Bento tem 35 mortes em nove meses e registra o ano mais violento da história

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Nos primeiros nove meses deste ano foram registrados 35 assassinatos, destes, 26 com envolvimento com tráfico de drogas. Nos primeiros oito meses de 2017, 15 pessoas foram assassinadas. Os bairros com maior índice de homicídios são Ouro Verde, Municipal, Tancredo, Conceição e Zatt

O ano de 2018 já é o mais violento da década, com a maioria das mortes tendo relação com tráfico de drogas

 

A violência que está assolando Bento Gonçalves, já superou os números de todo o ano de 2017, que teve o 30º homicídio registrado apenas em dezembro. Este ano em nove meses, 35 assassinatos foram registrados, sendo 26 por tráfico de drogas. No ano passado nos primeiros oito meses cerca de 15 pessoas foram assassinadas, número contrário relativo ao mesmo período nesse ano. No último domingo, dia 16, foi registrado o 35º homicídio na cidade. Os bairros que mais registraram os fatos foram Ouro Verde, Municipal, Tancredo, Conceição e Zatt.
Os bairros com maior incidência de crimes foram Ouro Verde, Zatt, Municipal e Eucaliptos. Ainda não se sabe os autores de pelo menos metade dos homicídios, apenas que, grande parte deles estão ligados ao tráfico de drogas ou acerto de contas. A criminalidade cresce de forma assustadora, tirando a segurança da população bento-gonçalvense, ainda mais sem vestígios, testemunhas ou prisões dos acusados, que dificultam a elucidação dos delitos pela polícia. Os assassinatos deste ano já representam um aumento de mais de 50%, quando comparado ao mesmo período de 2017.
Em agosto a Gazeta fez uma reportagem especial dos assassinatos que aconteceram no ano, comparando com 2017. Na ocasião a delegada responsável pelo 1º Departamento de Polícia de Bento, Maria Isabel Zerman, confirmou que a maior parte dos homicídios tem ligação com acerto de contas entre facções criminosas. “Pela análise dos antecedentes policiais das vítimas e diligências realizadas, percebemos que a grande maioria dos homicídios está relacionada ao acerto de contas, no tráfico de drogas”, afirmou. Ainda segundo a delegada “Em que pese as constantes investidas da Polícia Civil neste crime, a proximidade com outros grandes centros de criminalidade (Caxias do Sul e região metropolitana) e o grande mercado de usuários que há em Bento Gonçalves auxiliam que criminosos de facções se instalem em nosso Município e que os atritos com traficantes locais se agucem e resultem na taxa de homicídio que temos atualmente. Ainda, é difícil a elucidação destes delitos, já que dificilmente encontramos testemunhas”.
A criminalidade cresceu assustadoramente nos últimos cinco anos em Bento Gonçalves. A observação de Maria Isabel vai ao encontro da realidade do município, que ano após ano tem registros ainda maiores de assassinatos na cidade, e a maioria das vítimas com envolvimento no tráfico de drogas.
Em 2013 foram 17 pessoas mortas e os números foram aumentando anualmente. Em 2014 foi contabilizado 20 homicídios, em 2015, o número aumentou para 25, em 2016 foram 26 assassinatos, em 2017 a soma chegou a 32, sendo que nos oito primeiros meses do ano passado eram 15 mortes, já nos oito primeiros meses deste ano a cidade já tinha 30 mortes.

Perfil
De acordo com a análise do Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “desde 1980 está em curso no país um processo gradativo de vitimização letal da juventude, em que os mortos são jovens cada vez mais jovens. De fato, enquanto no começo da década de oitenta, o pico da taxa de homicídio se dava aos 25 anos, atualmente esse gira na ordem de 21 anos”.

 

Os 35 assassinatos de 2018

Weslei Rodrigues (8 de agosto no Ouro Verde, com antecedentes)
Ronaldo Panizzi (em Tuiuty no dia 6 de agosto, sem antecedentes)
Osmar Costa (no Municipal no dia 4 de agosto, com antecedentes)
Jean Carlos Lippert ( em16 de julho no Ouro Verde, sem antecedentes)
Valdir Mota da Silva (no dia 7 de julho no Juventude, com antecedentes)
Juceli de Oliveira (em 26 de junho no Borgo, com antecedentes)
Flavia Baltazzen (em 26 de junho no Borgo, sem antecedentes)
Otavio Martins (em 23 de maio na Linha Zenith, com antecedentes)
Claudio Costa dos Santos (em 19 de maio no Municipal, com antecedentes)
Luis Andre Brizola (em 2 de maio em Santa Tereza, sem antecedentes )
Rafael Agnoletto (em 23 de abril no Ouro Verde, com antecedentes)
Ida de Paula dos Santos (em 28 de março no Zatt, sem antecedentes)
Carlos Alberto dos Santos (em 28 de março no Zatt, com antecedentes)
Andrei Ostrowski Trindade (em 27 de março no Eucaliptos, com antecedentes)
Rodrigo Kiwel (em 24 de março no Municipal, com antecedentes)
Pedro Paulo Alves (em 18 de março no Tancredo, com antecedentes)
Ismael Augusti Tavares (em 15 de março no Zatt, com antecedentes)
Luiz da Silva Soares (em 15 de março no Zatt, sem antecedentes)
Paulo José Abreu da Silva (em 15 de março no Zatt, com antecedentes)
Airton Gotardo (em 10 de março no Municipal, com antecedentes)
Matheus Ferreira (em 10 de março no Tancredo, sem antecedentes)
Melissandro da Silva (em 22 de fevereiro no Conceição, com antecedentes)
Michel Chiapperin (em 25 de fevereiro no Maria Goretti, com antecedentes)
Marcos Peres (em 18 de fevereiro no Eucaliptos, com antecedentes)
Marco Gonzaga (em 16 de fevereiro no Eucaliptos, com antecedentes)
Eliseu Borges (em 31 de janeiro no Zatt, com antecedentes)
Marcio Schneider (em 25 de janeiro no Municipal, sem antecedentes)
Fabiano Morais da Silva (em 25 de janeiro no Municipal, com antecedentes)
Wellington Schafer (em 23 de janeiro no Imigrante, com antecedentes)
Michael Scalon (em 16 de janeiro no Ouro Verde, com antecedentes)
Marcelo dos Santos da Costa (em 27 de agosto no bairro Eucaliptos, com antecedentes)
Rômulo Marroni Ribeiro da Silva (em 28 de agosto no Ouro Verde, com antecedentes)
Gregório Bruschi (em 9 de setembro no bairro Botafogo, sem antecedentes)
Ivonir Alexandre Alves (em 11 de setembro no Ouro Verde, com antecedentes)
Jean Carlos Paida (em 16 de setembro no Eucaliptos, com antecedentes)