BikeEco: a “magrela” ganha espaço entre adeptos de aventuras, mas você transporta dentro das normas?

2015-04-10_190211

Se destacando como um meio de transporte consciente, a bicicleta é uma alternativa para quem busca novos desafios sobre duas rodas

 

A utilização da bicicleta para as pedaladas do final de semana ou até mesmo viagens está cada vez mais comum, independentemente da idade ou classe social. A “magrela” tem conquistado principalmente aos adeptos da natureza e substituído até mesmo o automóvel. O fato é que a cada dia mais as pessoas têm buscado opções de turismo diferenciadas onde existe a possibilidade de ir um pouco mais do que só conhecer a história e as belezas de determinado lugar. Com essa busca maior, a evolução e a inovação é praticamente inevitável na maioria das cidades do mundo. Hoje é possível conhecer cidades de formas tão diferenciadas que fica difícil descrever todas. Uma das formas de fazer turismo que anda muito na moda (ainda bem) é usar a velha a bicicleta.

O cicloturismo
Por ser uma prática relativamente recente e ainda pouco difundida no Brasil, não existe uma definição ou conceito para essa forma de usar a bicicleta. Uma paixão, hobby, um estilo de vida, ou tudo isso unido num único objetivo: subir numa bicicleta e com suas próprias forças, alcançar uma meta.
Os cicloturistas São aqueles que partem do desejo de conhecer um lugar específico, planejam um roteiro e durante a viagem desfrutam ao máximo de tudo que fizer parte dela, somente com a certeza do horário da saída, em cada dia durante a jornada.
Em geral, o cicloturista carrega consigo um carisma natural. Ele reflete de forma saudável o desejo de liberdade e aventura que está incutido em todo ser humano.
Durante as viagens algumas pessoas impressionam-se, outras identificam-se com o que você está fazendo, e tentam de alguma forma se aproximar. Provavelmente por verem na “louca” tarefa do cicloturista uma experiência curiosa, que também gostariam de ter, mas isso está longe das suas realidades.
O cicloturismo propicia aos aventureiros uma indescritível sensação de liberdade, desenvolvimento do equilíbrio físico/mental, bem como um maior e constante contato com a natureza, povos e culturas diversas. É uma atividade que expande os pensamentos a um grande sentimento da presença de Deus, despertando virtudes e princípios de solidariedade conjugados a desafios, obstáculos e aprendizados vividos em cada quilômetro percorrido durante a viajem. É um esporte não poluente e econômico, que possibilita a conquista de fortes amizades e grandes descobertas inimagináveis.

A viagem
Mantenha a bagagem distribuída
Para que você possa pedalar com fluidez, é necessário que haja um equilíbrio na bicicleta. Para isso, você não deve colocar toda a bagagem em cima do bagageiro, evitando sobrecarregar a roda traseira. Ao invés disso, distribua o peso com ajuda de alforjes.
Em viagens mais longas, a quantidade de carga aumenta, assim, é melhor que alforjes dianteiros sejam instalados, proporcionando mais espaço a você e impedindo que a bicicleta empine na subida.

Descubra seus limites
Antes de realizar uma viagem longa, pedale uma distância menor, para você saber se gosta mesmo dessa aventura de viajar de bicicleta. É mais fácil desistir quando a viagem é curta do que em um roteiro de uma semana ou um mês sobre duas rodas.
Outra dica é preparar-se física e psicologicamente para a viagem, assim você terá fôlego para pedalar por muitas horas carregando sua bagagem junto.

Analise o roteiro de viagens
Para não ser surpreendido com imprevistos, faça um estudo completo do seu roteiro de viagem. Se possível, converse com pessoas que já pedalaram por lugares em que você passará e analise mapas de relevo para saber se a região para onde vai não é muito complicada para andar de bicicleta.
Previna-se também pesquisando pontos de apoio, como lugar para se hospedar ou acampar, postos de abastecimento para sua alimentação e veja se a distância entre esses lugares é possível de ser percorrida em um dia, para que a viagem não se torne cansativa demais.

