Censo Agro 2017 revela perfil agropecuário do Rio Grande do Sul

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Mais de 248 mil pessoas deixaram de trabalhar no campo, segundo IBGE

 

O Censo Agro 2017 traçou o perfil do agropecuário do Rio Grande do Sul, além dos outros estados brasileiros. As coletas iniciaram no ano passado e ainda estão sendo feitas e levantadas, mas a prévia já revelou alguns dados importantes. Segundo as informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana, o censo identificou, até o momento, 365.052 estabelecimentos agropecuários no Estado, em uma área total de 21.680.991 hectares. Em relação ao Censo Agro 2006, essa área cresceu 6,7% apesar da redução de 17,3% no número de estabelecimentos.
Entre os estabelecimentos com 1.000 ha ou mais, houve aumento 697 estabelecimentos, de 2.843 estabelecimentos para 3.540. Sua participação na área total passou de 27,2% para 33,3% de 2006 para 2017. Já os estabelecimentos entre 100 e 1000 ha viram sua participação na área total cair de 39,3% para 38,4%.
O Rio Grande do Sul teve 7,2% do total de estabelecimentos agropecuários recenseados no Brasil, sendo o quarto estado com maior número (seguindo a Bahia, Minas Gerais e o Ceará). Alegrete, Santana do Livramento e Uruguaiana são os municípios gaúchos com maior área de estabelecimento agropecuário. Bento Gonçalves não aparece entre os 40 municípios com as maiores áreas recenseadas nesta edição do censo.

Novo sistema
O sistema de gerenciamento da coleta do Censo, de acordo com a instituição foi bastante aperfeiçoado, na comparação com as últimas operações censitárias (Censo Agro 2006 e Censo Demográfico 2010). Foram utilizadas, por exemplo, imagens de satélite com coordenadas geográficas dos estabelecimentos recenseados e percurso realizado pelo recenseador, o que permitiu um controle rigoroso da cobertura do território.

Proporção de
terras arrendadas
Quanto à condição legal da terra, a proporção de estabelecimentos em terras próprias cresceu de 84% para 87,2%, mas a participação destes estabelecimentos na área total diminuiu de 80,1% para 79,2%. Já a proporção de estabelecimentos com terras arrendadas subiu de 13,6%, em 2006, para 15,5%, em 2017, e a participação da modalidade na área de 15,1% para 20,8%.

Pessoal ocupado cai e número de tratores cresce
Em 2017, havia 983.751 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Em 11 anos, isso representa uma queda de 248.074 de pessoas, incluindo produtores, seus parentes, trabalhadores temporários e permanentes. Em sentido oposto, o número de tratores cresceu 48,32% no período e chegou a 242.365 em 160.773 estabelecimentos.

Proporção de uso de agrotóxicos, irrigação e acesso a internet nos estabelecimentos aumenta
Destaca-se, ainda, que 256.099 produtores utilizaram agrotóxicos em 2017, significando 70,2% dos produtores, um aumento em relação aos 62% que declararam ter usado agrotóxico em 2006. 26.394 estabelecimentos declararam uso de irrigação, o que significa 7,23% do total de estabelecimentos agropecuários recenseados, com 1.408.292 hectares irrigados, um incremento de 411.184 hectares na comparação com o Censo Agropecuário 2006. O acesso à Internet nos estabelecimentos agropecuários cresceu de 10.165, em 2006, para 150.074 em 2017, estando presente em 41,1% dos estabelecimentos.

Em 2017, 79% tinham instrução até ensino fundamental
Cerca de 3,2% dos produtores disseram nunca ter frequentado escola e 79% não foram além do nível fundamental. Já a participação de mulheres e idosos de 65 anos ou mais na direção dos estabelecimentos aumentou, chegando a, respectivamente, 12,1% e 23,1%. Em 2006, as mulheres representavam 9,3% dos produtores e os idosos, 17,5%. Além disso, pela primeira vez, o Censo Agro investigou a cor ou raça dos produtores: no Rio Grande do Sul 92,2% brancos e 7,1% pretos ou pardos. No Brasil, se declararam pretos ou pardos 52% e brancos 45%.

 

Características do Estabelecimento Agropecuário – RS

Menor número de estabelecimentos em relação a 2006 (-17,3%)
Maior área recenseada em relação a 2006 (+6,7%)
Crescimento das áreas ocupadas por lavouras temporárias, pastagens plantadas, matas naturais e matas plantadas
Redução das áreas de pastagens naturais e lavouras permanentes
Sensível aumento da proporção de terras arrendadas
Redução de pessoal ocupado
Incremento das áreas irrigadas e do número de estabelecimentos que utilizaram irrigação
Incremento do percentual de estabelecimentos que informaram ter acesso à energia elétrica e à internet
Incremento da capacidade de armazenamento de grãos

 

Características do Produtor – RS

Aumento do percentual de produtores do sexo feminino
Aumento do percentual de produtores com idade mais avançada e redução do percentual de produtores jovens
Redução do percentual de produtores analfabetos
Redução do percentual de produtores associados à cooperativas, entidades de classe e associações
Do pessoal ocupado com laços de parentesco com o produtor, aumento do percentual de trabalhadores do sexo masculino