Segundo coordenador da Vigilância Epidemiológica, foi registrado uma queda de 21 para 9 casos anuais
A meningite (doença caracterizada pela inflamação das meninges, membradas que envolvem o encéfalo) registrou uma queda acentuada nos casos da doença nos primeiros oito anos da década de 2010, caindo mais de 60% em comparação com a década de 2000, passando de 21 para 9 casos anuais, em média. Segundo informações da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, no ano de 2016, não houve casos da doença e, até o mês de novembro deste ano, foram confirmados apenas quatro casos residentes no município.
As meningites bacterianas correspondem a 46,5% do total de casos, seguidas pelas meningites virais com 38,0% dos casos confirmados. A doença meningocócica, uma das formas mais graves de meningite, responde por apenas 5,1% do total de casos registrados em Bento Gonçalves. A meningite pode ser causada por diferentes tipos de agentes, sendo os mais importantes, os vírus e as bactérias. As meningites bacterianas costumam ser bem mais graves que as meningites virais. De acordo com o coordenador da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, José Antônio da Rosa, na rede pública de saúde, existem três vacinas que são aplicadas através do calendário nacional de vacinação e que auxiliam a prevenir as meningites bacterianas.
“Em Bento Gonçalves, desde a introdução da vacina contra a meningite C, no ano de 2011, cerca de 9.100 crianças menores de 1 ano foram vacinadas. É importante lembrar, que a vacina contra a meningite C não protege contra a infecção causada por outros tipos da doença”, informa.
Tipos de vacinas
Meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y.
Do que é feita: Trata-se de vacina inativada, portanto, não tem como causar a doença.
Contém antígeno formado por componentes das cápsulas das bactérias (oligossacarídeos) dos sorogrupos A, C, W e Y conjugados a uma proteína que, dependendo do fabricante, pode ser o toxoide tetânico ou o mutante atóxico da toxina diftérica, chamado CRM-197. Pode conter também sacarose; trometamol; fosfato de potássio diidrogenado; sacarose; cloreto de sódio; fosfato de sódio diidrogenado monoidratado; fosfato dissódico hidrogenado diidratado; cloreto de sódio e água para injeção.
O que previne: Meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do tipo B.
Do que é feita: Trata-se de vacina inativada, portanto, não causa infecção.
É composta por quatro componentes, três proteínas subcapsulares e a membrana externa do meningococo B, hidróxido de alumínio, cloreto de sódio, histidina, sacarose e água para injeção. Podem existir traços de canamicina, antibiótico usado no processo de cultivo da bactéria vacinal, para evitar contaminação.
A vacina contra o meningococo do tipo C (Meningo C): é aplicada como rotina em todas as crianças com 3, 5 e 12 meses de idade. Em 2017, essa vacina também passou a ser aplicada em pré-adolescentes de 12 a 13 anos. Para o ano de 2018, ela será aplicada em pré-adolescentes de 11 a 12 anos.
Quais os principais tipos de bactérias que podem causar a meningite?
Neisseria meningitidis
Esta bactéria causa a meningite meningocócica, uma das formas mais graves da doença. Estima-se que de 5 a 15% das pessoas tenha esta bactéria na garganta sem estar doente. Essas pessoas são chamadas de portadoras saudáveis, e são elas que mantém o ciclo de transmissão da bactéria na Natureza. Existem diferentes tipos de N. meningitidis, sendo as mais comuns, as do tipo A, B, C e Y.
Haemophilus influenzae tipo b
Esta bactéria também pode causar quadros graves de meningite. A maioria dos adultos é resistente a infecção causada pelo Hib. As crianças vacinadas desenvolvem proteção contra o Hib, e raramente adoecem.
Streptococcus pneumoniae
Esta bactéria costuma provocar infecções nos pulmões e no ouvido, mas, também, podem causar a chamada meningite pneumocócica. Ela é encontrada na garganta, e a maioria das pessoas que têm esta bactéria dificilmente adoece. Indivíduos com problemas crônicos de saúde, ou com o sistema imune enfraquecido, apresentam maiores riscos de desenvolver a meningite pneumocócica.
Quais os principais tipos de vírus que podem causar a meningite?
A meningite viral, também chamada de meningite asséptica, costuma ser menos grave que a meningite bacteriana. Um grupo de vírus chamados de enterovírus é a causa mais comum de meningite viral. Eles são encontrados na garganta e nas fezes das pessoas infectadas. Estes vírus têm maior possibilidade de ser disseminados quando as pessoas não lavam as mãos após ir ao banheiro, quando trocam fraldas sujas e, depois, levam as mãos à boca, preparam alimentos para outras pessoas ou tocam outras pessoas com os dedos contaminados.
Como é feito o diagnóstico da meningite?
Para confirmar se alguém está com meningite e saber qual o agente causador, coleta-se uma amostra do líquido da espinha (líquor), através de punção lombar. Esse exame é feito nos hospitais.
Como é possível evitar a meningite?
A lavagem das mãos com água e sabão pode ajudar a evitar a transmissão de muitos vírus e bactérias que causam a meningite. Também recomenda-se evitar compartilhar alimentos, bebidas, pratos, copos e talheres, a fim de evitar a contaminação com os microrganismos. Pessoas que têm contato íntimo com um doente de meningite causada pela Neisseria meningitidis ou pelo Hib necessitam receber um antibiótico para prevenção da doença.
