Com rendimentos negativos, poupança não é bom investimento

2015-04-10_190211

Após o corte da Selic, as projeções apontam que quem depositar R$ 1 mil, deverá sacar após 12 meses,  R$ 998,00

Após mais uma queda na taxa Selic, as aplicações conservadoras na caderneta de poupança não são mais seguras, já que com os juros básicos da economia a 5,0% ao ano, as aplicações na poupança perdem para a inflação projetada para os próximos 12 meses.
De acordo com o relatório Focus, do Banco Central,  a inflação estimada para os próximos 12 meses é de  3,54% , o que significa dizer que, depositando  R$ 1 mil na caderneta de poupança, o poupador corre o risco de sacar, depois de 12 meses, um valor equivalente a R$ 998, já que os R$ 2 deverão ser absorvidos pela inflação.
A cada dez investidores brasileiros, oito investem na poupança, representando em outubro, R$ 818 bilhões em aplicações, o que representa 16% de recursos que são investidos em renda fixa.
Vale salientar que os investimentos de renda fixa são aqueles que têm regra de remuneração definida no momento da aplicação no título, ou seja, as pessoas podem prever a rentabilidade, antes de aplicar. A regra de rentabilidade da aplicação mais popular do País é 70% da Selic acrescida da Taxa Referencial (TR), que hoje está zerada. Com o corte de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros, o rendimento da poupança recua de 3,85% para 3,43% – 0,11% abaixo da projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial, do período.
Situação similar acontece com os fundos de renda fixa, chamados de fundos DI. Segundo cálculos da professora de economia Paula Sauer, da ESPM, todos os fundos da categoria com taxa de administração igual ou superior a 0,50% ao ano já perdem para a inflação, entregando na prática retorno negativo aos seus investidores.

Especialistas
Os especialistas apontam um momento de ruptura no cenário de investimentos. Com a indicação de novas quedas na Selic, dificilmente o retorno real de uma aplicação conservadora, descontados impostos e inflação, conseguirá ultrapassar 0,50% ao ano. Para uns o efeito deve ser diminuído por um alongamento dos prazos para sacar o dinheiro (com títulos que vencem em 20 a 25 anos), para outros, assumir risco dentro do novo mundo da renda variável será a opção imediata.