Os equipamentos da “magrela”
Os bagageiros da bike devem ser bem reforçados, evitando-se os de alumínio, e devendo ser instalados no quadro, porém mantendo a roda livre para facilitar a manutenção. A maioria dos quadros atuais prevêm a instalação de bagageiros, e possuem a furação para tal, na traseira da bicicleta. Porém, se for levar muita bagagem, pode-se optar pela instalação também de um bagageiro dianteiro, não muito comum, mas de muita utilidade, pois este contribui até na estabilidade da bike, sempre respeitando a proporção de mais peso na traseira, e menos peso na dianteira, algo como 2/3 para 1/3.
Uma questão considerada fundamental é que o material seja bem resistente e o menos permeável possível. Algo do tipo “nylon cordura”, por exemplo. O ideal é que eles facilitem o acesso o máximo possível, com a abertura do tipo “boca”, em velcro reforçado para facilitar o manuseio. Os zíperes também são bem vindos. Procure adquirir um alforje não muito grande e desengonçado, nem muito pequeno, e de preferência com muitos bolsos. A fixação deste no bagageiro também deve ser muito facilitada, pois costumamos remover e colocar muito os alforjes em viagens, até por uma questão de segurança. Procure também protege-los com capas anti-chuva. A maioria dos alforjes costuma ter este acessório disponível.
Se for pegar algum trecho noturno, o ideal é ter um bom sistema de iluminação instalado na bicicleta, que consiste em uma ou duas lanternas (fortes) com luz branca na dianteira (se possível tenha ao menos uma removível, que pode ser utilizada como lanterna) e sinalizadores em vermelho na traseira. Opte também por ter o mesmo sistema no capacete.
No mais, se preocupe com os itens de segurança obrigatórios, tais como reflexivos nos pedais e nas rodas, espelho retrovisor e buzina (do tipo campainha). O apoio de pé (pezinho) não é item obrigatório, porém auxilia bastante nas paradas frequentes e costumeiras durante as viagens. Certifique-se de que ele é robusto o suficiente para aguentar o peso não só da sua bike, como também de sua bagagem. Atualmente é possível encontrar também modelos do tipo “cavalete”, melhores e mais estáveis que os tradicionais pezinhos.

Como transportar a bike no carro
Antes de pegar a estrada, é necessário que você faça uma revisão no seu carro, para evitar usar a bike antes do previsto.
Outra preocupação que se deve ter é quanto ao limite de peso que o veículo pode transportar.
É sempre importante respeitar o limite de carga estabelecido pelo fabricante.
Em épocas de férias, é muito carregar objetos que normalmente não é transportado, como é o caso das bicicletas.
Entretanto, para que seus momentos de descanso saiam do jeito que você planejou, saiba que é muito importante escolher um jeito seguro de transportar a sua bike.
Caso contrário, ao voltar para casa, você não terá apenas histórias pra contar, mas também uma notificação de penalidade por não ter cumprido regras estabelecidas na legislação para este tipo de transporte.

Um transporte consciente
Considerando as vantagens que o uso da bicicleta proporciona ao meio ambiente, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) atualizou, no ano de 2010, as normas que tratam do transporte de bicicletas em veículos particulares.
A Resolução Nº 349, válida em todo o país, teve suas medidas estabelecidas considerando os benefícios do uso da bicicleta ao meio ambiente, à mobilidade e à economia de combustível.
A resolução está de acordo com uma tendência mundial, já que o uso da bicicleta tem crescido de forma consciente no mundo.
Entretanto, não é apenas o uso da bike que deve ser consciente, mas também seu transporte, quando necessário.
Conforme a Resolução 349, ao transportar a bicicleta, você deve respeitar o peso máximo especificado para o seu veículo.
A resolução também estabelece que, ao ser acoplada ao veículo, a bike não deve atrapalhar a visibilidade da placa, nem comprometer a estabilidade ou a condução do automóvel.
Se mesmo assim não for possível deixar de esconder a placa, o motorista deverá utilizar uma segunda placa. Falarei mais sobre isso em seguida.
A legislação também estabelece que, ao transportar a bicicleta, você deve tomar bastante cuidado, pois as luzes de freios, os indicadores de direção e os dispositivos refletores não devem ser ocultados.
Ao transportar bikes na parte externa do veículo, o Contran estabelece a necessidade de elas estarem fixadas em dispositivos apropriados, móveis ou fixos, aplicados diretamente no veículo ou acoplados ao reboque.
Estes dispositivos são chamados de racks e estão presentes no mercado em diversos modelos, provocando, muitas vezes, dúvidas entre os motoristas.
Conheça abaixo os modelos e suas especificidades

Escolhendo o rack ideal
É muito importante que, antes de adquirir um suporte, você conheça os aspectos e estilos disponíveis.
Para fazer a melhor escolha, você deve levar em consideração o modelo do veículo e o caminho que você vai percorrer, prevendo possíveis imprevistos.
Neste momento, é importante que você conheça a geografia dos lugares que você irá trafegar, pois deve lembrar que, ao acoplar a bicicleta, estará adicionando mais um componente ao seu veículo.
Questões como a visibilidade, a sua segurança e a de seus passageiros devem ser levadas em consideração nesta escolha.
Caso você desobedeça à legislação, não estará apenas cometendo uma infração, mas também poderá provocar algum tipo de acidente na estrada, o que deve ser sempre evitado.
Já consciente de todo este processo, vamos às opções de suportes e suas especificidades.

