Com instalações precárias Escola Cecília Meireles pode fechar as portas em 2018

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Cecília tem 730 alunos diididos em três turnos

O pedido de R$ 1milhão para reformas é de maio de 2016, mas em junho de 2017 foi liberado somente R$ 150 mil, que ainda está na fase de projeto. A escola está com prédio interditado depois da queda de um raio no mês de outubro

O ano de 2018 é de incerteza para a Escola Estadual Cecília Meireles. Com um prédio interditado por causa de um raio que atingiu a instituição de ensino no dia 11 de outubro, toda a fiação elétrica foi comprometida e o local precisa passar por obras de reparos para a obtenção do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). No entanto, o valor necessário passa de R$1 milhão e os trâmites legais podem postergar o término das obras para depois do início do ano letivo, que é em março.
Segundo a diretora, Marilei Anderle, a escola ficou fechada por cerca de dez dias para a realização de reparos emergenciais. O Corpo de Bombeiros então emitiu provisoriamente a liberação dos prédios, exceto o atingido pelo raio, no dia 23 de outubro. Mas para regularizar a situação é preciso fazer o PPCI de toda a edificação da escola.
“Quando saiu a lei do PPCI nós já fomos atrás, e com a ajuda da 16ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE), entramos com um pedido em maio de 2016 para os reparos que seriam necessários para a liberação do plano. Recebemos uma verba de R$150 mil que está na conta de autônomia da escola, mas está ainda em fase de projeto na Secretaria de Obras do Estado e precisamos aguardar”, relata Marilei.
De acordo com a diretora, pelo fato da escola ser antiga, toda a estrutura precisa de troca de telhas, forros, calhas e fiação elétrica. Também está previsto incluir a colocação de para-raio no projeto, para evitar futuro s incidentes. “Um de nossos prédios está totalmente interditado. Mas o restante da escola também foi prejudicado, com disjuntores queimados, aparelhos eletrônicos e lâmpadas”, lamenta.
O prédio atingido pelo raio há duas semanas abriga sete salas de aula, cozinha, refeitório, acesso às quadras esportivas e laboratório de informática. Como está isolado, ainda não há como saber na totalidade o prejuízo. A diretora estima que provavelmente os trinta computadores usados pelos alunos tenham queimado. “Não sabemos como que está, porque não podemos entrar. Estamos em fase de adaptação”, explica. Como o refeitório ficou comprometido, os alunos recebem lanches alternativos, com a orientação da Secretaria de Educação.

16ª acredita em conclusão de obras até março
A Coordenadora Adjunta da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE), Margarete Bottega Tomazini, acredita que até março do próximo ano as obras na escola Cecília Meireles estejam concluídas. Mesmo acreditando na recuperação imediata do prédio interditado, Margarete lembra que o valor da obra ultrapassa R$ 1 milhão.
“A reforma foi solicitada há bastante tempo e vai demandar tempo e dinheiro para consertar todo o prédio. Por enquanto os alunos conseguem terminar o ano letivo”, garante. Ainda de acordo com Margarete, a Seduc está ajudando com profissionais. A coordenadoria de obras de Caxias do Sul também fornece ajuda à escola.

Incerteza de 2018
O Cecília Meireles, que conta com 730 alunos matriculados em três turnos, com educação infantil, fundamental, média e magistério, não corre o risco de não “existir” em 2018, conforme a diretora Marilene. “Em conversa com a 16ª, a escola não fecharia. Mas se não acontecerem as obras e o PPCI, a gente não tem como começar em março. A gente não tem expectativas sobre o início do ano letivo.
A escola não deixa de existir, mas há a possibilidade de não começar o ano letivo na nossa casa. Todos os trâmites legais fazem com que a gente talvez não tenha tempo hábil de terminar as obras em março. Nós vamos terminar o ano letivo de 2017, mas temos 2018 como incerto”, finaliza.

CPM realiza rifa para arrecadar fundos
O Círculo de Pais e Mestres (CPM) foi fundamental para que a escola voltasse a abrir. Foi com fundos financeiros do CPM que foram realizados os reparos de cerca de R$4 mil, devido à necessidade de que , com o dinheiro da escola, precisaria ser feito pelo menos três orçamentos diferentes, podendo levar mais tempo para a liberação.
Agora, o grupo está promovendo uma rifa, com números a R$3 que tem como objetivo ajudar em outros reparos. A equipe de reportagem entrou em contato com a Secretaria de Obras, porém, a pessoa responsável não se encontrava e não retornou a ligação até o fechamento da edição.

A queda do raio na escola
Na manhã de11 de outubro a Escola Cecília Meirelles foi atingida pelo raio que danificou as estruturas. Naquele dia (em virtude do ocorrido) as aulas foram suspensas.
Quando o raio atingiu a escola, os vidros de uma sala de aula estouraram com o impacto. Naquele dia o Corpo de Bombeiros analisou a estrutura e fez uma avaliação preliminar do local. O prédio azul, um dos principais da instituição foi isolado.