Criando os filhos na era das redes sociais: expô-los ou não?

2015-04-10_190211
Portrait of group of childrens taking a selfie in the park.

Uma das postagens mais comuns em redes sociais é a de pais que divulgam um gesto fofo dos filhos. Mas, por motivos de segurança, muitos internautas se mostram negativos a isso e alguns optam por não divulgarem o rosto das crianças. Afinal, aparecer ou não deveria ser escolha delas, não?
A prática de compartilhar fotos dos filhos nas redes se tornou tão popular que tem até nome: sharenting. O neologismo, resultado da fusão das palavras inglesas share, que significa compartilhar, e parenting, de pais, foi usado pela primeira vez em 2012, por um jornalista do The Wall Street Journal.
Muitos especialistas sugerem aos pais que se perguntem antes de reproduzirem alguma foto na rede: é constrangedor? Aquelas fotos do seu bebê no banheiro ou pelado em cima da cama podem parecer fofas. Mas será que ele vai gostar de tal exposição daqui a dez ou 20 anos? Responda com sinceridade para evitar problemas depois.

Porque não publicar fotos de crianças nas redes sociais
Os pais que publicam as fotos, não consideram que seja uma prática que possa trazer algum mal à família. Mas alguns perigos de fato existem, como o morphing, que é uma prática, segundo a qual, algumas pessoas copiam fotos tiradas da internet e fazem uma montagem fotográfica com uma foto pornográfica. Caso queira mesmo compartilhar, busque fazê-lo no modo privado, e não público, assim o alcance é menor e só mesmo os seus amigos terão acesso.
Outra dica é evitar expor fotos das suas crianças de biquíni, roupas íntimas ou até mesmo nuas, por mais bonitinho que pareça.

Exemplo constrangedor
A exposição virtual excessiva pode causar prejuízos às crianças, sobretudo quando as colocam em situações consideradas constrangedoras. E exemplos não faltam na rede. Um dos casos públicos mais recente foi o vídeo de uma menina que aparenta ter cerca de três anos e afirma querer um marido.
Postado no YouTube, a gravação mostra a mãe perguntando à criança por que ela está chorando e a menina responde que “quer um marido para não ficar para trás”. Na filmagem, é possível ouvir a mãe rindo, enquanto a criança chora. Ao final, a menina pede à mãe que não a filme mais.

Efeitos
Ainda não se sabe precisamente quais os efeitos dessa exposição exagerada dos filhos. Caso a criança em questão sente que houve uma violação da sua privacidade ou sofre algum tipo de bullying por conta da foto ou vídeo divulgado, é possível que ocorra retratação social. A criança pode ficar vulnerável a comentários maldosos, grosseiros e ser alvo de cyberbullying. Nesse tipo de violência, há sempre três personagens fundamentais: o agressor, a vítima e a plateia.

Crianças já utilizam redes sociais
Embora ainda não haja consenso entre os especialistas, muitos apontam consequências sombrias do contato excessivo das crianças com as novas tecnologias. A terapeuta canadense Cris Rowan, por exemplo, defende que o uso de tecnologia por menores de 12 anos é prejudicial ao desenvolvimento e aprendizado infantis.
Segundo ela, a superexposição da criança a celulares, internet, iPad e televisão está relacionada ao déficit de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade e problemas em lidar com sentimentos como a raiva. Outros problemas comuns seriam a obesidade (porque a criança passa a fazer menos atividade física), privação de sono (quando as crianças usam as tecnologias dentro do quarto) e o risco de dependência por tecnologia.
A primeira coisa que os pais devem fazer é se perguntar se eles mesmos não estão usando smartphones, tablets e computadores demais. Não adianta nada impor regras aos filhos e dar mau exemplo. Outro ponto é não estimular antes do tempo as crianças a manipulares os equipamentos. O melhor é deixar que elas mesmas demonstrem interesse e só depois disso os pais podem mostrar a elas como usar os aparelhos de forma correta.
Manter o diálogo e investir em atividades familiares é outra forma de ajudar os pequenos a não se tornarem dependentes da tecnologia. Hoje as crianças ficam muito tempo diante das telas, e deixam de se dedicar a atividades importantes como esportes, atividades culturais ou simplesmente uma conversa em família para ficar horas e hora assistindo à televisão ou jogando no computador.

