Coquetel de anticorpos previne em 87% evolução para caso grave da Covid

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Banlanivimabe e Etesevimabe devem ser administrados juntos, apenas em casos leves, em pacientes a partir de 12 anos, que não necessitam de suporte de oxigênio. Foto: Reprodução

Novo medicamento aprovado pela Anvisa é indicado em casos leves e moderados da doença

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de um novo medicamento para tratar a Covid-19. É uma combinação de dois anticorpos diferentes, da farmacêutica Eli Lilly, indicado em casos leves e moderados da doença. Segundo a professora de imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), Ana Maria Caetano, o medicamento preveniu em 87% a evolução para casos graves do novo coronavírus.

“Esse remédio é a combinação de dois anticorpos monoclonais, que são produzidos em laboratório e tentam imitar os anticorpos neutralizantes que faríamos naturalmente e que neutralizariam o vírus. O estudo de fase 3 mostra que ele é 87% eficaz, ou seja, preveniu em 87% a evolução para casos graves, como para hospitalização e necessidade de oxigênio”, disse Ana Maria.

Anvisa
A Anvisa autorizou na quinta-feira (13) o uso emergencial do novo coquetel contra a Covid. Banlanivimabe e Etesevimabe devem ser administrados juntos, apenas em casos leves, em pacientes a partir de 12 anos, que não necessitam de suporte de oxigênio. Não é recomendado para casos graves nem poderá ser vendido em farmácias. Só poderá ser aplicado em hospitais, ambulatórios ou clínicas, com prescrição médica.

O medicamento já está sendo usado nos Estados Unidos. O uso emergencial no Brasil foi aprovado por unanimidade, mas a inclusão no Sistema Único de Saúde depende de aprovação do Ministério da Saúde. A dose do novo coquetel sai por US$ 1 mil, R$ 5.300, menos que o Regn-Cov2, aprovado em abril, que sai por US$ 3 mil a dose e ainda não tem aval do governo para compra.