Copa do Mundo da Rússia tem maior índice de rejeição dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha

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Em pesquisa Datafolha, menos de 50% dos brasileiros afirmaram que irão acompanhar os jogos da competição. Brasil estreia na Copa no próximo domingo, em jogo contra a Suiça

Pesquisa revela que 53% dos brasileiros não pensam em acompanhar os jogos e que Seleção é apontada como favorita por 48%

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta semana, revelou que 53% dos brasileiros, ou seja, a maioria da população, não têm interesse pela Copa do Mundo da Rússia. Os demais se dividem entre aqueles que têm grande interesse pelo evento (18%), os que nutrem um interesse médio (18%), e aqueles com pequeno interesse (9%), além de 1% que não opinou. De acordo com o instituto, esse índice de desinteresse pela Copa é o mais alto já registrado para o evento, considerando tanto edições anteriores quanto a consulta sobre o interesse pela Copa da Rússia realizada em janeiro deste ano, quando 42% demonstravam falta de interesse pela competição.
O grau de desinteresse pela competição esportiva fica acima da média entre as mulheres (61%) e nas regiões Sul (59%) e Sudeste (58%). No Nordeste, por outro lado, fica abaixo da média (44%), assim como entre os homens (44%) e entre os mais jovens (46%). O trabalho de Tite à frente da Seleção Brasileira é considerado ótimo ou bom por 64% dos brasileiros, e ruim ou péssimo por 5%. Os demais avaliam o desempenho do técnico como regular (13%) ou preferiram não opinar (18%). Na comparação com o levantamento de janeiro, a aprovação de Tite teve oscilação positiva (era de 62%).
A Copa do Mundo de 2018 começou na quinta-feira (14), às 12h (horário de Brasília), com o jogo entre Rússia (país-sede) e Arábia Saudita, o único do dia. A seleção brasileira entrará em campo pela primeira vez três dias depois, no domingo (17), às 15h, em Rostov, diante da Suíça.

Favoritismo do Brasil cai
A Seleção é apontada como favorita para ganhar a Copa do Mundo por 48%, índice similar ao registrado em janeiro (47%). Na comparação com pesquisas Datafolha realizadas sobre o tema antes ou durante edições passadas da Copa do Mundo, o índice atual de favoritismo do país junto aos brasileiros é o mais baixo já registrado. Na sequência aparecem Alemanha (11%), Argentina (2%), Rússia (2%), França (2%) e Espanha (2%), entre outros com menor percentual. Há ainda 31% que preferiram não apontar nenhum time.

Reprovação de Temer é recorde
Especialistas aliam a falta de confiança nos jogos da Copa à instabilidade política nacional. Outra pesquisa Datafolha, por exemplo, indica que a reprovação do governo do presidente Michel Temer (MDB) bateu um novo recorde de impopularidade e agora é considerado ruim ou péssimo por 82% dos brasileiros, índice superior ao registrado em abril (70%) e o mais alto já registrado pelo Datafolha desde 1989.
Desde que assumiu, em julho de 2016, o índice mais alto de reprovação ao governo Temer havia sido registrado em setembro do ano passado (73%). A gestão do emedebista é aprovada, atualmente, por 3%, que o consideram ótimo ou bom (eram 6% em abril), e 14% avaliam o governo como regular (em abril, 23%).
Entre os mais jovens, a reprovação ao governo Temer atinge 87%, mesmo índice registrado no Nordeste. Na parcela dos mais velhos, com 60 anos ou mais, essa taxa fica abaixo da média (71%). De 0 a 10, o desempenho de Temer à frente do governo até o momento tem nota média 1,9, com a maioria (53%) atribuindo nota 0 ao presidente.

Baixa confiança do brasileiro
A última pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pontua que a confiança do brasileiro atinge também a área econômica. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) subiu para 102,2 pontos em abril, mas é 1,2% menor do que o registrado no mesmo mês de 2017. Mesmo com o aumento de 0,3% na comparação com março deste ano, o indicador continua abaixo da média histórica, que é de 107,9 pontos.
O Inec é um indicador que ajuda a antecipar variações na atividade econômica. Consumidores pouco confiantes tendem a diminuir as compras. Com a redução do consumo, aumentam as dificuldades de recuperação da economia. Mesmo com a leve recuperação, o Inec de abril mostra que a confiança dos brasileiros ainda está baixa. Segundo a CNI, há quase dois anos, o índice está oscilando abaixo da média histórica.

