O Trânsito é um dos grandes problemas da segurança pública e deve ter a atenção necessária da gestão dos Estados e Municípios. No Rio Grande do Sul, no ano de 2018, foram registradas 1.670 vítimas fatais.
Campanha Maio Amarelo
Neste sentido, são realizados todos os anos campanhas de conscientização, sendo uma das maiores o Maio Amarelo que é um movimento internacional que busca chamar atenção da população aos números alarmantes de mortes em decorrência do trânsito.
Maio é o mês oficial da campanha, pois em 11 de maio de 2011 a ONU deu início a Década de Ação para Segurança no Trânsito e é representado pela cor amarela por significar atenção e advertência nos sinais de trânsito, trazendo esta necessidade para a sociedade.
O movimento tem como maior objetivo articular as ações entre o Poder Público e a sociedade, tendo como foco tornar a segurança nas vias como uma questão de todos, mobilizando os segmentos da sociedade para que o tema seja abordado, discutido e que provoque o efetivo engajamento de todos.
Motivos pelos quais os jovens lideram o índice de fatalidades
Em análise aos números, Claudia Moraes, especialista em educação digital e diretora da Procondutor, desenvolvedora de conteúdo voltado à educação digital de condutores opina afirma que o comportamento dos jovens aliados a algumas combinações contribuem muito com este índice. Se considerarmos as infrações por desrespeito às leis, o grande exemplo é o excesso de velocidade. Geralmente, a desculpa mais comum é que o motorista “não percebeu que estava acima do limite”. Outro argumento bastante usado é que o limite estabelecido pelas leis é considerado baixo. Entre os flagrantes ocasionados pela desatenção, o uso do celular ao volante lidera. Entre os jovens, algumas justificativas como “o recebimento de chamadas urgentes ou importantes” e “estava ajustando o Waze” surgem como as mais comuns.
De que forma promover a conscientização sobre os perigos do trânsito
A educação é o melhor caminho para a diminuição dos acidentes. No entanto, paralelamente a ela, é fundamental que haja um calendário de campanhas e ações efetivas em relação a esses temas, além do aumento da fiscalização e da aplicação de multas.
Nesse contexto, é preciso estudar uma forma de enviar, juntamente com a multa, informações quanto às consequências que a infração cometida pode causar. Em vez do condutor receber somente a foto do veículo que o radar detectou em alta velocidade, por exemplo, também ter acesso a dados estatísticos sobre o número de mortos e feridos em razão daquele comportamento.
Contribuição da tecnologia para redução dos índices
De acordo com Sheila Borges, especialista em simuladores de direção e diretora de produtos da ProSimulador, empresa especializada em desenvolvimento de simuladores de direção. A tecnologia ao longo dos últimos anos tem se mostrado eficaz de diversas formas.
Existem várias ferramentas pedagógicas que auxiliam os professores na formação dos condutores novatos e daqueles que precisam de atualização, como softwares de apoio pedagógico na sala de aula, ferramentas de realidade virtual que podem levar o aluno para dentro do motor de um carro para que ele compreenda a importância da manutenção preventiva e os simuladores de direção, que possibilitam a condução reproduzindo a sensação de conduzir um veículo, porém, com a vantagem de se ter o controla das variáveis do estudo sem colocar os usuários em risco.
O instrutor, por exemplo, pode reproduzir um período chuvoso, com neblina, com excesso de veículos ou pedestres, dentre outros. São fatores que ajudam a dar mais segurança, além de conscientizar os futuros motoristas.
Já nas ruas, a fiscalização eletrônica tem demonstrado eficácia e temos como exemplo os radares eletrônicos, que inibem os motoristas que tendem a andar acima da velocidade permitida.
Sheila aponta que da mesma forma que a tecnologia e o investimento em campanhas educativas permanentes são importantes, a imprensa também é fundamental para propagar notícias com viés de conscientização para os motoristas.
Com a redução dos números de mortes em decorrência do trânsito em Bento Gonçalves é possível perceber que as ações preventivas e de conscientização estão surtindo efeito. É muito importante que continuem e se intensifiquem para quem sabe os números de acidentes fatais possam ser erradicados da região.
Perfis dos acidentados de acordo com o Detran RS
Análises do Detran-RS são realizadas anualmente de forma que mapeiam e traçam perfis dos acidentados, os números fornecidos podem ser observados:
0 a 10 anos: 36 vítimas (2,2%); 11 a 14 anos: 14 vítimas (0,8%); 15 a 17 anos: 43 vítimas (2,6%); 18 a 20 anos: 100 vítimas (6%); **21 a 24 anos: 172 vítimas (10,3%); **25 a 29 anos: 161 vítimas (9,6%); 30 a 34 anos: 139 vítimas (8,3%); 35 a 39 anos: 121 vítimas (7,2%); 40 a 44 anos: 127 vítimas (7,6%); 45 a 49 anos: 118 vítimas (7,1%); 50 a 54 anos: 153 vítimas (9,2%); 55 a 59 anos: 103 vítimas (6,2%); 60 a 64 anos: 97 vítimas (5,8%); 65 a 74 anos: 152 vítimas (9,1%); Acima de 75 anos: 122 vítimas (7,2%); Não informado: 12 vítimas (0,7%).
O número de jovens entre 21 e 29 anos são os que mais se envolvem em acidentes fatais, representando um percentual de quase 20% das mortes.
As faixas etárias classificadas por tipo de envolvidos em acidentes
Motociclistas
21 a 24 anos: 61 mortes; 25 a 29 anos: 61 mortes; 30 a 34 anos: 49 mortes;
Condutores
21 a 24 anos: 55 mortes; 25 a 29 anos: 50 mortes; 30 a 34 anos: 49 mortes;
Pedestres
Acima de 75 anos: 62 mortes; 65 a 74 anos: 47 mortes; 50 a 54 anos: 42 mortes;
Passageiros
21 a 24 anos: 36 anos; 65 a 74 anos: 35 mortes; 25 a 29 anos: 30 mortes; acima de75 anos: 30 mortes;
Comparativo 2017 X 2018
Bento Gonçalves
Acidentes fatais em 2017: 12 (3 em vias estaduais, 3 em vias federais e 3 em vias municipais)
Vítimas fatais em 2017: 13 (4 em vias estaduais, 6 em vias federais e 3 em vias municipais)
Acidentes fatais em 2018: 8 (2 em vias estaduais, 2 em vias federais e 4 em vias municipais)
Vítimas fatais em 2018: 8 (2 em vias estaduais, 2 em vias federais e 4 em vias municipais)
Monte Belo do Sul
0 acidentes fatais em 2017 e em 2018.
Pinto Bandeira
Acidentes fatais em 2017: 1 em via estadual
Vítimas fatais em 2017: 1 em via estadual
Acidentes fatais em 2018: 1 em via estadual
Vítimas fatais em 2018: 1 em via estadual