O Dia Nacional em Defesa da Educação ocorreu durante toda a quarta-feira (15), e foi marcado pela realização de manifestações ao redor do País, como protesto ao bloqueio de 30% do orçamento de custeio das universidades e Institutos Federais anunciados pelo Ministério da Educação.
O corte anunciado para o IFRS é de R$ 18.549.952,00 que é equivalente a 30% do orçamento de custeio e investimento que no total é de R$ 61.833.180,00 de acordo com a Lei Orçamentária Anual de 2019.
Foram convocados greves e atos por diversos movimentos educacionais, entre eles a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e a União Nacional dos Estudantes.
Em Bento Gonçalves na tarde de quarta-feira (15), os atos foram realizados no Campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, onde estavam presentes os representantes do CPERS – Sindicato, Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação – SINASEFE, professores, alunos, funcionários do IFRS e de outras escolas que aderiram á paralisação.
Confira a lista das instituições que aderiram ao movimento em Bento Gonçalves de acordo com Juçara de Fátima Borges, Diretora do 12° Núcleo do CPERS/Sindicato.
Aderiram à paralisação
Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Bento;
E. Bento Gonçalves da Silva;
E. José Farina;
Colégio Estadual Dona Isabel;
Colégio Estadual Landell de Moura.
Aderiram parcialmente à paralisação
Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles;
E.E. de Ensino Fundamental General Amaro Bittencourt.
Durante o ato, o IFRS e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação, expuseram motivos para ir contra o corte de verbas, dentre eles afirmam que:
O investimento em educação trás retorno à sociedade – uma pesquisa realizada pelo IPEA demonstra que cada real investido em educação pública, o Produto Interno Bruto do País aumenta em R% 1,85, além de retornos que têm seus reflexos em cultura e mudança de vida, que a educação proporciona para milhares de famílias, retornos que são inestimáveis.
Desempenho das Instituições Federais – os Institutos Federais lideram nota do Enem em 14 Estados. Se no Brasil existisse apenas o ensino médio proporcionado pelos Institutos Federais, estaria em 2° lugar no ranking mundial de leitura e 11° em ciências, enquanto utilizando os dados reais da educação do País as posições são 59° e 63° respectivamente.
Institutos Federais desenvolvem pequenas cidades – os Institutos Federais oportunizam o desenvolvimento de muitas cidades do interior do País, trazendo ciência, tecnologia e inovação através de pesquisas relevante ao cenário local.
O IFRS de Bento Gonçalves trouxe a população os seguintes cursos técnicos, superiores e de pós-graduação: Integrado em Agropecuária; Integrado em Meio Ambiente; Integrado em Informática para Internet; Integrado em Viticultura e Enologia; Subsequente em Administração; Subsequente em Hospedagem; Bacharelado em Agronomia; Licenciatura em Física; Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa; Licenciatura em Matemática; Licenciatura em Pedagogia; Tecnologia em Alimentos; Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Tecnologia em Horticultura; Tecnologia em Logística; Tecnologia em Viticultura e Enologia; Especialização em Ensino de Matemática para a Educação Básica; Especialização em Viticultura.
Escolas Federais custam menos e tem desempenho superior às escolas militares- O investimento do exército por cada aluno das escolas cívico militares é de R$ 19.000,00 ao ano, enquanto que das escolas federais é de menos de R$ 16.000,00 por aluno. No ranking das 10 melhores instituições públicas do País de acordo com o Enem 2017, sete são federais enquanto que apenas uma é militar.
Universidades públicas realizam 95% das pesquisas científicas do País – De acordo com a Academia Brasileira de Ciências o Brasil corresponde a 13° posição na produção científica global e maior parte delas é realizada por Universidades Públicas. Muitas dessas pesquisas contribuem além da riqueza nacional.
Afirma-se que graças a essas pesquisas foram obtidos os seguintes resultados: O petróleo do pré – sal representa 50% do petróleo produzido no país, a agricultura brasileira foi sofisticada e com isso teve aumento em sua produtividade; epidemias são combatidas por grupos de pesquisa de grande qualidade; novos fármacos são produzidos; novas alternativas energéticas; são produzidos conteúdos tecnológicos; além de cosméticos; compressores e equipamentos elétricos.