Com que idade as pessoas começam a ser maria vai com as outras

2015-04-10_190211

Desde pequenos somos instruídos a obedecer nossos pais, professores e pessoas mais velhas em geral. Mas quando exatamente começamos a fazer alg o só para ir na onda dos coleguinhas? Você lembra quantos anos tinha na primeira vez que foi maria vai com as outras? Se a resposta for negativa, sem problemas. A ciência descobriu.
De acordo com cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), é fato que todos nós somos suscetíveis à influência social. E, em um artigo publicado no periódico Proceedings of National Academy of Sciences, os pesquisadores cravaram a idade em que isso começa a pesar sobre nossas cabeças: 12 anos.

Estudos
Para chegar a essa conclusão, os estudiosos realizaram uma série de experimentos com 155 crianças que tinham entre 6 e 14 anos. Os cientistas colocaram cada voluntário para jogar um game no qual eles pilotavam uma espaçonave. Parte da atividade envolvia realizar manobras ao redor de buracos negros e, para fazer o movimento corretamente, as crianças precisavam determinar para que lado os buracos estavam girando. Em outras fases, era necessário decifrar ilusões de ótica.
Além dos desafios, cada participante era acompanhado por um conselheiro, que podia ser um adulto ou outra criança da mesma idade. A função dessa pessoa era palpitar sobre em qual direção os buracos negros estavam indo. Mas, sem os baixinhos saberem, às vezes o instrutor dava dicas erradas de propósito. Tudo isso para testar como os pequenos reagiriam.

Influências
Depois de concluir os experimentos, os pesquisadores averiguaram a média de obediência dos participantes. Eles perceberam que as crianças a partir dos 12 anos foram bem mais suscetíveis aos conselhos, mesmo quando sabiam que a informação estava errada. Nessa faixa etária, elas também demoravam mais para decidir se seguiriam a orientação. Já os mais novos tendiam a ignorar quase completamente as dicas e faziam o que bem entendessem.
Então, se você nunca entendeu ao certo por que passou a gostar mais de chocolate branco do que preto, tente se lembrar quem eram seus amigos quando você era pré-adolescente. Só não vale usar isso como desculpa para, ainda hoje, deixar de tomar suas próprias decisões – ou acreditar em qualquer fake news que aparece por aí.

Lados da moeda
Quando falamos em seres humanos, a lógica é parecida. Afinal, quem nunca circulou por aí em grupo por uma questão de segurança, para se proteger da violência nas grandes cidades, por exemplo? O problema é que, ao fazer isso, aparentemente surge em nós uma espécie de inconsciente coletivo, que nos leva a fazer coisas que normalmente não faríamos caso estivéssemos sem a proteção do grupo. Como brigar na arquibancada de um estádio de futebol, contra pessoas que nunca vimos antes na vida, por exemplo.

Nas redes sociais
As redes sociais também são uma grande manada. Muitas vezes temos uma opinião até um pouco diferente do grupo dominante, mas quando percebemos todos indo por outra vertente, passamos a questionar as nossas próprias convicções. O espaço da internet também funciona como um ótimo lugar para discursos de ódio protegidos pelo anonimato.
O problema é ela ser utilizada em um País que tem uma nação que não sabe fazer uso em especial das redes sociais e acabam por ir no embalo das demais Marias! Será que o reflexo da ascensão das redes sociais é apenas um modismo, ou talvez seja uma grande onda de influência do popular “Maria vai com as outras”? Você pode achar que eu esteja sendo rude, mas você já percebeu quantas falsas notícias são propagadas através das tais redes sociais pelo simples fato da pessoa ter preguiça de ir atrás da veracidade do que está compartilhando? E passando as falsas notícias indiscriminadamente para frente, acaba influenciado outras pessoas que como ela não vão atrás de saber a verdade, “comendo tudo com farinha”. Verdadeiras “Maria vai com as outras”. E isto é em todas as áreas, inclusive na política.

Como sair do modo automático
É necessário ter alguma maturidade emocional, no sentido de ficar consciente para pensar duas vezes e não fazer algo errado quando estiver em grupo. Só que é preciso atenção dupla: apesar de termos discernimento, isso acaba se diluindo sob condições agressivas como uma briga. Com isso, parar, pensar e se questionar é realmente necessário, na tentativa de entender suas motivações para tal atitude.