Como maquiar a realidade com troféus e “contabilidade criativa”

2015-04-10_190211

A prefeitura está distribuindo release que esta administração está entre as quatro melhores em qualidade de gestão.
No primeiro levantamento feito pelo Conselho Federal de Administração, onde diz que Pasin é um bom gestor, são avaliados somente terceirização, serviços básicos, informatização, articulação institucional, transparência (???), planejamento urbano, servidores per capita e número de comissionados.
O que importa – que são as contas públicas / investimentos / planejamento financeiro e gasto com pessoal -, a administração Pasin está com o pior índice em dez anos, segundo a conceituadíssima Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em estudo publicado em 2017.
Em entrevista exclusiva à Gazeta, em agosto último, o coordenador de Estudos Econômicos do Sistema Firjan, Jonathas Goulart, deixou claro que esta é a pior nota de Bento Gonçalves na análise desde 2007.
“O que levou a isso foi a redução drástica de investimento, mau planejamento financeiro e alto gasto com pessoal. O gasto com pessoal, por exemplo, tem aumentado desde 2012, ou seja, sobra menos espaço para investimento”.
“O IFGF traduz o que a população municipal já vê no dia-dia. O que temos observado é que é difícil reverter o resultado de um ano para o outro. Fatalmente nos próximos anos pode haver deterioração da infraestrutura urbana”, completa.

Duas prestações de contas do ano eleitoral
Com objetivo claro de lançar cortina de fumaça, já que as contas de 2014 não foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, fazendo com que o município perdesse milhões em verbas estaduais e federais, por não ter a certidão negativa, a assessoria de Pasin distribui, apressadamente, notas à imprensa destacando pontos que não estão apontados pelo TCE.
O ponto interessante é a “contabilidade criativa” do ano eleitoral que foi base do pedido de impeachment e protocolado na Câmara de vereadores, quando aparece nos dados ao Tribunal de Contas do Estado,( ainda não julgados) que Pasin descumpriu a legislação deixando restos a pagar nos dois últimos quadrimestres do ano de 2016
Surpreendentemente, o portal da transparência da prefeitura de Bento Gonçalves mostra outros números no mesmo período.
Os números não são iguais. No portal o valor é bem menor, indicando que há manipulação dos dados, ferindo a lei de transparência.
Como pode ser enviado dados ao Tribunal de Contas e publicar números mais benevolentes depois no site da prefeitura? Quem deve fiscalizar isto, já que os vereadores abriram mão do dever de fiscalizar as contas públicas, quando rejeitaram o pedido do advogado Claimer Acordi?
Numa clara demostração de querer maquiar a realidade no ano que lança “balão de ensaio” para se candidatar ao Palácio Piratini, Pasin usa de recursos para criar uma realidade que os números não expressam.