Diabetes está no ar?

2015-04-10_190211

Estamos vivendo uma época na qual recebemos agressores ambientais de todos os lados. Eles são difíceis de se evitar e têm influenciado expressivamente o aumento de obesidade, diabetes, doenças cardíacas, Alzheimer, câncer, danos ao fígado e rins, asma, pneumonia e bronquite.

Além disso, geram dificuldades neurológicas e de aprendizado, disfunção reprodutiva masculina e feminina, e até defeitos congênitos.

Trata-se dos obesogênios xenobióticos, produtos químicos em sua maioria criados pelo homem e completamente novos para este planeta. O problema é que agora eles estão espalhados em nosso ambiente.

Como não fomos designados para metabolizá-los, nosso corpo não tem como lidar com eles. Estão presentes na água, no ar, nos alimentos e causamdistúrbios endócrinos, promovendo o crescimento das células adiposas com consequente acúmulo de gordura.

Por estarem presentes no ar na forma de poluentes ambientais, como metais pesados, são absorvidos na forma de micropartículas de fácil acúmulo no sistema respiratório e gástrico, antes de se alojarem em outras partes do corpo.

São também encontrados escondidos em embalagens de comida, especialmente nos alimentos não orgânicos, panelas antiaderentes, detergentes, cosméticos, loções, produtos com fragrâncias, sabonetes antibacterianos, medicamentos, brinquedos, tecidos, tapetes, móveis, colchões, materiais de construção tratados com antichamas, pesticidas e muito mais.

E, agora, um novo estudo sugere que respirar esse ar poluído aumenta o risco de diabetes por mais um fator:

Disbiose intestinal por alteração da microbiota, que induz o aparecimento dessa doença.

Isso causa danos nos receptores de insulina nas células e consequentemente resistência à insulina.

Conforme essa condição se torna mais severa, o pâncreas não consegue liberar insulina suficiente para compensar, instalando-se o diabetes tipo 2.

Isso ficou bem claro em uma pesquisa realizada na Universidade do Colorado, aonde testaram 101 adultos que vivem numa região da Califórnia altamente poluída. Observou-se que mediante essa exposição a níveis mais altos de material particulado, eles apresentavam menos diversidade microbiana em geral e muito mais disbiose intestinal, associados à obesidade e diabetes.

Como evitar essas toxinas perigosas

É praticamente impossível se livrar de todas as toxinas do mundo exterior, mas você pode melhorar a qualidade do ar dentro de sua casa.

Com isso você minimiza o que é muito frequente entre as pessoas com diabetes tipo 2, que apresentam níveis sanguíneos mais altos de obesogênios ligados a produtos domésticos comuns.

Veja as dicas:

1. Instale um filtro de água adequado. A água da torneira contém centenas de poluentes. Portanto, use um filtro de carvão ativado ou de osmose reversa, que retira contaminantes como metais, cloro, pesticidas e compostos orgânicos.

2. Cuidado com panelas. As antiaderentes contêm substâncias perfluoroalquílicas, ou PFAS, ligados à redução de taxa de metabólica e ganho de peso. A melhor opção é o aço inoxidável.

3. Guardar alimentos em recipientes de vidro em vez de utensílios de plástico.

4. Prefira alimentos orgânicos. São livres de transgênicos e pesticidas, o que poderia comprometer a sua tireoide, prejudicando a cognição e induzindo câncer.

5. Evite alimentos enlatados, por conterem bisfenol. Eles são estrogênicos e aumentam as células adiposas, o que dobra o risco de diabetes tipo 2.

6. Por conterem ftalatos, os alimentos embalados, inclusive os recipientes para viagem, podem comprometer o metabolismo de lipídios e carboidratos e promover ganho de peso.

7. Evite micro-ondas. Saiba que a presença de rótulo “seguro para micro-ondas” em produtos embalados não é confiável, porque os polímeros microscópicos quebram e penetram nos alimentos.

8. Reduza ao máximo alimentos processados, por conterem xarope de milho com alto teor de frutose, adoçantes artificiais e pesticidas, que também são obesogênios.

9. Troque os produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa. Opte por produtos naturais, sem químicos. Me refiro a sabonetes antibacterianos, xampus, condicionadores, dentifrícios, cosméticos, protetores solares e perfumes.

9. Atenção à poluição interna. Amaciantes de roupas, velas aromáticas, colchões, tapetes, móveis e eletrônicos contêm compostos obesogênios que se acumulam na poeira doméstica, prejudicando a função da tireoide.

10. Ventilar a casa. Abrir as janelas, o que gera uma boa ventilação reduzindo a concentração de toxinas no ambiente.

11. Evite compostos orgânicos voláteis (COV). São encontrados em muitos produtos domésticos como tintas, purificadores de ar e produtos de limpeza. Segundo um estudo recente, as mães expostas a esses compostos durante a gravidez têm maior risco de diabetes, tanto para elas como para seus filhos.