Bitcoin já tem mais que o dobro de investidores da bolsa no Brasil

2015-04-10_190211

Supervalorização elevou a procura pela criptomoeda e o faturamento de casas especializadas

O número de investidores de bitcoins no Brasil já ultrapassou o total de pessoas físicas cadastradas na B3 (a bolsa de valores paulista). Este grupo também superou a soma de todos os investidores ativos do Tesouro Direto, uma das aplicações mais populares do país, com recordes recentes de adesão.
Nas três maiores casas de câmbio de bitcoin do país – empresas que fornecem acesso a cerca de 95% de todas as transações com a criptomoeda – havia 1,4 milhão de cadastros em dezembro. Este número representa mais que duas vezes as 619 mil pessoas físicas cadastradas na B3 até o fim do ano passado, e também os 558 mil investidores de títulos públicos em novembro.
Pode haver CPFs duplicados tanto na bolsa quanto no caso dos bitcoins, já que os dados não excluem possíveis investidores cadastrados em mais de um lugar.
Apesar da popularização do bitcoin, o investimento não é recomendado pelo Banco Central do Brasil, que enxerga na criptomoeda riscos de uma bolha financeira.
Com mais clientes negociando bitcoins, o faturamento das empresas explodiu. A receita da Bitcoin to You, por exemplo, cresceu 50 vezes, para R$ 1,5 milhão por mês.

Do leigo ao profissional
Apesar de ser um investimento considerado de altíssimo risco, o bitcoin atrai um perfil de investidores bastante variado, graças à possibilidade de se investir pequenas quantias até aportes milionários. Segundo Schiavon, da Foxbit, o investimento médio é de R$ 1.700, abrangendo aportes que começam em R$ 30 e podem chegar a R$ 30 milhões.
Quando a criptomoeda ainda engatinhava, o público comprador se restringia ao jovem que entende de tecnologia, diz o empresário. Mas a popularização da moeda virtual, especialmente após sua rápida valorização, atraiu para este mercado desde o público leigo e de baixa renda até quem é familiarizado com renda variável, especialmente no mercado de ações.
A enxurrada de investidores atraídos pelo bitcoin trouxe um crescimento expressivos para essas “exchanges”. Para investir em bitcoin, é necessário se cadastrar em uma dessas casas de câmbio especializadas e fazer uma transferência bancária para a conta da empresa. A casa de câmbio é remunerada ao cobrar taxas dos clientes, todas as vezes que sacam as quantias ou compram e vendem.
Com o número de investidores subindo perto de 3,5 vezes de um ano para outro, as casas de câmbio tiveram que reforçar a infraestrutura de seus sistemas e contratar mais profissionais.