Crise leva população a diminuir gastos com alimentação fora de casa

2015-04-10_190211

Alto custo das refeições mudou hábitos e levou as pessoas a procurarem opções para garantir a alimentação durante o trabalho

Segundo uma pesquisa divulgada esse mês pelo Instituto Foodservice Brasil, por meio de dados da Consumer Reports on Eating Share Trends (CREST),a crise econômica que o país atravessa reduziu o poder de compra da população, e com isso, mudou também os hábitos de consumo na hora de garantir a refeição fora de casa.
Os consumidores ainda frequentam os estabelecimentos, claro, mas a procura diária diminui consideravelmente. O estudo apontou ainda que os brasileiros estão dando preferência a alguns alimentos específicos na hora de sentar à mesa, deixando de lado bebidas especiais ou itens de maior custo.
O hábito de comer fora de casa tem sofrido mudanças, mas mesmo assim, a falta de tempo e a vida moderna fazem com que mais de 34% das pessoas gastem com alimentação. Outro ponto interessante levantado no estudo indica que quanto maior a força de trabalho, maior é a incidência das pessoas se alimentando fora do lar. No Brasil, por exemplo, isso significa 56% da população, entre 18 e 49 anos, com uma média de gasto de R$ 13.

A vendedora Cleusa consegue almoçar em casa, mas passou seis anos levando marmita para o trabalho

E aqui no município, a realidade parece se alinhar com esses dados. Para a vendedora Cleusa Cigolini, 51 anos, o fato de morar próxima ao seu local de trabalho faz toda a diferença. “Isso me permite almoçar em casa todos os dias. Mas se eu morasse longe, traria comida de casa, com certeza”, afirma.
Cleusa acredita que o custo para almoçar fora de casa aumentou muito, e reservou a ida ao restaurante somente para os sábados. E acrescenta. “Trabalhei durante seis anos em outro local, que ficava longe e por isso, não conseguia ir p casa comer. Mesmo assim, levava marmita para o trabalho e conseguia economiza muito”, frisa.
Mas a vendedora está longe de ser a única que sente o peso dos preços das refeições. Para Viviane Gallina, 36 anos, que há 16 almoça fora de casa, a questão do custo dificulta muito, inclusive na hora de variar o cardápio. “Recebemos auxílio alimentação, claro. Mesmo assim, procuramos lugares que ofereçam um custo-benefício que valha a pena, porque ultimamente os valores aumentaram demais”, ressalta. Ela e boa parte da população descobriram que pesquisar preços vai além do supermercado e afirma que mesmo em meio à crise, sempre é possível economizar.