“Bater palmas com as mãos dos outros”

2015-04-10_190211

Hoje pela manhã a imprensa de Bento (pelo menos a Gazeta) foi “convidada” pela assessoria de imprensa da prefeitura, através de um aplicativo de mensagens, para acompanhar “a 1ª operação do GGIM: Avante Bento”.
Como de praxe, o jornalista tem o dever de checar o significado das siglas e da ufanista “operação” que estava prestes a iniciar pela primeira vez. A resposta veio em forma de foto: algumas viaturas da Brigada Militar na Via Del Vino.
Como aqui na redação só temos internet e não telepatia, continuamos cobrando mais informações. Outra resposta em código: “+BM e Polícia Civil + aeronave”.
Relevando o fato de que a primeira atividade operação “Avante Bento” deva ter deixado a assessoria de comunicação da prefeitura em frenesi, continuamos, na maior paciência tentando extrair dados para avaliar a necessidade de deslocar um repórter em plena tarde de fechamento de edição.
Depois de mais tentativas, descobriu-se que a sigla GGIM se tratava do recém criado Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Segurança. Muita afobação para um golpe de mídia para, como se diria em português não ofensivo: bater palmas com as mãos alheias.
O GGIM, como gosta de sintetizar a assessoria de comunicação, convocou a Brigada Militar mais Polícia Civil e se utilizou ainda de uma aeronave para fazer o trabalho que eles já fazem diariamente: combater o crime. Mas, só que agora, com os holofotes no GGIM e seu comandante, Paulo Marinho.
O risível é a divulgação do objetivo: “dar a sensação de segurança à população”.
Sinceramente, a população precisa de segurança e não de sensação. A Brigada Militar e Polícia Civil, juntamente com a Polícia Rodoviária já estão fazendo um trabalho hercúleo para diminuir índices de criminalidade – que a Gazeta tem divulgado nas últimas edições – mesmo com cortes de orçamento e condições precárias para exercer as atividades.
Este circo armado – que pelo que tudo indica vai ter continuidade- para tentar melhorar a imagem desta administração, é pífia e escandalosamente desnecessária, já que a prefeitura não tem poder nenhum para coibir a criminalidade.
Reiterando: este trabalho já vem sendo muito bem feito, mesmo sem as condições favoráveis.
A Gazeta se recusa a fazer parte da massa de manobra que não questiona e é usada para marketing político.
Continuaremos, sim, divulgando e apoiando o trabalho da Polícia Civil, Militar e Federal que tem prestado bons serviços em prol da segurança do município, juntamente com o apoio do Consepro.