Crianças herdam a inteligência da mãe

2015-04-10_190211

A inteligência tem sido definida popularmente e ao longo da história, de muitas formas complexas. Algumas vezes antagônicas e, outras vezes, paradoxais. Partindo destas variantes, a inteligência é a capacidade de alguém para lidar com a lógica, a abstração, a memorização, a compreensão, o autoconhecimento, a comunicação, o aprendizado, o controle emocional, o planejamento, a resolução de problemas, a perspicácia, a prudência, a sensatez, a espera…

Sendo assim, todos nós somos portadores de inteligência. A diferença é que alguns a estimula um pouco mais que os outros.
Um estudo elaborado por um grupo de cientistas do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra e publicado em The Wall Street Journal mostra que herdamos os genes da inteligência de nossas mães. O estudo fala sobre o papel da seleção sexual na evolução da inteligência humana. Em declarações, um dos especialista da equipe, Hamilton Correia, explicou que “contrariamente à teoria atual, segundo a qual a inteligência é determinada por cerca de uma centena de genes”, os cientistas de Coimbra descobriram que afinal “existem apenas um ou dois genes responsáveis pela inteligência de cada um dos indivíduos e estes genes proveem da mãe”.

“A semelhança do que já se tinha verificado nos estudos com ratos, também nos humanos são as mulheres que transmitem os genes da inteligência aos seus filhos”, explica Hamilton Correia, adiantando que “se tivermos uma mãe inteligente temos 80% de possibilidades de também sermos inteligentes”.
Este trabalho, desenvolvido ao longo de dois anos, teve por base uma amostra de 66.598 casais portugueses. E revelaram que os homens dão uma importância maior à inteligência do que as mulheres. “As análises que efetuamos em relação aos casais portugueses mostram que os homens preferem se casar com mulheres até três vezes mais inteligentes que eles”.

O investigador esclarece, porém, que este estudo não vem afirmar que as mulheres podem ser mais inteligentes que os homens ou vice-versa. Trata-se apenas de um fator genético tal qual a produção de espermatozoides x e y que são determinantes do sexo da criança e quem os têm é homem e não a mulher.
“A média de inteligência geral não é diferente entre os dois sexos, contudo em casos extremos, verificam-se mais no sexo masculino, ou seja, existem muito mais gênios e deficientes mentais no sexo masculino”.

Os resultados do estudo efetuado pela equipe Coimbra revelam que “pode existir uma razão biológica para que o insucesso escolar seja sobretudo um problema do sexo masculino”.
Por conseguinte, e como explica Hamilton Correia, quando o gene da inteligência for mais pesquisado “muitos dos problemas associados a dificuldades cognitivas, como o insucesso escolar, poderão ser resolvidos”.