Descoberto novo tipo de demência

2015-04-10_190211
Segundo os novos achados, cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos apresentam o distúrbio

A doença de Late pode ser mais comum que o Alzheimer: muitos pacientes podem ter recebido um diagnóstico errado

 

De acordo com um estudo, publicado recentemente na revista Brain, a doença Late tem sintomas semelhantes aos do Alzheimer, como perda da capacidade de memória e pensamento, mas afeta o cérebro de maneira diferente e mais lenta.
Segundo os novos achados, cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos apresentam o distúrbio. Isso significa que muitos pacientes podem ter recebido o diagnóstico Alzheimer quando na verdade tinham doença de Late.
Esta descoberta pode ajudar a entender por que alguns testes clínicos recentes para o tratamento do Alzheimer falharam. Os participantes poderiam ter doenças cerebrais levemente diferentes. O erro no diagnóstico ainda indica que as formas de tratar a doença de Late diferem das utilizadas em pacientes com Alzheimer. Ou seja, novas pesquisas precisam ser realizadas para entender o problema e desenvolver um tratamento direcionado.

Alzheimer x doença de Late
De acordo com especialistas, há anos surgiam relatos de pacientes que não se encaixavam perfeitamente nos tipos conhecidos de demência. Isso inclui o Alzheimer, cujo principal indicativo é a formação de placas de proteína amiloide e tau no cérebro, responsáveis pelos danos às células cerebrais que levam à perda de memória. No entanto, a autopsia de diversos pacientes diagnosticados com o problema mostrou que eles apresentavam outros sinais, como a presença de uma proteína chamada TDP-43 – agora conhecida como o indicador da doença de Late.
O acúmulo da proteína TDP-43 afeta a memória e as habilidades de raciocínio do paciente. Por esse motivo, o novo subtipo de demência poderia ser confundido com Alzheimer. No entanto, essa proteína prefere certas partes do cérebro em que as proteínas relacionadas ao aparecimento do Alzheimer estão menos envolvidas.
Apesar disso, segundo os médicos, muitos idosos podem apresentar uma combinação das duas doenças neurodegenerativas, o que desencadeia maior declínio cognitivo. Diante disso, diversos cientistas acreditam que novos estudos devem buscar desvendar os mistérios que influenciam a atuação das proteínas que causam as diversas demências.