que impede o corpo de mexer, mesmo quando a mente está acordada. Assim, a pessoa acorda mas não consegue se movimentar, causando angústia, medo e terror.
Isto acontece porque durante o sono o cérebro relaxa todos os músculos do corpo e mantém-nos imóveis para que se possa conservar energia e evitar movimentos bruscos durante os sonhos. No entanto, quando acontece um problema de comunicação entre o cérebro e o corpo durante o sono, o cérebro pode demorar para devolver o movimento ao corpo, originando um episódio de paralisia do sono.
Durante cada episódio é possível o surgimento de alucinações como ver alguém ao lado da cama ou ouvir barulhos estranhos, mas isso apenas acontece devido devido ao excesso de ansiedade e medo provocada pela falta de controle do próprio corpo. Além disso, os sons ouvidos também podem ser justificados pelo movimento dos músculos do ouvido, que continuando acontecendo mesmo quando todos os outros músculos do corpo estão paralisados durante o sono.
Embora a paralisia do sono possa acontecer em qualquer idade, é mais frequente em adolescente e jovens adultos com idade entre os 20 e os 30 anos, estando relacionada com hábitos de sono pouco constantes e excesso de estresse.

O que fazer para sair da paralisia do sono
A paralisia do sono é um problema pouco conhecido que desaparece sozinho após alguns segundos ou minutos. No entanto, é possível sair mais rapidamente desse estado de paralisia quando alguém toca na pessoa que está tendo o episódio ou quando a pessoa consegue pensar de forma lógica no momento e foca toda sua energia para tentar movimentar os músculos.

Como evitar
A paralisia do sono tem sido mais frequente em pessoas com maus hábitos de sono e, por isso, para evitar que os episódios possam acontecer é recomendado melhorar a qualidade do sono, através de estratégias como:
Dormir entre 6 a 8 horas por noite;
Ir para a cama sempre na mesma hora;
Acordar todos os dias na mesma hora;
Evitar bebidas energéticas antes de dormir, como café ou refrigerantes.
Na maior parte dos casos, a paralisia do sono surge apenas uma ou duas vezes durante toda a vida. Mas, quando ela acontece mais do que 1 vez por mês, por exemplo, é aconselhado consultar um neurologista ou um médico especialista em distúrbios do sono, que pode incluir o uso de remédio antidepressivos como Clomipramina.

Sintomas de paralisia do sono
Os sintomas da paralisia do sono, que podem ajudar a identificar este problema são:
Não conseguir mover o corpo apesar de estar supostamente acordado;
Sensação de falta de ar;
Sensação de angústia e medo;
Sensação de estar caindo ou flutuando sobre o corpo;
Alucinações auditivas como ouvir vozes e sons não característicos do local;
Sensação de afogamento.
Embora possam surgir sintomas preocupantes, como falta de ar ou sensação de estar flutuando, a paralisia do sono não é perigosa, nem coloca em risco a vida. Durante os episódios, os músculos da respiração e todos os órgãos vitais continuam funcionando normalmente.