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2015-04-10_190211

Os moradores da área rural de Bento Gonçalves sempre estiveram à merce das benesses, até porque ninguém em cargo eletivo os representa há décadas. No senado e na Câmara dos Deputados existe a bancada ruralista que defende quem financiou suas campanhas: os grandes empresários do campo. Os pequenos empresários rurais, que vivem do trabalho em seus minifúndios só são lembrados nas festas das comunidades em época de campanha eleitoral, onde candidatos a senador, deputados e prefeitos fazem fila e beijam os pés dos pobres crédulos em suas promessas voláteis.
Até os vereadores eleitos pelo voto rural, completamente despreparados e com uma visão pequena de que os anseios do sejam estradas trafegáveis e médico na unidade de saúde. Meses após meses ocupam a tribuna, repetindo frases desconexas num eterno choramingar sem chegar a lugar nenhum, acreditando que ao enviar ofício ao executivo já cumpriu seu papel, indo para casa achando que faz jus ao salário pago pelo povo.
Há mais de 14 anos a Gazeta tem ouvido os produtores rurais, suas necessidades, seus orgulhos, suas decepções. Nesta edição está estampada na página sete, um breve levantamento de um dos anseios dos empresário rurais, sua família e dos pequenos empreendedores que tanto atraem turistas para esta cidade sem incentivo à agricultura.Nesta edição, eles expõem as severas dificuldades de telefonia móvel e acesso à internet.
As empresas de telefonia móvel e de internet à cabo, ou rádio, sempre negociaram com o executivo municipal, alguns benefícios quando precisam se instalar antenas etc e tal. Algumas vezes a negociação beneficiou acesso gratuito à internet em praças públicas e escolas municipais, mas ninguém pensou em ampliar a negociação para permitir esta comunicação para as áreas rurais. Tudo é negociável, se houver interesse de ambas as partes. Obviamente as operadoras não vão oferecer acesso à comunicação espontaneamente à áreas de baixa densidade demográfica que não gera lucro. Mas o exemplo das linhas de ônibus pode servir de exemplo: para ganhar a concessão de uma linha que dê lucro, há de se acrescentar- por interesse público – linhas de pouco fluxo de usuários.
Também poderia haver interesse dos vereadores da cidade, em procurar estudar maneiras de viabilizar este processo. Os caminhos políticos estão aí: é só procurar que encontram.
Enfim, o agricultor precisa ter acesso à comunicação ( telefonia e internet) para diminuir o êxodo do jovem do campo, para ter acesso às novas tecnologias de precisão aplicadas à lavoura ( tema de palestras na Embrapa, que os jornais rurais da Gazeta vêm detalhando em suas edições), pois não adianta criar vários programas voltados para o homem do campo se a internet não chega na área rural, e quando chega é sofrível como relatam os entrevistados desta edição.