Dia das crianças foi criado no país há 93 anos
O Dia das Crianças foi criado no país antes de ser comemorado no restante do mundo, através da ideia do deputado federal Galdino do Valle Filho, em 1920, e oficializada em 5 de novembro de 1924 pelo então presidente Arthur Bernardes. Somente entre 1955 e 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela, em parceria com a Johnson & Johnson, lançou a Semana do Bebê Robusto (intenção comercial de aumentar a venda de brinquedos nessa semana) é que a data passou a ser comemorada em 12 de outubro.
Já no restante do mundo, a data é comemorada em 20 de novembro, porque no mesmo dia, em 1959, a UNICEF oficializou a Declaração Universal dos Direitos da Criança. Japão e China os meninos celebram em 5 de maio, enquanto as meninas em 3 de março. Em Moçambique, é no dia 1º de junho para marcar o dia em que as forças nazistas, em 1943, assassinaram cruelmente muitas crianças pequenas. Na Nova Zelândia, aproveitando esse dia para passar mais tempo com a família e sem fins comerciais, essa lembrança ocorre no primeiro domingo de março.

Origem de alguns brinquedos
As bonecas foram criadas como estatuetas de barro na África e na Ásia, se transformaram em brinquedos há cerca de 5.000 anos no Egito. As casas para essas bonecas parecem ter tido sua primeira aparição na Alemanha, perto de 1.558 como um presente do Duque de Albrecht para sua filha mais velha. Conta-se que essa casa teria quatro andares e teria levado dois anos para ser construída com quarto de vestir, banheiro e outros ambientes. Até 1930, a maioria das crianças no Brasil brincava com bonecas de pano feitas por costureiras e carrinhos de madeira feitos em pequenas oficinas por artesãos.
As bolinhas de pedra, argila, madeira ou osso de carneiro foram as precursoras das bolinhas de gude. As mais antigas eram de pedras semi-preciosas encontradas em um túmulo de uma criança egípcia há 5.000 anos. Mas foi só no século XV que elas se transformaram em bolinhas de vidro (Veneza e Boêmia) e no século XVII de porcelana e louça. Foi através do Império Romano e suas conquistas que houve a disseminação de seu uso como brinquedo pelo mundo. No Brasil, elas são conhecidas por vários nomes (buraca, búrica, firo, bolita).
Já a bicicleta tem sua origem em 1790, conhecida como celerífero (celer=rápido e fero=transporte) por um conde francês (Sivrac), feita de madeira, sem pedais ou correntes, empurrada com os pés no chão. Os carrinhos de brinquedo apareceram ao mesmo tempo que os carrões originais, nos primeiros anos do século XX e o autorama em 1956, na Inglaterra, enquanto o primeiro trem elétrico em miniatura foi feito em 1835 por um ferreiro em Nova York.
No Brasil, a Metallurgica Matarazzo foi a primeira fábrica a fazer jipes, carrinhos e aviões de lata. A fábrica Estrela foi a primeira a produzir brinquedos em variedade e quantidade significativa, a partir de 1937, porque com a Segunda Guerra Mundial as importações foram dificultadas e a indústria nacional se desenvolveu em vários setores, inclusive na produção de brinquedos.
Assim também a caixinha de música (1170, Suíça), o bilboquê ou emboca-bola (século XVI, França), o pião (strombo na Grécia ou turba na Roma antiga), entre outros fizeram parte da história até chegarmos aos brinquedos de hoje.

Dicas de presentes para a garotada
As opções para as garotadas abrangem os mais diversos segmentos, porque hoje em dia gama é muito grande e podem ser presenteados tanto gomas de mascar até um carro elétrico infantil. O importante é dar uma lembrança (se não tiver dinheiro, aposte em um desenho ou livro para colorir, que tem o custo bem baixo) apenas para marcar o dia.
Os cuidados na hora de presentear são principalmente em relação à segurança dos pequenos, ou seja, se o brinquedo possui selo de certificação e se está adequado para a idade.