Cepa B.1.1.7 que causou novo lockdown na Inglaterra preocupa especialistas no Brasil

2015-04-10_190211

A Inglaterra e a Escócia determinaram uma quarentena total para tentar controlar a disseminação da Covid-19, que está acelerando com o avanço de uma cepa do novo coronavírus que é 70% mais contagiosa do que a que circulava inicialmente. A variante, descoberta em 14 de dezembro no Sudeste inglês, já foi identificada em outros países, inclusive no Brasil — o governo de São Paulo nesta segunda-feira (4) que dois pacientes da capital foram infectados por esta linhagem do Sars-Cov-2.

Na Inglaterra, escolas e universidades serão fechadas, com o ensino sendo transferido para o modo remoto a partir desta terça-feira (5). O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que os hospitais do país estão passando pelo momento mais difícil da pandemia. As internações cresceram 30%, e o número de mortes aumentou em 20% na última semana.

A população inglesa só poderá sair de casa para fazer compras essenciais, praticar exercícios, trabalhar caso seja impossível fazer home office e em outras poucas exceções.

— Com a maior parte do país já sob medidas extremas, é claro que precisamos fazer mais juntos para pôr essa nova variante sob controle — disse Boris Johnson, em pronunciamento pela televisão.

Pelo menos até fevereiro

O primeiro-ministro informou que, se o cronograma do programa de vacinação correr conforme o planejado e o número de casos e mortes responderem ao confinamento como esperado, deve ser possível relaxar a quarentena até meados de fevereiro. No entanto, ele mesmo afirmou que é necessário ter cautela quanto a esta previsão de prazo.

Na Escócia, a primeira-ministra Nicola Sturgeon afirmou que a variante do vírus responde por quase metade dos novos casos no país. Ela também anunciou que a população será obrigada a ficar em casa a partir desta terça-feira, sendo autorizada a sair apenas por motivos considerados essenciais

O governo de São Paulo confirmou nesta segunda-feira que amostras de novo coronavírus coletadas em dois clientes do laboratório Dasa são mesmo da cepa B.1.1.7. Esses casos se tornam assim, oficialmente, os primeiros identificados no Brasil dessa variante mais contagiosa que foi detectada inicialmente na Inglaterra e já foi encontrada em diversos outros países.

A análise do material genético foi feita no Instituto Adolfo Lutz, que pertence ao governo paulista, após a rede Dasa dar um alerta, em 31 de dezembro, e fornecer as amostras também para estudo nos órgãos de vigilância sanitária. Os dois infectados com a nova linhagem do vírus — uma mulher de 25 anos e um homem de 34 — tiveram contato com pessoas que passaram pela Inglaterra recentemente.