Diferente de Bento, mortes no trânsito reduziram no Estado

2015-04-10_190211

Diferente do cenário registrado em Bento Gonçalves, que no primeiro semestre de 2019 já se iguala ao número de mortes no trânsito de todo o ano de 2018, o balanço de acidentalidade no Rio Grande do Sul, divulgado pelo Detran- RS esta semana, demonstra uma redução de 7% em relação ao mesmo período de 2018.
De acordo com o levantamento, de janeiro a junho, foram 806 mortes nas vias do Estado, enquanto que no mesmo período do ano passado, haviam sido 865, representando uma redução percentual de 7%.
O pico de acidentalidade no Estado foi registrado em 2010, quando houve 1.147 mortes no trânsito somente no primeiro semestre. Com algumas inflexões nos anos 2014 e 2017, a redução dos acidentes nos últimos anos no Estado foram constantes.

Acidentes no Estado
Análise dos acidentes no primeiro semestre define as colisões frontais ou traseiras como responsáveis por 34,5% das ocorrências com mortes, seguidas pelos atropelamentos (23%) e das colisões laterais (12%).
Os automóveis são os mais frequentes nas tragédias, representando 36% do total de veículos envolvidos nos acidentes fatais. Relativamente à frota é um percentual é baixo, considerando que são 61% dos veículos em circulação. As motocicletas e motonetas, ao contrário, representam 17% da frota e foram 22% dos veículos envolvidos em acidentes fatais.
Fins de semana concentraram a maioria das ocorrências (51% se somadas as sextas, sábados e domingos) e o turno da noite foi o mais perigoso, acumulando 36% dos acidentes fatais. Cinquenta e oito por cento das ocorrências com mortes aconteceu em rodovias.

Vítimas
A maioria das vítimas fatais no trânsito no período de janeiro a junho deste ano estava na condição de condutor de veículo (27%). Somando-se aos 16% que morreram na condição de passageiros, quase metade morreu dentro de carros. Os motociclistas também preocupam, representeando quase 25% do total de mortes, assim como os pedestres (21%).
Seguindo um padrão histórico, os homens são os mais vitimados, representando 79% do total de mortes. Trinta e sete por cento das vítimas tinha entre 21 e 39 anos. Depois dessa idade a participação em acidentes começa a cair, voltando a crescer na faixa dos 65 aos 74 anos.

Avanço ameaçado
O resultado do trânsito menos violento da história recente vem ao mesmo tempo em que o uso de radares móveis nas rodovias federais é suspenso, medida que pode ameaçar parte do avanço que vem sendo conquistado no Estado.
Junto com o controle do álcool e do celular, do uso do cinto de segurança, cadeirinhas e capacetes, a gestão da velocidade é uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde para reduzir a mortalidade no trânsito.
“Os radares são instrumentos importantes para o controle da velocidade nas estradas,
Retirar os radares das rodovias é dar carta branca para os maus motoristas pisarem ainda mais fundo, provocando tragédias que seriam evitáveis caso houvesse algum tipo de controle.
Não há dúvidas de que os radares inibem o comportamento inadequado, e que a rigidez na punição é, muitas vezes, a única forma de ‘educar’ determinados motoristas”, avalia o diretor-geral do DetranRS, Enio Bacci.