Como o mundo vê o aumento dos incêndios florestais na Amazônia e as declarações de Bolsonaro sobre essa questão

2015-04-10_190211

Incêndios florestais têm destaques nas redes sociais e governo acusa ongs sem provas. Alemanha e Noruega suspendem repasse de quase R$ 300 milhões ao Fundo Amazônia e imprensa internacional não perdoa

As repercussões das queimadas que estão acontecendo na Amazônia, preocupa a todos os cidadãos, não só brasileiros, mas do mundo.
Com um nacionalismo troncho, o Palácio do Planalto faz bravata e manda recadinhos para o resto do mundo cuidar do seu próprio quintal, esquecendo que o Brasil não é um país rico que não depende do comércio exterior.
O certo é que o Brasil diminuiu drasticamente os investimentos dos órgãos responsáveis pelos cuidados com o pulmão do mundo e por outro lado abriu liberalidades para a extração de madeiras e corte de árvores para criar campos para gado.
Tudo isto e mais um pouco é o resultado deste grande imbróglio que o Brasil vem se atolando.
Nossa imagem é pessima dentro do país, mas fora, também não é das melhores.
Os defensores das medidas deste governo vão argumentar que não importa. Importa sim, pois nossos produtos que exportamos não vão ser bem vistos lá fora. Muitos países já sinalizam boicote aos produtos verde amarelos, e sem exportações para o resto do mundo quem sofre é o cidadão.
Sem políticas claras que incentivem o crescimento da indústria no mercado interno e com acordos, no mínimo, estranhos com mercados eurpeus, a economia nacional está indo para o brejo ( ou já está lá).
Não é só o corte dos recursos de países estrangeiros para o Fundo Amazônia – Alemanha e Noruega, que já anunciaram a suspensão dos repasses de quase R$ 300 milhões para ajudar na preservação do bioma é o todo que está ruindo.
O mais grave é que esse esvaziamento do Fundo Amazônia ocorre em um momento em que o desmatamento está em tendência de crescimento, e a Amazônia está próxima do ponto de colapso ecológico. O termo em inglês é tipping point. Isso ocorrerá quando a floresta ressecar devido às queimadas e desmatamentos, e não conseguir mais se recuperar. Como consequência, ela fica mais vulnerável ao fogo, e isso vira bola de neve que fortalece o aquecimento global. Esse é o cenário que se avizinha, e que é uma calamidade para o Brasil e para o mundo. É péssimo para o clima do planeta.
Em entrevista à BBC News Brasil, Salles diz que Amazônia precisa de ‘soluções capitalistas’,
Apesar do próprio INPE -Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – ter apontado alta do desmatamento na Amazônia sob o governo Bolsonaro.
Os alertas de desmatamento na Amazônia do sistema Deter, do Inpe, cresceram 278% em julho em relação ao mesmo mês de 2018. Em junho, a alta havia sido de 88%. A divulgação destes dados gerou a demissão do ministro que antecedeu Sales
O corte de árvores foi 66% maior em julho segundo o instituto de pesquisa Imazon. Já o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que utiliza outra metodologia, apontou para uma alta de 278% no mesmo mês.
O Brasil desmatou, em média, 20% da Floresta Amazônica, um percentual próximo ao ponto sem retorno. Para alguns cientistas, a floresta não conseguirá se regenerar se o desmatamento chegar a 40% da mata. Outros estimam em 25%.
O número de focos de queimadas na Amazônia cresceu 70% neste ano (até o dia 18 de agosto) na comparação com o mesmo período de 2018. Ao todo, o Brasil registrou 66,9 mil pontos, dados também do Inpe, “o grande produtor de dados sobre a Amazônia no mundo .
É o maior índice desde 2013, quando os dados começaram a ser apurados. O bioma mais afetado é o da Amazônia, com 51,9% dos casos.
Por outro lado o Presidente Bolsonaro está apontado o dedo da culpa para ONGS, índios e todos mais que não seja ele próprio.
Fizemos uma coletânia de algumas publicações estrangeiras sobre o assunto e outras nacionais que para você tirar a sua própria conclusão.;

Deutsche Welle – Alemanha
Na Alemanha, jornais noticiaram o que está acontecendo na Amazônia. A Deutsche Welle fez um levantamento sobre a repercussão do caso no país comandando por Angela Merkel, que recentemente decidiu suspender o repasse de recursos para o Fundo Amazônia por ser contra as políticas adotadas por Bolsonaro.

The New York Times – Estados Unidos
O jornal americano The New York Times aponta os fazendeiros como os grande devastadores de terras, que invadem áreas na região norte do país, que desmatam grandes espaços de floresta tropical. “O desmatamento na Amazônia aumentou rapidamente desde Bolsonaro, eleito em Outubro, assumiu seu cargo como presidente da República”, aponta o jornal.

The Guardian – Inglaterra
O jornal britânico The Guardian noticiou que Bolsonaro culpou ONG’s pelo aumento dos incêndios florestais na Amazônia, mas não trouxe dados para embasar sua afirmação.

CBS – Estados Unidos
A rede de televisão americana CBS noticiou as queimadas vistas em imagens de satélite obtidas pela NASA, agência espacial dos Estados Unidos. “Partes da floresta amazônica estão pegando fogo — e a fumaça pode ser vista do espaço”.

National Geographic – Estados Unidos
O site da revista americana National Geographic relacionou o aumento do número de queimadas às crescentes taxas de desmatamento na região amazônica. “As chamas são tão grandes que a fumaça pode ser vista do espaço”, apontando também para possíveis mudanças climáticas causadas pelos incêndios.