Desabamento de muro deixa Vila Nova sem ônibus há cinco dias

2015-04-10_190211

Moradores reclamam da dificuldades para ir ao trabalho, sem transporte público o há cinco dias. Secretaria de Obras promete solução imediata

O desmoronamento de um muro de contenção na Rua Aurélio Peruffo, no bairro Vila Nova, na última segunda-feira (22), tem causado transtorno aos moradores. O fato foi registrado na câmera de segurança de uma residência. De acordo com as imagens, às 14h um coletivo passa na via e instantes depois cruza com outro. Às 14h01, um veículo Peugeot trafega no local e o muro desaba em cima no pátio de uma propriedade particular.
De acordo com Fernando Santos, que vive na residência atingida há cerca de três décadas, ele já havia feito a notificação para a prefeitura de que o local corria risco de desabar. “Faltei vários dias de serviço para ir ao gabinete pessoalmente conversar com o pessoal da prefeitura sobre isso e fui ignorado. A tragédia poderia ter sido pior se tivesse acontecido no momento em que o ônibus passou”, lamenta o morador, colocando a culpa na “falta de desatenção da prefeitura”.
Santos teve prejuízo material, perdendo um veículo que ficou sob os escombros. “O carro é o meu instrumento de trabalho e sou autônomo, por isso preciso dele. Quero saber quem vai me ressarcir. A prefeitura vai me dar um auxílio? Vai me emprestar um carro? Eu tenho que comer, pagar a primeira parcela do IPTU, e se eu não pagar a incômodo será maior”, indaga.
Para o morador, o problema é além do desmoronamento. “Eles acabaram gastando dinheiro com outros lugares. No entanto, onde precisaria realmente de um auxílio é todo o bairro Vila Nova. Toda a rua Aurélio Peruffo está um caos, desde a parte do esgoto”, protesta.

Sem ônibus
Depois do desabamento, as linhas de ônibus foram impedidas de circularem no local. Uma residente, Lisiane Castro, afirma que para conseguirem sair de suas casas e irem ao trabalho, os moradores precisam ir à pé até a parada mais próxima, na Rua Carlos Dreher Neto. “Na Vila Nova 3, que é mais embaixo, o ônibus não pode descer e a outra rua de acesso é de paralelepípedo. O pessoal para trabalhar tem que subir a pé mais cedo e voltar a pé”, relata. A via mencionada por Lisiane é a Rua Arlindo Menegotto, na qual não é permitido o ingresso de veículos pesados, como caminhões e ônibus.
Para Lucas Neves, que reside no Vila Nova 3, a situação está bem precária. “Tem que subir esta lomba que é bem puxada. Chegando lá em cima, os ônibus não estão no horário que tinham que estar aqui embaixo e a gente tem que ficar esperando, abaixo de chuva”, conta.

O outro lado
Conforme a Assessoria de Imprensa da prefeitura, o muro “cedendo com o grande volume de chuva, causando estragos na via e num veículo, estacionado ao lado.Ao chegarem no local, as equipes da Prefeitura constataram que o proprietário havia recebido um Auto de Infração por parte dos fiscais do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), expedido em 10 de janeiro, baseado em Auto de Constatação da Defesa Civil, que alegou o risco de queda”.
Ainda, segundo a nota, “servidores da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas haviam escorado o mesmo, porém, o proprietário do imóvel removeu as escoras, alegando não conseguir ingressar no terreno com o veículo”.

A promessa da Secretaria de Obras
De acordo com o Secretário de Obras, Jairo Alberici, na próxima segunda-feira (29), começam as obras de construção de um muro de contenção, para impedir novos deslizamentos. “Vamos fazer essa obra porque tem muita gente precisando, pessoas que trabalham, além de que o fluxo de pedestres é bem grande”, afirma.
Alberici, no entanto, salienta que a responsabilidade do muro não é da prefeitura, mas do proprietário da casa, porque segundo ele, se trata de uma área particular. “Os moradores estão pedindo que a prefeitura resolva o problema, e nós vamos fazer a obra também porque tem um fluxo grande de veículos, por isso tivemos a iniciativa de fazer a obra o mais rápido possível”, enfatiza.