Como lidar com o comportamento rebelde dos adolescentes estabelecendo limites

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Estabelecer regras e dialogar com os filhos são algumas das alternativas para lidar com a rebeldia característica de jovens com idades entre 13 e 18 anos

Ver os filhos crescerem pode não ser algo fácil para os pais, que estavam acostumados a serem a grande referência e os protetores deles. Perceber que podem não precisar mais tanto de acompanhamento pode ser algo doloroso. Os pais participativos, que desejam que os filhos passem de maneira saudável por essa fase, precisam lembrar que a solidificação da autonomia, que deve ser construída desde cedo, é fundamental nessa faixa etária.
Os filhos precisam começar a ver e entender, na prática, as consequências de suas escolhas e o impacto delas nos outros e no ambiente. Antes de resolver algo por eles, procure devolver a responsabilidade com questionamentos como: “E o que você pretende fazer? Como pode lidar da melhor forma com isso?”.
Lidar com filhos rebeldes é um dos principais desafios que os pais enfrentam durante o processo de criação e condução das crianças para a vida adulta. Mães e pais sabem o quanto é difícil encontrar um equilíbrio entre repreender certos comportamentos ou ceder diante de algumas situações.
Quando os filhos atingem uma certa idade e começam a questionar determinadas regras, é comum que surjam alguns conflitos no relacionamento entre pais e filhos adolescentes. Esses problemas acontecem devido a mudanças comportamentais que, geralmente, são passageiras e fazem parte do próprio amadurecimento dos jovens.
Na tentativa de fazer o melhor possível pelos filhos, muitos pais os protegem demais e acabam criando indivíduos que apresentam grande dificuldade para lidar com frustrações e que agem sempre querendo ser o centro das atenções. Crianças que cresceram sem limites e que tinham tudo o que desejavam podem acabar pagando um preço alto na vida adulta, pois desenvolvem problemas para lidar com as decepções e não conseguem seguir regras ou ter autodisciplina.

Dicas para lidar com filhos rebeldes
A rebeldia é a dificuldade em aceitar a realidade da vida e saber lidar com limites e experiências negativas. Caso você tenha criado seus filhos mimados demais e agora enfrenta esse desafio, saiba que ainda dá tempo de corrigir alguns comportamentos e preparar seu filho para enfrentar a vida adulta de maneira mais saudável e harmoniosa. Confira como fazer isso:
Estabeleça regras
O jovem precisa entender que, para viver em sociedade, é preciso seguir diversas regras — que começam dentro de casa. Estipule horários bem definidos para as refeições, para os estudos, para o descanso e para a diversão. Seguir uma rotina organizada desenvolve o senso de responsabilidade nas crianças e adolescentes, e é fundamental para amenizar comportamentos rebeldes.
Não encoberte os erros
Entenda que seu filho está crescendo e precisa aprender a lidar com certas situações sozinho. Não tente continuar protegendo a criança para sempre, pois isso impede que ela viva a consequência de determinadas ações e situações.
Caso ele tenha sido reprovado em uma matéria, por exemplo, não tente encontrar culpados —como achar que o professor é rígido demais ou o método da escola não é o mais adequado. Essas atitudes acabam fortalecendo a falta de comprometimento do jovem e dificultam seu amadurecimento.
Converse e explique
Na adolescência as cobranças começam a aumentar e, ao mesmo tempo, novos hábitos se instalam na vida do jovem. Faça o possível para sempre conversar sobre todas essas mudanças, explicando os motivos de suas decisões para seu filho de modo que ele possa entender a forma como você conduz sua criação e estabelece as regras. Estabeleça um diálogo horizontal com seu filho, fazendo com que ele sinta mais confiança em se abrir e dividir as questões internas com você.
Maneire nas críticas
É preciso cuidado para não desenvolver uma relação de competição com os filhos rebeldes, em que vocês ficam vendo quem pode mais. Muitos pais acabam exagerando nas críticas e, com isso, estabelecem uma relação cheia de ruídos, tensa e rígida. Prefira fazer críticas construtivas e não se esqueça de elogiar os pontos positivos e os acertos do adolescente.

