Colesterol alto? Cortar as gorduras pode não ser uma boa ideia

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Por conta do medo do colesterol, nas últimas décadas houve o crescimento espantoso de uma verdadeira “gordurofobia”. As pessoas simplesmente resolveram excluir das suas dietas gorduras naturais – que na verdade são boas para a saúde.

Agora, uma nova luz vem de uma publicação recente do BMJ Evidence-Based Medicine. E ela diz respeito às pessoas que tem hipercolesterolemia familiar, uma doença genética que faz com que seus níveis de colesterol sejam de 2 a 4 vezes mais altos do que o de indivíduos saudáveis.

Como você deve imaginar, para essas pessoas – assim como para o resto da população – se vem indicando a redução de gorduras de carnes, ovos, leite e também do óleo de coco. Mas uma equipe internacional de pesquisadores decidiu revisar se essas diretrizes eram de fato eficientes. E o resultado você já pode imaginar…

Não corte as gorduras!
Segundo os pesquisadores, não foram encontradas evidências que apoiem que cortar as gorduras funciona, mesmo em pessoas com hipercolesterolemia familiar. Mas então, o que se deve fazer? Quem explica é o Dr. David Diamond, professor e pesquisador de doenças cardíacas da Universidade do Sul da Flórida:

“Nos últimos 80 anos, as pessoas com hipercolesterolemia familiar foram instruídas a diminuir o colesterol com uma dieta baixa em gordura saturada. Nosso estudo mostrou que uma dieta mais ‘saudável para o coração’ é baixa em açúcar, e não em gordura saturada”.

Isso vem de encontro com muitas outras pesquisas recentes. Todas apontam que são os carboidratos que aumentam os riscos de doenças cardíacas, diabetes e obesidade – e não as gorduras.

É claro que nem toda gordura é igual. As boas são aquelas naturais, como gorduras de animais criados a pasto ou peixes selvagens de águas frias. Dentre as vegetais, azeite de oliva extravirgem e óleo de coco são as melhores opções.

É claro que há gorduras que devem ser evitadas. São aquelas refinadas, vendidas engarrafadas nos supermercados, como óleo de soja, canola e milho. Elas são pró-inflamatórias, e sabe-se que essa inflamação silenciosa é uma das principais causadoras das doenças do mundo moderno. Essas sim, você deve evitar.

A dieta verdadeiramente saudável é aquela similar às dos nossos antepassados. Eles evoluíram caçando e se alimentando de gorduras naturais, que eram sua base energética. É a chamada dieta keto, que privilegia gorduras, proteínas em moderação, vegetais folhosos em abundância e carboidratos em menor quantidade possível.

Quando você passa a metabolizar em cima de gorduras, ficará mais saciado. Terá energia por mais tempo e não precisará fazer vários lanchinhos durante o dia. Nem é preciso dizer que é isso que faz a diferença na balança e consequentemente na saúde.