Corsan desmente Ministério da Saúde e nega presença de agrotóxicos na água potável

2015-04-10_190211

A Companhia Riograndense de Saneamento – Corsan se manifestou acerca da matéria veiculada pela Gazeta, que atesta a presença de agrotóxicos em todo o País, sendo detectados em Bento Gonçalves 13 fungicidas. A reportagem da Gazeta se baseou num levantamento feito em esforço conjunto com a Repórter Brasil, a Agência Pública e a organização suíça Public Eye, que fizeram um mapa interativo com os agrotóxicos encontrados em cada cidade. O mapa revela ainda quais estão acima do limite de segurança de acordo com a lei do Brasil e pela regulação europeia, onde fica a Public Eye.
A Corsan informou que toda a água que é liberada a população do Município é submetida a testes de qualidade baseados em parâmetros da legislação brasileira competente.
Na reportagem que a Gazeta divulgou na última terça-feira (23), apontando os 13 agrotóxicos detectados na água potável de Bento Gonçalves foi citado que dados são do Ministério da Saúde. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento. Ressalte-se que os testes não são divulgados de forma compreensível para a população, deixando os brasileiros no escuro sobre os riscos que correm ao beber um copo d’água.
Entre 2014 e 2017 as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. A análise da água de Bento Gonçalves detectou 4 vezes em 19 testes os agroquímicos Carbedazin, DDT, DDD, DDE, Diuron e mancozebe, 2,4D, Aldicarbe, carbofurano, clopirifós, metamidifós, parationa metílica, profenofós, tebuconazol, e terbufós.

Agrotóxicos de comercialização proibida
Os órgãos oficiais não conseguem explicar a presença de agroquímicos de comercialização proibida no país que aparecem nas análises que da água consumida em Bento Gonçalves como o DDT, que está presente 84% da água do Brasil: (28.011 detecções de 33.371 testes feitos em todo o país), o Aldicarbe, que está presente em 91% das águas potáveis 91% (24.477 detecções de 26.915 testes feitos em todo o país),o Carbofurano em 92% dos testes (26.155 detecções de 28.478 testes feitos em todo o país), Metamidifós encontrada em 90% das análises (24.051 detecções de 26.596 testes feitos em todo o país), Parationa Metílica encontrada em 85% das análises (25.566 detecções de 29.982 testes feitos em todo o país)
Mesmo assim, Marciano Dal Pizzol, gestor da Unidade de Bento Gonçalves, citando uma nota oficial veiculada pela empresa, informou que quando é detectado algum elemento na água que esteja em desacordo com as normas, é realizado novo tratamento até a neutralização da mesma e que novos testes são feitos até a comprovação de que a qualidade da água encontre-se dentro dos parâmetros, contrariando as informações das análises que a própria Corsan envia para o Ministério da Saúde/ Siságua.
Já a engenheira técnica, responsável pelas análises e liberação das estações de tratamento da Unidade de Bento Gonçalves, quando questionada sobre algum procedimento de retirada dos agrotóxicos da água, desacreditou as informações que a própria Corsan é obrigada a enviar para o Ministério da Saúde e garante que o município em todas as análises feitas, não tem histórico de presença de agrotóxicos superior ao nível permitido nas normas seguidas, e admite que nunca foram realizadas medidas na tentativa de neutralização dos mesmos.
Em resumo a Corsan desmente dados do Ministério da Saúde e não se compromete a fazer procedimentos que possam diminuir a presença de resíduos de agrotóxicos da água potável da cidade.