Suporte traseiro
Descubra a maneira correta de transportar a bike atrás do veículo
Vou começar apresentando a você um dos suportes que requer mais cuidados.
Os pontos positivos deste modelo de rack é seu baixo custo e sua praticidade, pois é muito fácil de ser instalado e você não precisará desmontar sua bicicleta ao transportá-la.
Porém, ao instalar, é preciso fixá-lo entre o para-lama e a lataria do veículo, para que não haja nenhum problema com a instalação.
Caso o suporte traseiro adquirido tenha apoio central sobre o vidro do veículo, tenha bastante cuidado, pois, dependendo do peso que você estiver transportando, poderá ser danificado. Evite exageros.
Outro cuidado que você deve ter é quanto à altura ideal para transportar a bicicleta.
Não é permitido que a bicicleta encoste no chão durante o transporte.
Isto porque, caso você passe por algum buraco ou algum tipo de obstáculo, talvez a bike arraste pelo chão e provoque desequilíbrio ao automóvel, ocasionando acidentes.
Assim como expliquei acima, o Contran estabelece que a placa do veículo não tenha sua visibilidade comprometida em situações de transporte.
E isto acontece quando o suporte traseiro é escolhido.
Portanto, você deverá adquirir uma segunda placa.
Ela deverá ser colocada em um lugar visível, podendo ser instalada do lado direito da traseira, no para-choque ou na carroceria do veículo, para que os demais motoristas ou órgãos de fiscalização possam fazer a identificação de seu automóvel.
Por fim, tenha muito cuidado ao estacionar, pois é muito comum que o motorista esqueça que está utilizando o suporte e entre em colisão com outros veículos, ocasionando perdas e danos.

Suporte de teto
Este suporte, como você já deve ter percebido pelas ruas e rodovias, é bastante comum, mesmo que normalmente seja vendido por um custo mais elevado do que o suporte traseiro, por exemplo.
Sua grande vantagem é que ele fica distante da lataria do veículo, sendo mais difícil o risco de perdas em caso de colisões.
O rack de teto também evita que a placa fique sem visibilidade.
Outro ponto positivo é que a porta traseira do seu carro fica liberada, o que ajuda bastante caso você esteja viajando com a família, principalmente com crianças, e precise parar para pegar algum objeto no porta-malas durante o seu trajeto.
Se você optar por este modelo, também não precisará se preocupar com os limites de altura, já que a Resolução 349 não estabelece uma altura máxima para o transporte de bicicletas.
Porém, fique atento aos lugares que você for transitar.
Evite caminhos onde você poderá passar por galhos de árvores, para evitar que haja algum tipo de danificação e risco de vida ao tentar desviar.
Uma desvantagem desse modelo de rack é que, diferente do suporte traseiro, ele não tem fácil manuseio, principalmente se você não for uma pessoa muito alta.
Isso poderá ocasionar danificações no veículo, pois, ao tentar alcançar a bike, talvez você acabe riscando o seu carro.

Suporte acoplado ou engate
A principal vantagem desse modelo é que, ao transportar a sua bicicleta, os perigos de danificar o veículo são quase nulos.
Um ponto a destacar é que, diferente do suporte de teto, ele apresenta a vantagem do fácil acesso, pois facilita bastante na hora de acoplar a bike, já que não é necessário, por exemplo, que você faça muita força ao erguer a bicicleta, como acontece no caso do suporte de teto.
Ele também é mais alto do que o rack traseiro, o que facilita na hora de transportar a bicicleta, pois ela não estará tão próxima do chão.
Entretanto, ao instalá-lo, você está comprometendo a funcionalidade do porta-malas e também encobrindo a placa e as luzes do veículo.
Diferente dos outros modelos, ele precisa de uma aprovação do Departamento de Trânsito (Detran), pois nem todos os veículos têm capacidade de tração e estão aptos ao uso de engate.
Você também precisa prever quais caminhos irá enfrentar, pois as chances de colisões aumentam ao utilizar este modelo de suporte, já que ele muda consideravelmente o comprimento do seu veículo.

Transportar a bicicleta dentro do veículo
Não gostou de nenhum modelo apresentado?
Não tem problema, ainda é possível transportar sua bike.
Isto porque na legislação não há nenhum impedimento quanto ao transporte de bike dentro do veículo.
Ao fazer esta escolha, você realmente evita, por exemplo, o custo com o suporte ou a atenção redobrada ao entrar em garagens ou passar por obstáculos na estrada ao utilizar o rack de teto, por exemplo.
Entretanto, há também algumas desvantagens, como, por exemplo, o processo de montar e desmontar a bicicleta.
Dependendo de como será sua rotina no lugar escolhido, talvez o tempo gasto para desmontar, montar e depois repetir o processo não seja muito vantajoso.
Outro ponto negativo é o espaço que a bicicleta irá ocupar no veiculo.
Se você for viajar com a família ou amigos, por exemplo, este espaço poderia estar sendo ocupado por uma pessoa ou, caso você transporte no porta-malas, por outro tipo de bagagem que se faz necessário em viagens deste tipo.
Mas, se mesmo assim você ainda escolher transportar sua bicicleta dentro do veículo, tome cuidado com a forma com que você irá guardá-la caso seja desmontada.
Prenda cada parte para que nenhuma fique solta ao ponto de causar algum tipo de acidente ao atingir você ou seus passageiros.