Como assistir aos jogos da Copa
Na contramão do resultado da pesquisa Datafolha e quiser assistir aos jogos da Copa, mas não puder assistir em frente a uma televisão, pode contar com outros meios tecnológicos para torcer (ou não) pelo Brasil. A primeira opção e a mais simples na hora de assistir aos jogos é ter um celular com TV digital integrada. Existem diferentes opções no mercado que oferecem a possibilidade de acompanhar a programação da TV aberta direto do celular. É importante ficar atento, no entanto, ao consumo de dados do dispositivo. A dica, nesse caso, é se conectar a uma rede Wi-Fi.
Outra dica para quem não quer trocar de celular e não possui TV integrada ao dispositivo é o receptor de TV para smartphone. O produto, que funciona como uma espécie de antena, garante o acesso à programação com o uso de um aplicativo. Aplicativos de streaming também devem transmitir os jogos da Copa ao longo da competição. Para isso, é necessário baixar um dos aplicativos das detentoras de direitos de transmissão das partidas. Mas preste atenção: o funcionamento dos apps pode elevar o consumo de dados do seu plano.
Se você não consegue parar para assistir aos jogos, mas deseja se manter informado, pode recorrer a um dos aplicativos que mostram em tempo real os resultados, como é o caso do app oficial da FIFA. Em inglês, ele pode enviar notificações sobre resultados, pontos importantes das partidas e até as escalações dos times.

Na edição do álbum da Copa do Mundo da Rússia, publicado pela editora Panini, foram encontrados 92 erros relacionados às 32 seleções que disputarão a taça (em média, 2,8 por time). Na seleção da França, por exemplo, os laterais Digne e Kurzawa, o zagueiro Koscielny, o meia Rabiot e os atacantes Lacazette e Martial estão presentes no álbum, mas não foram chamados pelo treinador Didier Deschamps.
Atrás da França estão Portugal, Argentina e Inglaterra, todos com quatro erros. Nos portugueses, o lateral Eliseu, os volantes Danilo e André Gomes e o atacante Nani foram convocados pela Panini, mas não chamados pelo treinador Fernando Santos. Sampaoli deixou de lado o goleiro Romero, o zagueiro Funes Mori, o meia Enzo Pérez e o atacante Icardi, todos com figurinha no álbum. Por fim, o goleiro Hart, o lateral Bertrand e os meias Oxlade-Chamberlain e Lallana estão apenas na seleção inglesa do livro ilustrado.
Talvez as duas ausências mais polêmicas, Sané e Nainggolan, que fizeram grande temporada no Manchester City e na Roma, respectivamente, ganharam suas figurinhas da Panini. No entanto, Joachim Löw, da Alemanha, e Roberto Martínez, da Bélgica, não convocaram os dois jogadores. Na seleção alemã, Can (Liverpool) e Götze (Borussia Dortmund) também se tornaram ‘erros’ da Panini. Na Espanha, ainda, Vitolo e Morata estão no álbum, mas não na Copa.
Com a seleção brasileira, a Panini quase repetiu seu melhor desempenho, obtido em 2014 quando apenas Robinho estava na seleção do álbum e não no Mundial. Giuliano tinha tudo para ser o único erro da publicação em 2018, mas Daniel Alves, com lesão no joelho, se tornou desfalque de Tite e equívoco no livro ilustrado às vésperas da convocação decisiva. Em 2010, foram três erros: André Santos, Ronaldinho e Adriano; em 2006, mais três: Roque Júnior, Renato e Júlio Baptista.
Assim como vitimaram nomes como Beckham, Ballack, Ribéry, Thiago Alcântara, Walcott e Reus em Copas anteriores, as lesões voltaram a ser responsáveis em casos que a Panini não tinha como adivinhar. Além de Dani Alves no Brasil, Danilo, de Portugal, Koscielny, da França, Romero, da Argentina, e Chamberlain, da Inglaterra, se tornaram equívocos após sofrerem lesões no fim da temporada e não conseguirem se recuperar a tempo para a disputa do Mundial.

 

 

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