Bento Gonçalves pode estar entrando na terceira onda da pandemia

2015-04-10_190211
Terceira onda de coronavírus pode ser catastrófica para o município

Informação foi confirmada pelo Hospital Tacchini

Um áudio encaminhado aos conselheiros da instituição de saúde deixa claro a preocupação da diretoria do Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, com a alta nos atendimentos de pessoas com problemas respiratórios, principal sintoma do coronavírus. Nesta segunda-feira (17), os números de pessoas infectadas começaram a crescer e os atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas (UPA) e no hospital estão aumentando.

Segundo o áudio compartilhado pelo superintendente do Hospital Tacchini, Hilton Mâncio, revela que a situação já é preocupante. “Não temos hoje a menor condição de atender o mesmo número de 70 pacientes na UTI como chegamos a atender no pico da segunda onda da pandemia. Estamos agora se reorganizando e provavelmente teremos que reduzir novamente o número de cirurgias para readequar ao atendimento de pacientes”, relata.

A preocupação de que a terceira onda da pandemia, prevista para acontecer entre o final do mês de maio e a primeira quinzena de junho, pode ter começado mais cedo na cidade. Na segunda-feira (17), foram 80 atendimentos na barraca Fast Track de atendimento respiratório do hospital Tacchini. “Nosso maior número de atendimentos durante a segunda onda foi de 89 pacientes, então praticamente, no primeiro dia de pico, já chegamos muito próximo do recorde de atendimentos”, explica Mâncio.

No áudio enviado fica evidente a preocupação com a velocidade desse início de terceira onda, que segundo o superintendente, está bem mais rápida do que aconteceu em outros momentos da pandemia. “Não chegamos a completar 15 dias operanda abaixo do 100% da capacidade instalada, hoje o hospital já está com 110% de ocupação da capacidade instalada. A estrutura do Pronto Socorro (PS) já está com 10 pacientes críticos na porta de entrada. Esse número é bem crítico, em termos de PS”, confirma.
Além da alta de internações, o hospital também preciso readequar espaços e reorganizar escalas de trabalho. “Bastante dificuldade de composição de escala de trabalho médico, o hospital já estava começando a organizar folgas e descansos para uma equipe que tem trabalhado intensamente nos últimos meses”, aponta Mâncio.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
Na UPA 24h, no bairro Botafogo, a situação também crítica já que a unidade bateu o recorde de atendimentos. Em um único dia a estrutura realizou, em torno de, 900 atendimentos, no total. Segundo a secretária municipal de saúde, Tatiane Misturini Fiorio, a equipe vem monitorando o aumento nos dados de internação e atendimento na UPA.

Nesta segunda-feira (17), foram registrados 361 atendimentos na barraca de pessoas assintomáticas. “Estamos monitorando os dados constantemente e analisando o desenvolvimento da doença. Em paralelo, já temos equipes organizadas e estamos buscando insumos”, revelou a secretária.