Do dia 4 a 7 de setembro, acontecerá de forma digital a décima primeira edição do “Battle In The Cypher”, evento de Hip Hop em Bento Gonçalves, que conta com apresentações culturais, mostras artísticas, workshops, palestras, batalhas e muito mais.
A iniciativa do evento surgiu por Pedro Ramon Festa e William Sarate Ballestrin, que trabalhavam na NEST, empresa de vestuário voltada para o estilo urbano, que tem como objetivo apoiar e fomentar essa cultura do hip hop. Com a ajuda da organização, outras pessoas que também se interessavam pelo gênero e percebiam uma falta de eventos do tipo na região, foram se reunindo, chamando amigos e conhecidos, e assim foi formado o coletivo que fomenta as atividades na cidade
Em 2010, começaram a ser pensadas as atividades. No mesmo ano, o evento teve duração de 1 dia, com bate papo, workshops, grafitti e batalhas de dança. Já no ano seguinte, em 2011, a programação aumentou para 3 dias e incluiu também cinema. Pelas viagens a outros estados – e até mesmo países, desde antes mesmo da criação do coletivo, feitas pelos próprios colaboradores, para participação em eventos de dança, os contatos foram crescendo.
Em 2012 o evento na cidade recebeu um público de fora muito maior do que nos outros anos, o que incentivou a organização a expandir. Foram 7 dias de evento, que incluíram, além das atividades já existentes, as exposições artísticas. Logo, em 2013, evento já se tornou internacional, e hoje já tendo edições em mais de 9 estados e 3 países.
Mas o caminho até aqui não foi fácil. Por ainda ser um gênero bastante mal entendido pela população, algumas pessoas vêem, principalmente o grafitti, como uma certa rebeldia, mas Pedro, um dos organizadores do evento, conta que quando há alguma ação negativa, ela sempre é ofuscada pela grande quantidade de apoiadores e atitudes boas vindas da sociedade: “Quando formos pintar recentemente o muro no bairro Santa Marta, como parte da programação, dezenas de pessoas passavam filmando, elogiando, buzinando.”Além das atividades do evento em si, o grupo também realiza atividades em escolas e outros espaços. Ao todo, na última edição, a estimativa é de que 10 mil pessoas participaram.
Hoje, o festival conta com danças, workshops, palestras, apresentações de DJs, grafitti, e outras atividades para todos os públicos, mesclando o uso de espaços reservados e espaços públicos. Neste ano em especial, por conta da pandemia de coronavírus, os 7 dias de evento acontecerão totalmente de maneira digital. “Está sendo diferente, nem mais complicado nem menos. O virtual é um desafio, até para interagir com o público. Diferente da pessoa que está presente, a pessoa que acompanha no virtual tem várias distrações pra perder a programação, esse é o maior desafio, fazer as pessoas interagirem. A gente montou uma programação com estreias , lives, competições online, mas que além da parte de curadoria tenha também a parte da simbologia que o Battle tem, as ideias na galera, a emoção.” Conta Pedro.
A cultura do Hip Hop está crescendo no país, e é importante lembrar que para participar não há restrição de idade ou sexo. Por ser digital, este ano o evento será inteiramente gratuito. Todos podem se divertir e aproveitar para conhecer ainda mais da modalidade.
Confira a programação abaixo:
Sexta – 04/09
19:30 – Abertura / Cinema / Bate-papo
Sábado – 05/09
14:00 – Workshop
17:00 – Palestra sobre Hip Hop com Monge Mc / Bate Papo
20:00 – Hasta la Cypher / Battle DJ
Domingo – 06/09
14:30 – Groundmove (instagram)
20:00 – Expo Jackart / Jam de Graffiti
20:30 – Final Groundmove
Segunda – 07/09
15:00 – Faces da Cypher
16:00 – Bate papo com William
18:00 – Show com o grupo Se Armó Kokoa (Uruguai)
20:00 – Encerramento
Fotos: Ramoniele Janaira
