Com mais de 100 casos de câncer por ano, homens são foco do novembro azul

2015-04-10_190211

Neste ano, não só o câncer de próstata, mas a saúde do homem de uma forma geral é o foco da campanha

Com slogan “Homem que se cuida não perde o melhor da vida”, a Secretaria de Saúde iniciou o novembro azul, mês de alerta sobre o câncer de próstata.
Neste ano, os alertas recebem um caráter mais abrangente, o despertar dos homens para a necessidade de cuidar de sua saúde de forma integral.
De acordo com o coordenador da Saúde do Homem da Secretaria Estadual de Saúde: “existem hábitos arraigados, uma cultura de que homens não cuidam da própria saúde e é preciso mudar isto. Estes hábitos arraigados levam a adoecimentos que poderiam ser evitados ou amenizados. Depressão, por exemplo, é comum, mas geralmente não falada, não tratada. Tudo é velado”.
Os homens são os mais acometidos com vários tipos de câncer, no ano passado, de acordo com as informações do Departamento de Epidemiologia foram 109 vítimas de neoplasias e as mulheres, foram 61. Além do câncer de próstata, estão entre as maiores incidências o câncer de pulmão, garganta e esôfago, principalmente em função do fumo. As doenças cardiovasculares também são muito comuns. Para o coordenador Silva: “as tensões do cotidiano, o modo de vida, a falta de atividade física contribuem para os adoecimentos”, observa Silva. A população masculina, não está habituada sequer a verificar seus marcadores metabólicos como pressão, batimentos cardíacos e colesterol, acrescenta ele.
Ele manifesta ser fundamental esta mudança cultural, ao mesmo tempo em que é necessária a adoção de novos hábitos, como mais ingestão de água. “Tomar menos sucos, refrigerantes, bebidas alcoólicas”, diz. Também desenvolver atividades físicas, como caminhadas, ingerir menos açúcares e gorduras, e fazer atividades de lazer. “Estes são fatores importantes para alguém durar mais e com qualidade”.

Câncer de próstata
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens brasileiros por isso sempre foi o foco do mês de conscientização. As maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
No último ano, 12 bento-gonçalvenses faleceram em decorrência da doença. Sete deles com mais de 80 anos, três com idade entre 70 e 79 anos, e dois entre 60 e 69 anos, representando um percentual de 7.05% das mortes em decorrência de neoplasias em Bento.
De acordo com especialistas, a doença pode não apresentar (ou apresentar poucos) sintomas em sua fase inicial. Em alguns casos, os sinais são parecidos com os do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase mais avançada, o paciente pode ter dores nos ossos, sintomas urinários ou, nos casos mais graves, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Por este motivo, destacam a importância da prevenção e realização de exame de rotina. Os homens sem sinais ou sintomas, mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença, podem realizar com exames de toque retal e de sangue para avaliar a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico).
O exame de PSA é solicitado anualmente para acompanhar as alterações específicas da próstata. O resultado, quando alterado, pode indicar situações como inflamações, infecções, hiperplasia (crescimento benigno) e também o surgimento do câncer de próstata.
O toque retal e a dosagem do PSA servem para indicar a necessidade da biópsia da próstata (retirada e análise de fragmentos da glândula e única forma de confirmar uma suspeita de câncer). A realização de exames é recomendada quando há presença de sinais e sintomas, conforme preconiza o Ministério da Saúde.
O tratamento do câncer é feito através de uma ou de várias modalidades/técnicas de tratamento, que podem ser combinadas ou não. A principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso.  Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).