Bebidas e alimentos puxaram inflação: 2020 foi mais acentuada desde 2002

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IBGE divulgou dados do IPCA nesta terça-feira. Acumulado do ano foi de 4,52%, acima da meta do Banco Central

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas subiram 14,09% em 2020, maior impacto de grupo sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano, uma contribuição de 2,73 ponto porcentual para a taxa geral de 4,53%.

A alta foi a mais acentuada desde 2002, quando os preços subiram 19,47%. Nesta terça-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA de dezembro e os dados acumulados de 2020.

No último mês, o índice teve alta de 1,35% (a maior desde fevereiro de 2003). No ano passado todo, a inflação acumulada foi de 4,52% – o maior resultado em quatro anos e acima do centro da meta do Banco Central, que era de 4%.

O custo da alimentação no domicílio aumentou 18,15% em 2020, maior variação desde 2002, quando subiu 21,59%. Já a alimentação fora do domicílio ficou 4,78% mais cara no ano passado.

“No ano de 2020 os preços para alimentação para consumo no domicilio foram bastante afetados. Existem vários motivos”, afirmou André Almeida, analista da Coordenação de Índices de Preços do IBGE. Entre os fatores citados por ele, estão o aumento da demanda pelos produtos, diante do isolamento social, que fez com que as pessoas fizessem mais refeições em casa, e do pagamento do auxílio emergencial; e a restrição da oferta, por causa da exportação. “Por conta de câmbio mais desvalorizado, que favorece a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional que restringe a oferta no mercado doméstico”, explicou Almeida.

Dezembro

As famílias voltaram a gastar mais com alimentos no mês de dezembro, embora a alta de preços tenha sido mais branda que a de novembro. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma elevação de 2,54% em novembro para um avanço de 1,74% em dezembro, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,36 ponto porcentual para a taxa de 1,35% do IPCA no mês.

Os alimentos para consumo no domicílio subiram 2,12% em dezembro. O tomate ficou 13,46% mais barato, e as altas em dezembro foram menos intensas nos preços das carnes (3,58%), do arroz (3,84%) e do óleo de soja (4,99%). Por outro lado, as frutas passaram de aumento de 2,20% em novembro para 6,73% em dezembro.

Já a alimentação fora do domicílio aumentou 0,77% em dezembro, ante elevação de 0,57% em novembro. Ficaram mais caros no último mês a refeição fora de casa (0,74%) e o lanche (0,89%).