Dos 10 aos 15 anos
Na fase dos 10 aos 15 anos, o jovem tem muito com o que se preocupar: escola, esportes, fazer parte de um grupo, roupas. A concentração fica difícil, como se os circuitos estivessem sobrecarregados.
O corpo também passa por transformações desencadeadas pelos hormônios. As variações de humor são frequentes, há falta de confiança em si mesmo e ele tende a se ver como um fracasso e tem medo de arriscar.
Na escola, as exigências aumentam e é preciso se adaptar ao estilo de vários professores. Muitas vezes, o jovem começa a apresentar notas baixas.
É comum ainda o jovem não se importar com a bagunça do quarto, esquecer de fazer a lição, perder coisas e subestimar o tempo que leva para completar as tarefas. Você pode ajudá-lo. Comece revendo os horários. Será que está sobrecarregado? Proponha estratégias de organização. Evite ser crítica, passe a ideia de um trabalho em conjunto. Lembre a ele que isso vai proporcionar mais tempo livre.
Uma sugestão é fazer uma lista das tarefas para o dia seguinte, dividir aquele projeto escolar em etapas, que vão sendo vencidas aos poucos, e colocar um timer para limitar os minutos de conversas telefônicas. Ainda assim, antes de sair, não custa lembrá-lo de levar o livro da biblioteca.

Privacidade necessária
Não se preocupe se o seu filho prefere ficar no quarto do que sair com a família. Nessa fase, ele quer estar sozinho e é normal desejar independência. Procure buscar um meio-termo. Respeite a privacidade dele, mas não deixe de convidá-lo para os passeios familiares. Em casa, crie um espaço onde todos possam se reunir, nem que seja para ver o programa de que ele gosta.

Adolescentes infelizes
Nunca foi fácil ser adolescente. Seu corpo está se desenvolvendo (e provavelmente nunca foi tão estranho), os hormônios estão em ebulição e tudo que você mais deseja é envelhecer. Mas de acordo com um novo estudo, publicado na última terça-feira (23) pelo periódico Emotion, os últimos anos têm sido ainda mais complicados para quem enfrenta esta fase da vida. E o motivo é simples: a ascensão das redes sociais e dos smartphones.
Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa feita com jovens da 8ª série, 1º e 3º anos do colegial, conduzida desde os anos 90, chamada Monitoring the Future. O objetivo primário do estudo é entender a tendência no uso de drogas, mas uma das questões também envolve a satisfação dos jovens com suas próprias vidas, e é medida em uma escala de um a três – em que ‘1’ representa ‘não muito feliz’, 2 representa ‘bem feliz’ e 3 representa ‘muito feliz’. A amostra inclui mais de um milhão de adolescentes de 13 a 18 anos.
A análise surpreendeu os pesquisadores, que encontraram uma alta na autoestima e felicidade entre adolescentes durante os anos 90 e 2000, mas uma queda no bem-estar geral a partir de 2012. Neste ano, a média de alunos do 1º colegial ficou em torno de 2.06 enquanto, em 2016, caiu para 2.00. Apesar de representar uma mudança modesta, ela é mais abrupta (e maior) do que qualquer outro declínio visto nos anos anteriores.
A relação com os smartphones não surge de forma aleatória: 2012 foi o primeiro ano, nos Estados Unidos, em que mais de 50% dos americanos afirmaram possuir um aparelho – entre os adolescentes, o número chegou a um terço. Em 2016, o alcance subiu para três quartos.
Segundo a líder da pesquisa, Jean Twenge, professora de psicologia na Universidade de San Diego, o curto período em que a queda ocorreu torna a identificação do problema mais fácil. “A maior mudança na vida de adolescentes entre 2012 e 2015 foi a ascensão dos smartphones. É difícil pensar em qualquer outro aspecto que possa ter impactado tanto a vida destes jovens”, afirmou a americana ao site Gizmodo.
A teoria se sustenta ao analisar diferentes grupos de adolescentes e o tempo que eles gastam utilizando smartphones, assistindo TV e realizando atividades sociais. Especialmente entre alunos da 8ª série e 1º ano do colegial, o coeficiente de felicidade era menor dentre os grupos que passavam mais tempo utilizando smartphones.
Twenge se apoia em outro estudo para corroborar sua tese: em 2016, pesquisadores pediram que voluntários ficassem sem usar o Facebook por uma semana. O resultado? Eles ficaram mais satisfeitos com suas vidas e demonstraram emoções mais positivas.