Bento mantém média de divórcios em 2021, enquanto o Brasil registra record

2015-04-10_190211

Colégio Notarial do Brasil registrou 80 mil separações, o maior número desde o início da série histórica, em 2007

No Brasil 80.573 pessoas se divorciaram em 2021, o que foi um record, sendo o maior número desde o início da série histórica, em 2007. Os dados são do Colégio Notarial do Brasil (CNB), entidade que representa os 8.580 cartórios de notas do país.
77.509 casais se divorciados era o record alcançado em 2020 até então, representando um crescimento de 4%, enquanto a população aumentava num ritmo bem menor :7% no mesmo período. Lembrando que o ano era de pandemia e fora lançado a modalidade de oficializar as separações por videochamadas por um tabelião e os interessados. O Cartório Notarial acredita que esta modalidade de videochamada, somada ao confinamento contribuiu para este aumento

Os mais em 2021
O Distrito Federal liderou o números de separações em 2021, comparando com o auge do confinamento de 2020. Os números saltaram 40%, de 1.854 para 2.583. Já os próximos destaques ficaram com os Estados do Amapá (33%), Acre (27%), Pernambuco (26%) e Roraima (19%).
Não em percentual, mas em números absolutos, São Paulo é disparado o estado que mais registrou divórcios: 17.701. Na sequência ficaram Paraná (9.501), Minas Gerais (8.025), Rio Grande do Sul (6.343) e Rio de Janeiro (6.039). Já o Amapá registrou a menor quantidade: foram cem separações no ano passado.

Bento Gonçalves
Aqui na cidade os números não seguiram o perfil do resto do Brasil. Em 2018 o número de divórcios estava em 231, passando no ano seguinte para 239 e chegando no pico da pandemia em 2020, com 186 divórcios, mesmo com a modalidade de videochamada com o cartório local.
Em 2021 apesar da população continuar crescendo e o confinamento deixando de ser tão exigido o número de divórcios não cresceu na proporção, fincando nos 216. Até a data de terça-feira, 03 maio, o número de casamentos registrados na comarca foi de 59.
Segundo o Registrador Civil, Gerson Tadeu Astolfi Vivan, “historicamente temos mantido uma média linear de casamentos e divórcios”, revela ele admitindo que “impressiona que mesmo com oscilações da população, notadamente seu crescimento, estes números não mudaram muito. Consequência lógica do aumento da população seria o aumento de casamento, mas não ocorreu. Isto demonstra uma paulatina mudança de hábito e tradição, crescendo a opção dos casais por uniões não matrimonializadas”, avalia.
Astolfi aponta que no período mais grave da pandemia de 2020, “houve redução significativa dos casamentos ( mais de 35%) e dos divórcios (cerca de 30%)”. Para o Registrador Civil são várias são as razões: temor das aglomerações, restrições nas cerimônias, dificuldade de comparecimento no Serviço de Registros, e mesmo incompatibilidade de comemorações com a situação de escala de mortes, inclusive de pessoas próximas.
Astolfi lembrou que durante a pandemia os Cartórios não pararam “um só dia de atender a população e cumprir sua função pública, ainda que com restrições em prol da segurança sanitária de seus funcionários e dos usuários”. “Até porque – destaca o Registrador – nos cabia a triste atribuição de registrar e contabilizar os óbitos, permitindo a informação das políticas públicas de combate à pandemia, num momento de divergência de dados acerca das mortes e suas causas, bem assim para viabilizar o amparo social e previdenciário dos dependentes dos falecidos, para o que precisam a certidão do óbito. Hoje nossas atividades estão normalizadas, mas ficou a lembrança de momentos de apreensão e temor (como nos primeiros registros dos óbitos), de tristeza, e de superação do desafio que história nos ofereceu”